Coisas simples que fazem diferença

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Olá meus amores,desculpem o sumiço! Estou passando por alguns (muitos) problemas e isso está me deixando ausente aqui.

~.~

Ochako tinha certeza que seria apenas mais um dia, daqueles que acordamos sem muita esperança de algo diferente.

Seu coração ainda estava quentinho pela noite de Natal, a troca de olhares entre ela e Bakugou que jurava ser algo super discreto, os sorrisos bobos e os beijos roubados escondido dos amigos.

Depois das doses de tequila tudo ficou mais livre, a forma como as palavras saiam de sua boca, as risadas, as reações. Valeu a pena a ressaca, valeu cada gotinha de álcool.

O barulho de xícaras balançando vindo do corredor revelavam que Mina tramava alguma coisa. É claro, ela não iria deixar passar em branco o aniversário de sua melhor amiga.

As três batidas na porta e um breve "surpresa" anunciava sua entrada no quarto. Ochako sorria com a imagem, a rosada segurava a bandeja desajeitada e um sorriso encantador.

— Feliz aniversário, Chako — disse empolgada enquanto colocava a bandeja na cama — Tudo do melhor para a minha melhor.

— Mina — a castanha sorriu sem jeito — Poxa, e-eu nem sei como te agradecer — é claro que ela ficaria emocionada.

— Sem essa — a amiga a repreendeu — Se você chora, eu choro e hoje é dia de felicidade.

— Obrigada por tudo, você sabe que eu te amo — Ochako a puxou para envolver em um abraço — Você é demais.

— Eu quem tenho que falar isso hoje, Chako — Mina disse em um tom divertido — Eu tenho um presente pra você e não diga que não precisa.

A castanha suspirou, conhecia Mina o suficiente para saber que não adiantaria falar nada. A rosada correu até o quarto ao lado e voltou com uma caixinha pequena.

— Não é muito, mas é de coração — ela entrou o embrulho rosa para ela.

Ochako analisou o embrulho minuciosamente, balançou para ouvir o barulho e olhou curiosa para Mina. Com seus dedos pequenos ela desfez o laço e retirou a tampa, ficou surpresa ao ver um saquinho delicado dentro da caixa.

— Você não achou que não ia ter um suspense? — Mina perguntou arrancando risadas da amiga.

Uraraka sorriu e voltou o olhar para a caixinha, retirou o pequeno saquinho de seda e olhou pela última vez para Mina, que tinha um sorriso largo estampado em seu rosto. A castanha puxou a cordinha desfazendo o laço e revelando um colar em formato de coração banhado a ouro.

— Mina — ela disse em um tom surpreso — Você sabe que não precisava e poxa — ela não queria dizer, mas sabia o quão caro era um colar daqueles.

— Não ouse terminar a frase, Ochako Uraraka — Mina ainda mantinha o sorriso em seu — Foi um presente meu e dos meus pais, você sabe que eles te consideram uma segunda filha.

Ochako ficou emocionada, estava longe de casa e longe dos seus pais, não se viam a pelo menos três anos, que era o tempo que ela estava cursando a faculdade. O dinheiro era muito curto e ela mal tinha tempo para os preocupar, agora em seu último ano de faculdade as coisas começaram a se acertar.

— Obrigada — ela sorriu — Eu amo você.

— Agora se arrume — a rosada não gostava de momentos melancólicos — Você terá um dia incrível pela frente. Vamos, vamos e vamos — ela empurrou a castanha.

Ochako sorriu, ela nunca foi de comemorar aniversários — talvez pelo fato de sua família não ter muito dinheiro e logo quando iniciou a faculdade também não tinha — mas hoje se sentia feliz, sentia-se bem em saber que estaria com pessoas que gostavam dela.

— Vamos! — Ochako sorriu.

Mina era uma excelente amiga, isso Uraraka não poderia negar, mas algo que a castanha odiava era quando Mina queria arrumá-la. Ochako não era do tipo de pessoa que se enchia de maquiagem, ao contrário da rosada que adorava, estava por dentro de todas as tendências.

— 'Chako — ela a advertiu — Só mais um pouco e finalizo.

— Mina do céu, nós só vamos ao boliche — ela riu — Pra que tudo isso? Tá exagerando.

A rosada revirou os olhos em sinal de desaprovação — Você nem viu como que tá ainda, mulher.

— Olha o tanto de coisa que você passou — ela apontou para os pincéis e embalagens espalhadas pela penteadeira.

— Sem neura, Chako.

— Não exagera muito, Mina.

— Só o suficiente pro Bakugou te achar linda.

— MINA — a castanha disse sem graça — Não inventa.

— Então eu inventei aqueles beijos de ontem? — a rosada provocou.

— 'Urg — a castanha resmungou — Eu posso explicar.

— Ocha, não precisa explicar o motivo de você estar enfiando a língua no gostoso do seu chefe, ele ser gostoso explica tudo — Mina a olhou rindo, adorava deixar a amiga envergonhada.

Ochako sabia que seu rosto estava ruborizado, ela o sentia queimando como fogo. Ashido conseguia tirar do sério em certos momentos.

— Oras, sua .... — a castanha teve a fala interrompida pelo toque da campainha.

— Acho que seu love chegou — ela a olhou rindo.

— Mina, se controle — ela sabia que aquilo seria impossível, teria que aguentar todas as piadinhas dela e olhares — Ele é meu chefe!

— Não hoje, _baby_ — a rosada deu uma piscadela a ela — Hoje ele é só o cara que quer te impressionar e comemorar seu aniversário, então relaxa e aproveite.

Uraraka a olhou com cautela, não era mentira, ou será que era? Por que ela não poderia simplesmente esquecer toda essa bagagem e curtir o dia? Aproveitar todo o amor que estava recebendo, só isso que ela queria e precisava.

— Eu vou abrir a porta para eles, você termina de se arrumar — Mina ditou e fez com que Ochako revirasse os olhos — Não faz essa cara, mocinha.

A castanha riu enquanto voltava sua atenção para o espelho, deveria reconhecer que estava realmente muito linda, Mina tinha um talento nato para embelezar os outros. Ela pode ouvir a risada exagerada da rosada vindo da sala, Kirishima dizia algo e Bakugou murmurava algo de forma rude.

— Eu espero que não esteja atazanando esses meninos — Ochako disse ao entrar na sala — Você é mestra em fazer isso.

— Ochan! — o ruivo chegou abraçando e a rodando — Feliz seu dia!

— Kiri — ela disse rindo surpresa — Obrigada, mas eu estou ficando tonta.

— Eu me empolguei.

— Tsc, idiota — Bakugou que até então só observava a cena resmungou — Posso cumprimentar ou só você pode?

— Eu deixo, eu deixo — Kirishima levantou os braços em sinal de rendição e lançou um olhar para Mina.

Ochako sentiu suas pernas bambearem ao sentir Bakugou tão próximo a si, ele fitava seus olhos sem desviar, não se importava com a presença de outras duas pessoas na sala, para ele só importava ela.

— Cara de lua — sua voz rouca lhe causava arrepios — Eu poderia desejar toda aquela merda clichês de aniversário, mas com certeza você vai ouvir muito isso hoje — Kirishima coçou a garganta como se estivesse o encorajando — E você sabe o que eu acho de coisas clichês — o loiro revirou os olhos e Ochako riu — Enfim, feliz nova primavera — ele lhe deu um sorriso sincero.

— Obrigada, Katsuki — ela retribuiu.

— Eu comprei um presente para você — ele pegou um embrulho consideravelmente grande de cima do sofá enquanto arrancava olhares surpresos de todos —Espero que goste da cor, foi escolhido com carinho.

Uraraka pegou a caixa com delicadeza e a segurou firme, era a primeira vez que recebia um presente sem ser de Mina ou de seus pais. Ela o encarou com suas grandes órbitas de mel e sorriu — Obrigada, Kats.

— Você merece — ele deu um pequeno sorriso de lado.

A castanha sorriu mais uma vez e voltou sua atenção para a caixa, seria mentira se dissesse que suas mãos não tremiam e seu estômago se revirava. Delicadamente ela puxou um lado do laço que se desfez sem muito esforço, o interior era almofadado em um tom de rosa e algo parecia reluzir.

— Abre logo, 'Chako — Mina disse ansiosa.

— Calma — ela riu — Não quero estragar a surpresa.

Mais uma vez ela levou seu olhar até Bakugou e deu seu último sorriso, o loiro não hesitou em retribuir. A castanha retirou lentamente a tampa, em partes para irritar Mina com o suspense e em outra nervosa do que poderia ser.

— Bakugou — Ochako disse surpresa — É lindo — seus olhos brilhavam ao ver o estetoscópio rosa delicado com inicial do seu nome gravada.

— Espero que isso te incentive mais ainda, você é especial, cara de lua — disse sem jeito.

— Kats, eu amei — sorriu — Não sei nem como te agradecer.

— Não precisa, você sabe e eu sei — o loiro disse fazendo uma careta.

— Não sabia que Bakugou tinha bom gosto — Mina disse em um bom tom de voz.

— Eu sou uma caixinha de surpresa, esquisita — a rosada revirou os olhos — Vamos? — seu objetivo era fugir de comentários e perguntas constrangedoras.

— Eu posso tirar uma foto para os meus pais verem? — Ochako perguntou tímida — Eles iriam ficar tão felizes.

Bakugou riu tímido, o pensamento dos coroas dela gostarem significava algo importante para ele — É claro, bochechas.


— Eu tiro a foto — Mina se prontificou — Deixa eu tirar uma de você segurando ele nas mãos e depois uma com ele no pescoço — a castanha sorriu e concordou.

— Quero que você apareça, Katsuki — a fala de Ochako o pegou de surpresa.

— Eu? Por que eu?

— Você é meu maior incentivador — ela sorriu — Quero que meus pais o vejam.

O loiro sorriu de lado, mas que merda, logo ele que odiava tirar fotos estava se posicionando ao lado da castanha e ainda exibindo um pequeno sorriso.

— Chega mais perto — Mina sugeriu — Coloca o braço em volta da cintura dela, Bakugou.

Ele lhe lançou um olhar de quem dizia "não inventar moda", mas não relutou ao olhar para Ochako e sua estúpida cara feliz.

Kirishima se divertia com a cena, eram raros os momentos em que Bakugou tirava foto e ele sabia que a mãe do loiro iria adorar ver, então sorrateiras tirou uma foto escondido e enviou para ela.

Mina quase fez uma sessão de foto dê Ochako, Bakugou e o maldito estetoscópios rosa. O problema é que toda aquelas poses e sorriso não o incomodaram, Katsuki queria estar ali. Katsuki queria fazer aquilo por Ochako.

{...}

— Está se divertindo, Ochako? — Bakugou perguntou observando ela pegar a bola rosa de boliche.

— Muuito — a castanha respondeu sorrindo — Eu nunca tinha vindo ao boliche, isso é tão ... — ela pausou em busca de palavras.

— Americano? — sugeriu.

— Isso — Ochako respondeu enquanto se posicionava para arremessar a bola — Mas eu sou péssima nisso, preciso admitir.

— Só precisa pegar o jeito — ela o olhou como se tivesse falado algo absurdo — Você está muito contraída, alonga mais os braços e firma as pernas.

— Como? — a castanha perguntou fazendo uma cara engraçada.

Katsuki riu e se aproximou dela, ele se posicionou atrás dela e ajeitou seus braços — Você precisa relaxar — disse perto de seu ouvido — Divida sua visão entre a bola e os pinos, seu objetivo é derrubar todos.

— Certo — tanta proximidade estava lhe causando arrepios.

— Firme as pernas e alongue os braços — ele a tocou — Agora concentre-se e lance a bola.

A castanha fechou os olhos e respirou fundo, estava difícil de se concentrar com o cheiro de Bakugou entrando por suas narinas e seu toque lhe causando arrepios.

— Jogue a bola.

Ochako fez um lançamento perfeito, a bola percorreu um caminho único e fazendo um belo strike. A castanha ficou eufórica e pulou em cima do loiro — Você viu? — ela perguntou o abraçando.

— Eu vi, eu vi — ele retribuiu o abraço e a girou — Você foi demais!

— Eu 'to tão feliz — Ochako disse sorridente — Obrigada, Katsuki.

— Pelo o que?

— Por estar aqui, fazer parte disso — ela sorriu olhando em volta — Sou grata por você, Mina e Kiri em minha vida, sério.

— Cadê eles afinal?

— Mina deve o ter convencido fazer algo inapropriado em algum lugar — a castanha riu da careta que Bakugou fez.

— Isso soa tão pervertido.

— Vamos comer? Eu to com fome — a castanha resmungou.

— Você sempre está com fome — ele revirou os olhos — Tem uma lanchonete aqui, pode ser? Ou quer outra coisa?

— 'Tá ótimo — ela sorriu.

Ochako o olhou de canto de olho, ela esperava mais que um abraçou e um girinho no ar, ela esperava um beijo. É errado? Esperar um beijo depois da noite de natal? Será que Bakugou não gostou tanto assim? Ou ela quem criou expectativas demais?

— O que foi? — o loiro perguntou ao ver a cara de pensativa.

— H-hum — ela o olhou assustada — N-nada.

— Você é uma péssima mentirosa.

— Ei, não fala assim — Ochako fez seu típico biquinho.

Bakugou abriu sua boca para falar, mas seu celular começou a tocar e ele reconhecia o toque, era de sua mãe, não podia ignorar — Preciso atender a coroa.

Ochako riu e se perguntou como ele sabia que era sua mãe antes de ver o número, ela o observou se afastando e pegou seu celular para verificar as mensagens.

— Fala velha — Bakugou disse ao atender.

— Como você arrumou alguém que te suporta e não me contou? — ela disparou a pergunta.

— Mas que merda você 'tá falando? — perguntou confuso.

— To falando da foto que o Kirishima me enviou, pirralho.

— Mas que filho da ... — 

— Olha a maneira que vai falar do menino — sua mãe repreendeu — Só ele me conta as coisas.

Não que Bakugou não gostasse de compartilhar as coisas com sua mãe, ele só gostava de ser reservado. Quando se sentisse à vontade, iria contar para sua mãe de Ochako e todos seus sentimentos por ela, mas ainda não era o momento.

— Velha, eu não falei nada porque não temos nada ainda — ele levou sua mão aos cabelos enquanto falava com ela.

— Ainda? — perguntou curiosa — Então, o que vocês tem?

— Nada ué, só ficamos — odiava Kirishima por estar fazendo ele ter essa conversa com sua mãe, durante um encontro e sobre algo que ainda não aconteceu — Ochako é minha estagiária, eu gostei dela e só ficamos no natal, é isso.

— E aquela foto? — ela insistia.

Katsuki bufou e lançou o olhar para Ochako que estava sentada mexendo no celular na presença de Kirishima e Mina. Ela levou o olhar para ele e sorriu, fazendo com que ele sorrisse de volta — Hoje é aniversário da Ochako e eu a presenteei com um estetoscópio rosa, ela quis tirar uma foto 'pra mandar para os seus pais.

— Você parecia feliz.

— Ela me traz paz, é diferente estar com ela, mas ela também me deixa nervoso de preocupação — ele suspirou — Podemos conversar depois? Eu prometo.

— Você está prometendo? Posso levar a sério então.

— Você sabe que sim — ele deu de ombros.

— Deseje a ela feliz aniversário por mim, tchau pirralho.

— Até velha.

{...}

Ochako observava Bakugou de longe, seus pais estavam felizes por ela e encantado pelo médico. Eles sabiam o quanto a menina desejava um instrumento de trabalho daquele, era um dos seus sonhos e ver que Bakugou realizou deixava eles felizes.

— Ocha — a voz de Mina surgiu e lhe chamou atenção — O que 'tá fazendo aí?

— To esperando Bakugou, íamos comer, mas ele recebeu uma ligação da mãe — ela deu de ombros — E vocês, o que estavam fazendo?

— Estávamos andando por aí — Kirishima respondeu sem dar oportunidade a rosada.

— Andando por aí? — a castanha perguntou rindo — Aham, sei.

Kirishima lançou o olhar envergonhado sobre as duas, Mina continuava na paz enquanto Ochako se divertia com a situação.

— Faz tempo que ele está em ligação? — o ruivo perguntou olhando em direção ao loiro.

— Até que não, mas tenho a sensação de que ele está tentando fugir dela — Ochako riu.

— Eu tenho certeza — ele sorriu de lado — Bakubrô não é muito de falar ao telefone e sei lá, ele também não é muito fã de falar com a mãe, ela acaba sendo um tanto quanto intrometida.

— E logo deduzo que Baku não gosta nadinha — o ruivo concordou com a cabeça — É complicado ... — Ochako murmurou.

Ao contrário de Bakugou, a castanha adorava falar com seus pais pelo telefone, talvez fosse a forma de deixá-los mais próximos, superar os km's que os separavam e a ausência. Para Uraraka, qualquer pessoa que tivesse a oportunidade de ter os pais por perto era sortudo, ela não via a hora de terminar a faculdade e voltar para sua cidadezinha ... Mas olhando ao redor, vendo tudo o que conquistou, todos os amigos que fez ... Ela realmente iria voltar? Sentia que estava no seu lugar.

— Você 'tá bem? — a voz do loiro a tirou do transe.

— Hum?

— Você com cara de taxo, olhando 'pro nada ... Não está gostando? — Bakugou perguntou preocupado.

— To adorando, mas é que — ela suspirou, não queria estragar tudo com sua melancolia de não ver os pais — 'Tá tudo perfeito e eu não quero ser ingrata ou coisa do tipo, só não está completo, sabe?

Bakugou franziu a testa, não, ele não sabia o que estava faltando. Ela estava com seus amigos, em um lugar divertido, tinha ganhado presentes e até mesmo falando com os pais ... Os pais, era isso.

— Você sente falta? — o loiro perguntou em um tom calmo.

— Principalmente nesses dias comemorativos — 'touché, lá estava ela se abrindo para ele — Eu sei que você não é muito ligado à sua família, mas eu ... É horrível ficar longe.

— Quanto tempo sem ver eles?

— Desde o primeiro ano da faculdade eu os vi umas duas vezes, levando em consideração que estou iniciando o quarto. Uma vez no primeiro ano e uma no segundo ano, as coisas eram mais baratas e o tempo para participar de iniciações também.

— O ano passado você não os viu? — o loiro perguntou curioso.

— Não — suspirou com ar de cansada — Faltou dinheiro e tempo, mas quem sabe esse ano na formatura, né? — ela sorriu sem muitas expectativas, se para ela já era caro ir, imagina para os pais virem — Vamos comer? 'Tô morrendo de fome.

— O que você quiser — Katsuki sorriu de lado, mas pensaria mais tarde no que eles conversaram. Por mais que não gostasse de passar tempo com seus pais, família era família e não havia nada mais importante do que eles para o loiro. Ninguém deveria ficar sem vê-los.

Ela retribuiu com um sorriso, deveria se concentrar naquele momento, nas pessoas que estavam ao seu redor, porque no final é isso o que importa, quem está lá com você.

{...}

— Você se divertiu? — Mina perguntou para Ochako quando estavam prestes a chegar em casa.

— Seria impossível isso não acontecer — Ochako sorriu docemente — Obrigada, obrigada a todos vocês — seus olhos estavam marejados — Agora vamos a parte dos filmes.

— Essa parte Kiri e eu vamos pular — a rosada disse em um tom divertido — Espero que não se importe, mas Bakugou vai te acompanhar — é claro que ela iria dar um jeito de deixar os dois sozinhos.

Ochako sorriu envergonhada, ela e Bakugou sozinhos em casa assistindo filmes de princesas ... Isso realmente iria ter um bom final? A castanha correu seus olhos até o loiro tentando ler sua expressão, mas obteve apenas sua carranca habitual.

{...}

— Pronto para sua overdose da Disney? — ela perguntou animada enquanto se sentava ao seu lado com o balde de pipocas.

— Pronto é muito forte, apenas esperando — ela riu da forma como ele falou — Qual vai ser a primeira tortura?

— Encantada — ela disse empolgada — É um dos meus favoritos, mas acho que talvez seja o meu favorito mesmo — levou a mão no queixo como se estivesse refletindo.

— Eu sinto que essa porra deve ser cheio de músicas e coisas impossíveis, tipo clichê — ele revirou os olhos — Como você ainda acredita nisso?

— Em que? — ela perguntou confusa.

— Em finais felizes.

Ochako olhou para ele refletindo, ela sabia o quão infantil soava isso, mas nos dias atuais não era bom ter isso? — Eu ... eu — ela coçou a garganta — Eu só acho que precisamos acreditar em algo, sabe? Nossa profissão já vê muitas coisas tristes, você não acha? — o olhou receoso.

— E como te ajuda?

— Eu esqueço um pouco das coisas ruins que aconteceram, queria poder viver em um conto de fadas, mas a realidade é triste, ver pessoas sofrendo é triste, ver gente morrendo machuca e sinto que vai tirando nossa humanidade — ela sabia que soava como algo bobo, mas não era, pelo menos não para ela.

— Faz sentido — ele deu de ombros — Eu ajudo algumas entidades e atendo em uma clínica gratuita, me ajuda dormir melhor à noite — ele piscou para ela.

Uraraka sorriu, era exatamente isso que sentia, pretendia ajudar algumas instituições depois de formada, mas por enquanto estava só nos planos.

— Podemos começar? — Ochako perguntou desviando a atenção para a tv e Bakugou concordou com a cabeça.

Ochako apertou o play e sorriu ao ver a abertura da Disney, não se cansava de assistir aquele filme, de longe era o seu preferido, sabia todas as falas e músicas de cor. Ao longo do filme a castanha dividia sua atenção entre o filme e as reações do loiro, ela se divertia com as caras e bocas do loiro, mas infelizmente Katsuki não era do tipo que assistia quieto e sempre soltava alguns comentários.

— Esse tonto vai fazer merda pulando da ponte — a castanha riu, ela sabia o que iria acontecer e era exatamente isso — Ala, o idiota caiu em cima do ciclista.

— Ele não sabe viver no mundo real, Baku.

— Ninguém sabe, mas não saem por aí cantando e dançando — o loiro bufou — Não acredito que vendem essa ideia idiota pras crianças.

— Faz bem acreditar que o mundo não é tão cruel assim — a castanha murmurou, mesmo sabendo com quem estava falando.

E apesar do loiro não parar um minuto de fazer comentários sobre o filme, Ochako se divertiu, era diferente assistir algo com Bakugou. Ela guardaria esse dia na memória e no seu coraçãozinho, também agradeceria a Mina por ter inventado algo para fazer com Kirishima.

Estagiária Where stories live. Discover now