Capítulo 54

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Marco

Droga!

Estou desde as onze da noite na delegacia. Depois da carta da Catarina, eu entrei em estado de choque, não sabia o que fazer. Fiquei ali parado por um tempo, foi quando o medo de perdê-la foi maior e eu comecei a agir.

Sai correndo e fui ate os seguranças do hospital, segundo eles, hoje em particular seria a troca de plantão e não teria, por uma hora seguranças. Inferno! Eu havia esquecido completamente. Sai como um louco para a delegacia mais próxima, onde me encontro agora.

O delegado, o dr Miguel, começou a operação de resgate. Segundo ele, o Carlos nunca foi considerado morto, ele falsificou o exame de óbito e não fez sozinho. Ele diz que Carlos, tem um irmão que é um falsificador conhecido a muito tempo da polícia. E adivinhe quem é? O Rodrigo, aquele almofadinha, filho de uma boa égua, falsificou até o diploma de médico. Ele pôs em risco a vida de muitas pessoas que passaram por ele. E para a operação dar certo, eles precisariam de alguém que ficasse em torno da Catarina todo esse tempo, que fosse não só meu amigo, mas também amigo dela. e aquele desgraçado do Jonas, fazia o intermédio, era ele quem estava sempre junto.

Merda! Estavam bem debaixo do meu nariz, e eu não percebi isso. Depois de muito esperar na sala do delegado, o dr Miguel volta.

- Sr Denaire, tenho as câmeras de vigilância do seu hospital e da rodovia. Vamos ver se conseguimos ver a exata localização da sua esposa.

Assinto com a cabeça, nesse momento não consigo falar nada.

Catarina

Passamos a viagem inteira, eu deitada, Jonas dirigindo e o Rodrigo me olhando nada discretamente, seu olhar me causa repulsa, não sei como pude beija-lo. A van parou e o Jonas saiu, me levantei e o rodrigo me puxou pela cintura e falou bem perto do meu ouvido.

- Você ainda vai ser minha.

Empurro-o para longe.

- Nem por cima do meu cadáver.

Ele me solta e ri.

- Ai, ai... Vamos ver quando você gozar e chamar o meu nome.

Depois de ouvir isso, o enjoo me bate e sinto uma bola se forma em minha garganta, e num impulso, solto meu vômito em cima do Rodrigo.

- Ai que nojo.

A van se abre e o Jonas e o Carlos aparecem em minha frente.

Como não comi muito, agora depois de vomitar sinto-me fraca. Deito-me novamente na maca e vejo tudo girar.

- Catarina? – ouço a voz do Carlos ao longe, enquanto me perco na imensidão escura que me rodeia.

Carlos

- Catarina? – falo assim que abro a porta da van, junto com o Jonas.

O Rodrigo esta todo vomitado e a Catarina esta muito pálida, seus olhos parecem perder o foco e ela desmaia na van.

Pego Rodrigo pelo colarinho da camiseta.

- O que você fez com ela?

- Eu?

Aperto a sua garganta com as minhas mãos.

- Eu não fiz nada... – fala com uma voz esganiçada.

O solto antes que eu faça uma merda muito grande e pego meu amor em meus braço e levo em uma cabana que tem no cais do porto.

Chego e o Eduardo vem ao encontro da mãe.

- Mamãe.

- Ei calma, sua mãe desmaiou. – advirto-o.

Vou levando-a para o quarto com o Eduardo em meu encalço, deixo-a na cama e tiro seus sapatos, ponho uma manta por cima dela e faço um carinho em sua cabeça.

Deito-me ao seu lado da cama e mando o Edu ir ver televisão e a hora que a mãe levantar eu o chamo. Ele sai e aconchego Catarina em meus braços. Sinto seu perfume e sua respiração calma. Sorrio ao ver como ela esta mais bonita e ainda tem os mesmos traços de quando nos conhecemos: linda, delicada e muito gostosa.

Coloco minha cabeça no vão de seu pescoço e aspiro seu perfume e planto um beijo, vejo sua pele se arrepiar. Sorrio, ela não é imune a mim.

Marco

Estamos a mais de duas horas que estamos aqui na delegacia. Já se passa da meia noite e nada de achar a Catarina. Tenho medo que aquele desgraçado atenha levado para fora do país, então se isso acontecer, as chances de acha-la vão para nada e nunca mais a verei e nem os meus filhos crescerem.

Começo a realmente me assustar com a hipótese, se isso acontecer eu não terei o meu chão, o meu ar para respirar, não terei mais vida.

Estou sentado na sala do Miguel enquanto ele e seus homens estão procurando por alguma pista da van. Eles acham que é uma ambulância do hospital, mais segundo a enfermeira chefe que cuida das vans, todas as ambulâncias do hospital se encontram no mesmo. Não falta nenhuma.

Estou perdido em pensamentos, quando ouço a voz do Miguel.

- É. Voltamos a estaca zero. Não tem nenhuma ambulância circulando e todas que investigamos não deram em nada.

Solto um ar pesado. Que ótimo! Agora nunca mais a verei!

Para Sempre VoceWhere stories live. Discover now