Ciclos

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Quando crescemos tudo passa de uma maneira rápida, sua rotina se baseia em trabalho-estágio-faculdade-dormir, Ochako sentia que mal estava vivendo, mal aproveitava seu dia. Então é assim que nos tornamos adultos? A cada piscada um novo dia nascia.

Após seu aniversário, tudo passou rápido. Em questão de dias ela e Mina se preparavam para comemorar o ano novo, as duas planejaram algo simples, não iriam chamar outras pessoas. Perto da virada, Ochako e Mina foram para a pequena varanda, fizeram contagem regressiva, as duas respiraram fundo quando o relógio bateu meia noite.

Uraraka chorou ao ver os fogos queimando no céu na virada do ano, ela agradecia tanto pelo o ano que passou, pelo emprego que arrumou, pelos amigos e por completar mais um ano na faculdade, mas agora também agradecia por finalmente estar iniciando seu sétimo período e último ano da faculdade.

Ela aproveitou cada minuto dos dias de recesso, descansou para voltar com todo o gás para a faculdade. Era seu último ano, ano da entrega do seu trabalho de conclusão do curso, um ano repleto de desafios.

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Bakugou também aproveitou os dias de recesso do serviço para se abstrair — ou pelo menos tentar — já que ele havia ido para a casa de sua mãe. Sua "velha" insistia em conversar sobre a maldita cara de lua, sobre o fato dele trabalhar muito, estar ficando velho e solteirão e o principal: por ela querer netos.

O loiro nunca se importou com esses questionamentos, apesar da mãe sempre o bombardear de perguntas sem sentido. Já estava acostumado com isso, mas agora a bruxa tinha Ochako para envolver no meio de toda conversa.

Era difícil se esquivar e até mesmo não responder as perguntas, sua mãe era insistente e queria saber em que pé estava a relação dos dois, apesar de Bakugou deixar claro que não havia relação — por mais que no fundo ele quisesse.

— Deixa de ser besta, moleque — a figura mais velha reclamou enquanto tomava seu chá.

— Deixa de ser intrometida, velha.

— Olha o jeito que fala com a sua mãe, menino insolente — Mitsuki resmungou — Só acho que você precisa de alguém e essa garota parece ser ... Adequada? — disse incerta.

— Até demais — Bakugou suspirou — Eu gosto dela, tá bom? Ela é boa, amorosa, paciente e linda.

— Isso me soa apaixonado — ela sorriu convencida — Já disse para ela?

— Mãe! — aquela conversa estava tomando um rumo constrangedor — Eu não tenho mais quinze anos, quando sentir que for a hora certa eu conto e se houver hora certa.

— Se você diz — ela respirou fundo — Como anda Kirishima?

Katsuki bufou e revirou os olhos, maldita hora que deixou ela a convencer de ir visitá-la. Seria uma tarde longa, muito longa. Tinha certeza que sua mãe não deixaria um detalhe passar em branco.

{...}

Ochako observava o movimento do fim da tarde pela janela da sala de reuniões, pessoas caminhando, sorrindo, tudo parecia estar no seu devido lugar. Seu dia tinha sido exaustivo, vários pacientes, várias histórias diferentes e com pesos diferentes, mas talvez não seja por isso que tenha sido tão cansativo assim, talvez o verdadeiro motivo seja por ela não ter conversado direito com Bakugou.

A clínica já se encontrava vazia, os médicos se aprontando para ir embora e ela também, tudo o que a castanha queria era ir para sua casa e relaxar durante o banho. Seu estômago já estava roncando e sua cabeça começava a doer de fome, resultado de ficar horas sem comer.

A porta da sala de reuniões se abriu lhe dando um susto, Ochako olhou assustada para a cabeleira loira que entrava — Bakugou — ela o advertiu.

Estagiária Where stories live. Discover now