Nem tudo está bem, e tá tudo bem.

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Antes de começar esse capítulo eu gostaria de me desculpar, ando um pouco sumida por conta de bloqueios e juro que estou dando o meu melhor. Eu dedico esse capítulo a @_babypinkie , obrigada por me incentivar e me ajudar MUITO a escrever essa fic, obrigada por aguentar meus surtos <3 

- Gostaria de dizer que esse cap pode conter um material sensível, como morte de um personagem não inserido na história. Fora isso, está lindo e grande pra caramba, aproveitem!

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Lidar com a perda nunca é fácil. E não seria diferente para Ochako. Por mais que ela lêsse e tivesse aulas sobre como ajudar e processar a perda e como lidar com o luto, ela não estava preparada.

Como podemos estar preparados para perder alguém? Como podemos nos preparar para perder um paciente? Deixar ir quem precisa de ajuda? Esse é o ponto, nós nunca estamos e nunca vamos estar.

Ela é uma pessoa, ela é estagiária de enfermagem, o curso que tem como dilema a arte de cuidar. Cuidar do próximo, dar tudo para o outro e não esperar nada em troca. Mas ela esperava, esperava que o paciente sobrevivesse.

A pior parte da morte é para quem fica, o pai e a mãe que perdem ou deixam os filhos, os filhos que deixam os pais desrespeitando todo o ciclo da vida. A vida é assim, nós nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos. Um ciclo, mas o que acontece quando o ciclo é interrompido? Interrompido por um descuido?

O descuido da desatenção, do cansaço e do sono. Descuido de estar acima da velocidade, descuidado de não usar capacete ou cinto de segurança, o descuido com a própria vida. Todos esses fatores mexeram com Uraraka. Ver a cena de uma mãe chorando pela perda de um filho, ver toda a ordem da vida ser descumprida em questão de segundos a machucou.

Ela tentava seguir para o próximo paciente, tentava se concentrar em seu trabalho na clínica de Bakugou, mas não conseguia. Isso a frustrava de uma forma enorme, se sentia incapaz.

Katsuki percebeu isso quando chegou à clínica. Ele observava Ochako, e percebeu que com certeza ela estava diferente dos outros dias, parecia apática, não estava sorrindo e nem com seu bom humor. Parecia, parecia... Só estar ali.

Bakugou sabia que a castanha não era assim. Ela sempre sorria para todos os pacientes e até mesmo só sua presença alegrava o ambiente. Algo estava errado, ela não estava bem.

Katsuki se aproximou e a chamou, mas a castanha não o respondeu, estava atônica. Ele a analisou mais de perto, seus olhos estavam fundos, como quem tinha passado a noite chorando.

— Ochako? — ele a chamou colocando a mão direita em seu ombro — Está tudo bem?

A castanha lhe encarou e respirou fundo — Sim Dr.Bakugou, precisa de algo? — fingia arrumar algo na impressora.

Ele não precisava saber, ao ver dela não era algo importante. Na realidade, era algo que ela precisava deitar e chorar, sozinha ou acompanhada, ela só precisava se libertar daquele peso.

— Só que você me conte a verdade. — sua mão continuava no mesmo lugar, ele a apertou levemente — O que está acontecendo?

Aflita, ela respirou fundo e olhou ao redor mordendo o lábio inferior. A recepção se encontrava com alguns pacientes, a castanha sabia que iria começar a chorar se falasse.

— Huum, talvez fosse melhor ir para um local mais reservado? — o olhou triste.

— Que tal pós-expediente? — ele estava perto, muito perto e ainda mantinha sua mão no mesmo lugar.

Estagiária Where stories live. Discover now