Para Sempre Voce

Capítulo 60

Capítulo 60

“Meu amor não será passageiro,

Te amarei de janeiro á janeiro

Até o mundo acabar”  - De janeiro á janeiro – Nando Reis

Marco

Estou a algum tempo sentado na sala de espera, quando Hernández, vem até mim.

- Marco?

Levanto-me num rompante.

- O que foi?

- Catarina já esta mais estável. Quer ir vê-la?

Movimento a cabeça em sinal afirmativo.

Ele abre espaço e eu sigo na frente. Vou andando por entre corredores, a cada passo sinto-me apreensivo.

Passo por médicos, enfermeiros,... Todos entretidos em suas funções.

Paro na porta que esta escrito UTI – Unidade  de Terapia Intensiva – meu corpo parece não aguentar.

Tenho medo, pavor do que encontrarei por trás destas portas.

Fecho meus olhos por um momento, penso em tudo o que já vivemos. Tudo o que podia dar errado, e mesmo assim, nosso amor venceu. É por essa força avassaladora que abro a porta.

O quarto branco e estéril, não nos dá alegrias ou tristezas, apenas o vazio constante. Reparo ao redor e nada prende a minha atenção.  Tomo coragem e...

Meus olhos decaem a ela!

Vou me aproximado da sua cama hospitalar e a angustia vai tomando caminho pelo meu corpo vai atravessando os sonhos, as lembranças, tudo, parece simplesmente sumir.

Ela esta pálida, muito pálida, esta... Sem vida.

Tubos e mais tubos saem por seu corpo. O momento é tão horrível, tão doloroso, que nem eu que sou médico sei para que sirvam esses tubos nesse momento.

Seus lindos cabelos dourados, estão sem brilho. Sua pele do rosto e em alguns pontos de seus braços estão bem machucados, roxos e com alguns cortes. Olho para a sua barriga que agora esta levemente ondulada, se sobressaindo por causa da manta do hospital.

Chego ainda mais perto e toco a sua mão, esta terrivelmente gelada. Não sinto mais o calor se apoderar de mim, apenas o frio. 

Minhas pernas não aguentam e eu desabo no chão.

De joelhos e com sua mão em meu rosto, eu choro.

Acho que o que eu tenho feito esses dias foi apenas isso, chorar.

Como eu queria que ela acordasse que me dissesse que tudo, absolutamente tudo, ficaria bem, que nossos filhos iriam ficar bem e que o nosso amor ficaria bem.

Como eu tenho vontade de beija-la mais, de abraça-la mais ou apenas de olhar para seu lindo rosto, fitar aqueles olhos tão profundos e tão difíceis de ler, mas ao mesmo tempo fácil de desvendar.

Como eu ficaria feliz em amar e reverenciar seu corpo com o meu, de passar as mãos em seus lindos cabelos ou de apenas te-la em meus braços, viva.

Eu daria céus e terras para isso acontecer.

Miguel Cavalcante