Any Gabrielly é uma brasileira que está trabalhando em Londres como professora do ensino médio. Com todas as dificuldades de cultura e por ser nova nesse emprego, tudo de que ela não precisava era ficar à fim de um garoto de 18 anos, que ainda por c...
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Assim que entro, deparo com a diretora e outros professores, mas quem eu realmente importa não está, o que é estranho já que ele não costuma chegar atrasado. Não sei se fico feliz ou preocupada.
– Bom dia. – cumprimento a todos.
Ponho as coisas sobre a mesa e, como todos os dias, verifico o cronograma de aulas e organizo os conteúdos de cada classe. Por uns minutos, distraio-me com esses afazeres, até notar que um dos livros que preciso para hoje não está dentro da pasta e se não está aqui, só pode significar que deixei em casa. Ótimo...!
– Puta que...
Contenho o palavrão ao ver o professor de biologia passar. Apesar de quase soltar em português, com certeza minha cara denunciaria que boa coisa não era.
Olho para o relógio e percebo que faltam pouco mais de vinte minutos para bater o sinal, tempo suficiente para correr até a biblioteca e procurar o bendito livro.
Saio às pressas em direção ao quarto andar, subo as escadas o mais rápido que consigo e só paro diante as duas portas de madeira escura para recuperar o fôlego e constatar que a plaquinha de 'aberto' está pendurada para então entrar.
Com cuidado para não fazer barulho, empurro a porta da - mais do que - espaçosa biblioteca e vejo que não há ninguém, nem mesmo a senhora que costuma ficar antes que os alunos venham no horário da tarde.
– Onde está esse bendito livro?
Procuro com o olhar um instante e logo encontro a plaquinha com o nome 'literatura' escrito. Ok, primeiro passo dado. Agora só falta entrar nos cinco corredores dessa seção atrás do que eu preciso, o que provavelmente vai tomar mais do meu tempo do que eu imaginava já que a senhorinha não está aqui para me ajudar a achar.
Tem como isso ficar melhor?!
Sem ter outra alternativa, solto um suspiro e vou em busca do livro. Adentro no corredor principal e me guio conforme as letras que identificam cada estante. Passo a primeira. Vou para a segunda, entro, dou uma olhadinha e não encontro. Sigo para a terceira e faço o mesmo de antes, olho alguns livros e não encontro.
– Por Deus, onde está essa porcaria de livro?
Com as mãos na cintura, observo as prateleiras de cima, pensando em qual lugar os alunos ou a senhorinha possam tê-lo colocado, pensamento este que é interrompido por um barulho estranho que repentinamente chama a minha atenção.
Em alerta, olho para a entrada do corredor e tento escutar qualquer som. Porém, antes que eu possa distinguir o que seja, um vulto vindo do inferno surge a minha frente.
– AAAAHHHHH!!!
Solto um grito, sem dar a mínima por estar em uma biblioteca e coloco a mão sobre o peito tamanho o susto que acabo de tomar. Céus, por um triz que não tenho um ataque cardíaco; respiro fundo para me acalmar e só então olho para o garoto parado diante mim, um pouco assustado, provavelmente pelo grito que dei.