Capítulo 87

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Com algum custo, alcanço o celular no bolso de trás e o agarro

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Com algum custo, alcanço o celular no bolso de trás e o agarro. Tenho que fazer algo a mais do que entrar em pânico. Disco o número da emergência e quase berro no ouvido da atendente.

Explico a situação com uma falsa tranquilidade, que chega a me espantar. E a mulher do outro lado da linha garante que em dez minutos a ambulância estará aqui.

Assim que desligo, aperto Sofya contra o meu peito e beijo o topo da sua cabeça.

– Vai ficar tudo bem, amor. Eles estão vindo. Vai ficar tudo bem.

Repito essa frase pelos minutos que se seguem, não se sei para fazê-la ouvir ou para convencer a mim mesmo.

Ao ouvir a sirene estourando do lado de fora, ajeito Sofya no sofá e disparo para atender a equipe médica. Dois enfermeiros entram como um furacão, enquanto um terceiro traz uma maca junto.

Observo-os prestando os primeiros socorros com o coração na mão e antes que eu possa me lembrar de como respira, uma mulher de cabelos castanhos e presos se põe a minha frente. Eu a encaro.

– O que você é dessa moça? 

– Namorado.

Nem hesito. Não vou me preocupar se estamos brigados ou não, é o que menos importa no momento; a mulher me analisa por uns segundos e depois de fazer uma anotação na prancheta que carrega, diz:

– Temos que levá-la ao hospital. Você vai acompanhar?

– Claro!

– Então vamos.

Entro na traseira da ambulância e sento no banco. Minha mão agarra instantaneamente a sua, que agora está recebendo soro, e fecho olhos pedindo para que ela fique bem. 

O caminho para o hospital não demora muito. As portas da ambulância se abrem e os enfermeiro saltam, descendo a maca e correndo para dentro. Eu corro logo atrás e, como não poderia deixar de ser, sou barrado quando ultrapassam as portas da emergência.

Totalmente contrariado, me instalo em uma das cadeiras de plástico da área de espera e junto às mãos logo que apoio os cotovelos sobre os joelhos. Eu queria estar com ela. Deveria estar com ela. Mas tudo o que posso fazer e o que tenho feito há dias é esperar.

Acho que passou uma hora, ou talvez menos ou talvez mais. Não importa. A questão é que até o presente momento ninguém veio me dar notícias e eu já não aguento mais ir de um lado para o outro nessa maldita sala de espera. Vou e volto, ando em círculos, conto as cadeiras de cada fileira para não surtar de vez.
Mais uma hora. 

Bebo o terceiro copo de café da máquina no final do corredor e sinto a necessidade quase inconsciente de tomar o quarto. Minha cabeça dói. Não vejo um funcionário passar por aqui há muito tempo e começo a me arrepender de não ter feito o escândalo que estava arquitetando na última uma hora que passou.

𝑰𝒓𝒓𝒆𝒔𝒊𝒔𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍 𝒆 𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂́𝒗𝒆𝒍 ❃ Noany ❃Onde histórias criam vida. Descubra agora