Capítulo 7 - Estou do seu lado agora

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— Deve ser o Minho. Vou mandar ele subir. Já vou, tudo bem? Se cuida. Mamãe te ama. — Beijou a testa do garoto que estava deitado na cama, folheando com o controle remoto alguns canais na televisão, parecia incomodado.

Jisung assentiu. — Eu também te amo mãe. — Murmurou suavemente ainda com os olhos na televisão. Chaeryeong parou seu trajeto e o olhou com olhos emocionados.

A última vez que o filho tinha falado isso seu marido ainda era vivo, Felix tinha doze anos. Estavam fazendo um piquenique no parque, seu marido o ensinava a jogar baseball como sempre fazia todos os dias depois do trabalho. Han sabia que Felix tinha problemas em demostrar seus sentimentos, amava sua mãe mas lhe custava dizer. Então resolveu dar uma ajudinha.

A mulher não pode evitar em voltar e dar um outro beijo na testa dele, dessa vez mais demorado. Logo após saiu do quarto sorrindo. Jisung sorriu de lado e continuou a folhear alguns canais.

— Meu Deus, o que aconteceu aqui? — O menino que acabara de entrar no quarto falou, olhando cada canto do lugar com um ar surpreso.

— Como assim?

— Seu quarto. Está organizado.

— Ah, sim. — Soube do que ele falava. — Pois é, estava precisando de uma limpeza então eu resolvi finalmente faze-la. — Sorriu com a expressão do outro.

— Fez bem. — Sorriu se aproximando. — E a perna ainda dói?

— Não muito. Está bem melhor do que antes. Já não vejo a hora de tirar isso, coça muito. — Começou a cutucar o gesso incomodado.

— Não mexe nisso, teimoso. — Se sentou na cama. — Pode piorar se ficar cutucando. Ouviu o médico, serão apenas alguns dias. Se ficar mexendo vai demorar mais tempo pra tirar, você quer isso?

Han balançou a cabeça suspirando e Minho segurou sua mão para que parasse de mexer na perna.

— Obrigado. — Respondeu sincero.

Sabia que ele só estava sendo legal, se preocupando, pois pensava que era Felix. Mesmo assim sentiu-se na obrigação de agradecer e já não sentia mais vontade de recrimina-lo ou ofende-lo. Minho limitou-se a sorrir. O mesmo sorriso que Jisung achava fofo.

— Bom. Eu vou ficar na sala. Se precisar de alguma coisa é só me chamar, ok?

— Tudo bem. — Respondeu aliviado por não dormirem na mesma cama.

A noite estava fria e deu lugar à nuvens carregadas e escuras. O céu escuro e calmo fora avalado por relâmpagos. E a luz deles refletiam na janela do quarto. O vento batia contra as cortinas da janela semiaberta.

— Ai não. — Murmurou com a voz apavorada.

San e Wooyoung já haviam deixado o espaço para o filho na cama. Sabiam o quanto Jisung detestava aquele tempo. Wooyoung o esperava com um sorriso acolhedor mas a menino não deu sinal. Os dois então ficaram confusos e se levantaram marchando até o quarto do garoto encontrando-o esparramado na cama nenhum pouco incomodado com os trovões fortes.

"— Acho que a nosso meninininho já não é mais um meninininho."

Sussurou San para o esposo com um fio de tristeza, observando o menino dormir tranquilo na cama. Ficava feliz por ele perder seus medos mas se dava conta de que estava crescendo e que já não era mais uma criança.

"— Ele sempre vai ser nosso meninininho."

Wooyoung sussurou com um meio sorriso para o homem, sabia o que ele estava pensando. " — Vamos voltar pro quarto."

— Papai. — Voltou a chama-lo mas só depois percebeu que não estava em casa e começou a tremer. Jisung começou a chorar em meio aos trovões e relâmpagos que caíam.

— Minho! — Gritou e outra trovoada se fez presente fazendo ele gritar mais alto. — Minho onde você está? — Se encolheu na cama e logo viu o mesmo entrar no quarto apressado.

— O que foi? — Perguntou visivelmente assustado pelos gritos.

— Fica comigo. — Puxou seu braço. — Por favor Minho não me deixa sozinho. — Pediu entre soluços e apertava o outro para que não se afastasse.

— Tudo bem... Fique calmo. Eu estou aqui agora. — Se deitou ao seu lado. — Me diz o que aconteceu. Por que está chorando? — Falava doce limpando suas lágrimas.

— Eu tenho medo. — Sussurou. — Trovões...morro de medo. — Dizia ainda sussurrando como uma criança assustada.

Minho franziu as sobrancelhas.
— Ahn, desde quando tem medo de trovões? — Perguntou confuso enquanto acariciava seu rosto com as costas das mãos. Han abria a boca e não conseguia emitir nenhum som sem saber como explicar. Ele não conseguia pensar. — Calma, tudo bem. Isso não importa de verdade. Eu não vou sair do seu lado. — Minho falava de maneira doce, ele achava aquela cena à coisa mais terna do mundo.

Felix com medo de trovões? Nunca iria imaginar um dia ver isso e ele ainda admitindo. Estava parecendo um garotinho com medo, o que fazia sentir uma vontade de cuidar dele como nunca antes.

— Que bom que está aqui. — Ele tinha que dizer, seu coração gritava por aquilo. Só de pensar em estar sozinho naquela casa o dava arrepios.

Jisung agarrou a base da sua camisa com força olhando nos olhos castanhos do garoto. — Estou feliz que esteja aqui. — O puxou para um abraço e encaixou sua cabeça na curva de seu pescoço.

Han não sabia se era por causa do medo ou das circunstâncias que se encontrava, mas aquele abraço foi um dos melhores que já recebeu e retribuiu ao mesmo nível. Com o direito de sentir o cheiro forte que exalava da pele do moreno, o que o deixava mais calmo, sereno. Quando uma trovoada se fazia presente ele o apertava mais forte e isso fazia Minho sorrir.

Cinco, dez, vinte minutos. Não soube dizer quanto tempo estava abraçado a ele. Nunca havia o sentido tão de perto, podia ouvir seu coração batendo ao mesmo ritmo que o dele e tinha que admitir. Estava gostando. Do calor do corpo junto ao seu, a respiração tranquila, o carinho que ele fazia em seus cabelos.

Os trovões pareciam dar trégua e apenas a chuva fazia-se presente la fora. O abraço também havia cessado e agora apenas se fitavam. O rosto do garoto estava tão próximo ao seu, seus lábios convidativos apenas alguns centímetros.

Tão próximos um do outro que Han por um segundo sentiu medo dele ouvir seus pensamentos. Ainda bem que isso não era possível. Pois nesse momento o que pensava era que não fugiria caso Minho tentasse beijá-lo.

Era apenas um beijo, certo? Um pequeno beijo sem significado, não haveria problema. Ou seria errado? O que Felix acharia disso? Sabia que não queria mais fazer dano ou evita-lo agora, pois o deixaria triste.

Ele estava sendo legal. Não era por Minho mas sim por Felix. Não importava. Agora não queria machucá-lo ou vê-lo sofrer. Droga. Por que pensava sobre isso? Agora se preocupava com ele. Por quê? Han parou de pensar.

— Os trovões acabaram. — Murmurou olhando pros olhos do garoto.

— É... — Corou levemente como se o outro tivesse ouvido seus pensamentos.

— Vamos dormir. Você precisa descansar. — Tocou seu nariz com o dedo indicador de uma forma terna, estava sonolento.

Minho se aproximou dando um beijo suave no canto da boca dele. A intenção era nos lábios, mas estava escuro e o que era pra ser um gol foi apenas uma trave. Não houve segunda tentativa.

Jisung soltou o ar que tinha prendido. Ele podia jurar que seu coração tinha parado de bater por alguns segundos, ou ele batia tão rápido que nem podia sentir. Esperava que Minho não tivesse sentido seu nervosismo. Sentia-se gelado, extasiado. E nem havia sido na boca.

— Boa noite, Min.

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olha quem tá atualizando de 5 horas da manhã?

cap soft hoje

  🎶foi de raspão mas valeu🎶

revisado.

if i were you;.                                               [minsung//knowhan]Onde histórias criam vida. Descubra agora