Capítulo 18 - O inferno até você

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Minho ressoou na cama devagar  ouvindo o bater insistente na porta, ele sabia que era sua mãe, mas simplesmente ignorou até não conseguir ouvir mais as batidas. Aos poucos ele foi se enrolando com o lençol de seda, e suavemente, fechou seus olhos.

Era domingo, e ele estava ali mais uma vez. Por horas olhando fixamente o nada, fazendo exatamente nada. O som da música suave invadia seu quarto, e ele apreciava 505, do Artic Monkeys sair pelo rádio. O mesmo não queria sair da cama àquele dia.

Seus pais o receberam de braços abertos quando ele chegou extremamente molhado naquela tarde em casa. Eles o acolheram e colocaram-no para dormir sem dizer uma palavra. Pois eles sabiam que Minho falaria o que havia acontecido quando se sentisse melhor. Mas eles se enganaram quando viram que o filho não havia melhorado. De tanto insistirem, Minho ordenou aos berros que queria ficar sozinho. Eles assim, tristes, obedeceram, dando um tempo para o menino.

Seu celular não parava de tocar. Ele, como se não doesse o bastante, ignorou todas as chamadas insistentes, como se não estivesse ouvindo. Poderia ser loucura, mas para ele não era. Por três semanas ficou trancado naquele quarto. Não sentia vontade de sair e muito menos comer, mas quando a fome batia, se tornava impossível, então ele descia as enormes escadas para fazer uma refeição. E logo tratava de voltar a se trancar no quarto.

Olhou o relógio e viu que eram exatamente três horas da tarde. Minho gemeu. Estava morrendo de fome, mas hoje ele não queria comer. Pois sabia que largaria metade e ele não queria desperdiçar. O sol quente adornava no céu naquele dia que podia se considerar os piores para Minho. E sobre uma pequena brexinha da grande janela, havia um pouco de luz. O vento fraco batia contra as cortinhas amarelas e por conta disso a luz foi refletida em um de seus CDs, indo diretamente em seus olhos.

Ele gemeu novamente, agora de frustração.

A caligrafia diferente na mídia em suas mãos era inconfundível, e ele pensou consigo mesmo se deveria assistir. A próxima coisa que aconteceu foi ele apertar o play, dando início ao vídeo.

Minho assistia e seus olhos iam aumentando um pouco de tamanho. A primeira e última vez que ele tinha assistido estava morrendo de vergonha, agora parecia mais inacreditada com o que via na tela. Como aquilo era possível? Como aquilo poderia ser real? Ele andou pesquisando sobre troca de corpos mas só encontrou lendas e mais lendas.

Se sentia enganado ou pelo menos achava assim. Talvez sempre soubesse, ele sentia, mas nunca se questionava realmente sobre. Minho queria acreditar que aquele era seu namorado e não outra pessoa. Mas aqueles olhos nunca o enganavam, e nunca saíam de sua mente.

O Lee sentia raiva, sentia vontade de punir Jisung de todas as formas possíveis, sentia vontade de castigá-lo por ter sido tão fodidamente maravilhoso esse mês inteiro. As memórias não deixavam de perturbar ele, sempre voltavam e principalmente a do aniversário de Changbin. Aquele dia foi tudo, simplesmente tudo. A boca quente, os corpos se roçando, a sincronia de suas bocas coladas, a música, a excitação que sentia por estar com ele, por um simples toque seu.

Jisung rodava Minho na cadeira giratória. Os dois riam e Minho ficou observando aquela filmagem que Jisung havia feito. Os belos cabelos negros estavam ali. A pele dele estava ali. O sorriso grande também estava e as bochechas enormes também. Ele não entendeu porque na gravação aparecia Jisung e não Felix. Talvez tenha sido porque eles trocaram de corpos. Então todas as fotos e vídeos que Jisung e Minho haviam tirado e gravado agora não era mais o corpo de Felix.

Han e Felix desejaram aquilo, e aconteceu! Minho queria mais do que tudo desejar que o que descobriu não passasse de um sonho, um terrível sonho. Mas ele se sentiu mal ao concluir que tudo que passou com Han, o que aquele garoto o fez sentir, fora a melhor coisa que sentiu dentro de apenas um mês. Porque se fosse outra pessoa, ele não se sentiria da mesma forma. Minho tinha certeza disso. Han Jisung fez em um mês o que Felix que não fora capaz de fazer em quase um ano de namoro.

if i were you;.                                               [minsung//knowhan]Where stories live. Discover now