Quebra-Cabeça

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*Especial POV – Sakusa*



Komori olhava para mim como se eu fosse um ser de outro planeta – O que é?

-Nada – ele respondeu, eu absolutamente odiava quando me davam respostas vagas e sem fundamentos e o líbero sabia muito bem disso, portanto completou – É só que, você parece outra pessoa quando o assunto é [Nome].

Franzi o meu cenho – Não pareço.

-Continue mentindo para si mesmo.

Certo, mentir. Não tinha mérito nenhum em mentir, mas eu realmente não achava que agia de maneira diferente quando ela estava por perto. Quero dizer eu confio na garota, [Nome] era inteligente, descente e uma pessoa agradável de se ter por perto, sem falar que era provavelmente a única que não tentou se aproximar por interesse.

Além de contribuir positivamente para o time.

Eu ouvia do treinador e dos outros garotos o quanto ela era observadora, e também como ajudava os técnicos na questão dos treinos e burocráticas. Sem falar a dedicação em suas tarefas, ela comum ver ela ficar a mais depois do treino apenas para arrumar os coletes para o treino do dia seguinte.

Mas era somente isso mesmo? Ou esse apenas era meu mantra para pensar que não existia nada demais?

A gerente era interessante, mais do que isso ela parecia ser algo desconhecido. Era como um quebra-cabeça complexo que eu não fazia a menor ideia de como montar ao mesmo tempo que a garota era madura com suas responsabilidades conseguia ser inocente com coisas bobas, uma empatia e um entendimento sobre o próximo que ia além da minha compreensão.

E pelo que eu me lembro de Hisao-san falando, foram as situações da vida que a forçaram a ficar assim, a perda da mãe e o tempo que passou sozinha com o pai. Por mais preparação que uma pessoa tenha para passar por essa situação eu conseguia imaginar uma série de variáveis para que não desse certo.

Olhei para onde a gerente estava, sorrindo enquanto conversava com os treinadores e os jogadores mais velhos, apesar de tudo ela ainda conseguia sorrir e era o sorriso de sua mãe, puro e genuíno e principalmente sincero.

[Nome] era forte, mas ao mesmo tempo frágil.

Senti uma sensação desconhecida na boca do meu estômago, algo que eu não me lembrava de ter sentido antes mas não era ruim era algo bom, um incentivo como se tivesse levado uma dose de adrenalina.

Quando eu estava com ela não era como se tivesse alguma coisa que me irritasse, eu apenas estava ali tranquilo observando cada pequeno movimento atento. Foi assim que eu reparei na sua mania de resmungar músicas quando estava muito concentrada, ou o jeito que ficava vidrada nas partidas observando os jogadores, sua sobrancelha sempre levantava um pouco como se estivesse fazendo um grande monólogo interno.

Ela geralmente sorria sempre que falava de Hayato ou Hide com orgulho sempre presente, quando conversava com Komori ela geralmente encostava em seu braço para responder as provocações e dava tapas ocasionalmente em protesto, com Taya e a irmã de Seiji-senpai ela parecia livre.

O fantasma dos seus dedos sobre os meus ombros ainda estavam presentes, leves e gentis me fazendo desejar por um segundo eles permanecessem nas minhas costas por mais algum tempo. Komori sempre reclamava que eu começava as coisas e não parava até terminar, nas palavras dele ser "incapaz de deixar algo pela metade."

Iizuna-san nos chamou, já que entraríamos em breve no aquecimento oficial os garotos entraram empurrando os carrinhos normalmente eu deixaria a jaqueta em minha bolsa mas ficar divagando antes do jogo acabou não me permitindo fazer isso.

-Quer deixar a jaqueta comigo? Você parece estar num dilema interno do que fazer.

[Nome] se aproximou – Não é grande coisa mas tem a minha mochila, com certeza vai ser melhor do que deixar no banco ou algo do tipo.

Acabei por não responder apenas olhei para a palma da sua mão estendida e entreguei o tecido.

-É o seu primeiro jogo oficial. – falei vendo ela dobrar cuidadosamente a jaqueta e a segurar nos braços.

-Eu sei – ela me respondeu – Estou com borboletas no estômago.

-Isso não é biologicamente possível – rebati.

-É uma expressão Sakusa – ela riu – Uma sensação que deixa a sua barriga engraçada, uma mistura de animação e ansiedade, na literatura geralmente é descrito quando tem alguém apaixonado mas acho que se aplica a qualquer situação ligado a coisas que gostamos.

Uma sensação engraçada na barriga... Então é isso.




*** - Fim POV Especial




Os meninos estavam se preparando para entrar em quadra e jogar contra a Nekoma, como uma boa gerente eu havia feito a minha pesquisa. Era uma escola relativamente conhecida já havia sido mais influente mas entrou em declínio por algum tempo, começou a se recuperar nos últimos anos depois que um treinador antigo voltou para tomar as rédeas novamente.

A flexibilidade dos jogadores combinada com o sólido recebimento fazia jus ao apelido de "gatos" já tínhamos puxado todas as estatísticas a algum tempo e era fácil de perceber que o forte deles era recepção.

Significando que os meninos do time teriam que tomar o ritmo do jogo logo no início e avançar como um furacão caso contrário eles poderiam estar em maus lençóis, estava na lateral enquanto o segundo treinador ajudava com o aquecimento oficial. Olhei de relance para o time adversário o time tinha jogadores altos mas não podia dizer que tinha alguém que parecia se destacar muito, entretanto o levantador parecia ser alguém bem intrigante, assim como o líbero em uma escola famosa por sua defesa não tinha como ele não ser bom.

Os levantadores que eu conheci nos meus anos em Hyogo e aqui em Tóquio tinham se provado serem bem agressivos e energéticos, próprio Izuna-senpai era assim. Mas o número 5 do adversário parecia o tipo de pessoa que não se gostava de se mexer, o que deixava o jogo muito mais interessante pra mim como uma expectadora.

Coloquei as mãos nos meus bolsos e olhei para as ouras quadras, o time feminino da Fukurodani parecia estar se preparando para jogar também. Era uma pena que os jogos se sobrepuseram eu tinha a sensação de que deveria ser um show a parte.

Falando em show ver o time da Itachiyama numa partida oficial era muito diferente de ver eles durante um treinamento ou amistoso, olhando para eles na quadra durante a partida oficial conseguia entender o porquê deles terem a fama que tinham.

O time se reuniu enquanto Iizuna-senpai foi fazer o sorteio de quadra e primeiro movimento, se eles sacariam ou fariam a recepção, os jogadores pareciam estar tranquilos mas a pressão que eles emanavam era absurda. Eu não gostaria de estar do outro lado da quadra.

Os meninos começariam com o saque, estavam todos em suas posições o juiz deu o sinal e apitou.

Que comecem os jogos.











N/A: Ai ai ai ace-kun, tava na hora né?

Eu olho e grito BOIOLAS, tudo tchubiraum daum daum.

Será que o "casal" está perto? Eu sei, obviamente mas qual a opinião de vocês?

Até a próxima! Xx

Redamancy - (Sakusa x Leitora)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ