Capítulo 56

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Jonas

Eu sabia que estava bem ferrado, não achei que fosse ser pego pela polícia e muito menos por aquele sem noção do marco. Se arrependimento matasse, eu já estaria morto. Não pela Catarina, eu só fiz o que tinha que ser feito, mas por não ter incendiado a ambulância. E agora eu estou aqui na delegacia, com uns vinte policias e detetives, sem contar o delegado e o marco. Podem me chamar de cagão, mas o delegado Miguel dá um medo, eu sabia da fama dele, mas nunca pensei que eu o veria pessoalmente. A parte mais difícil foi quando pedi para ver a Martha e as meninas. O delegado disse que se eu desse a localização exata do Carlos, eu as veria. E assim eu fiz, falei que eles estavam em uma cabana no porto Agnello.

Só espero não me arrepender!

Carlos

Depois de acalmar minha amorinha - um apelido doce que dei a ela em nossa primeira vez – sai e fui para a sala, onde encontrei o Rodrigo, ele estava sentado confortavelmente em meu sofá. Assim que me viu, pôs-se de pé rapidamente.

- Então, quando vou poder tomar o que é meu?

Ri com o que ele disse.

- E o que exatamente É SEU?

Ele olha para mim, visivelmente confuso.

- Temos um trato, a Catarina, lembra?

 Ri ainda mais.

- Você é muito engraçado, sabia? Eu nunca faria isso.

- Faria o que, Carlos? – surpreendo-me com a Catarina atrás de  mim.

Sorrio amplamente para o meu amor.

- Venha cá, querida. Rodrigo estava me contando uma piada.

Ela se aproxima e sinto-a mais receptiva. Isso é bom. Ela abraça a minha cintura e eu fico mais feliz que criança que ganhou um doce.

- Não é piada, você prometeu para mim te ajudar. – viro meu olhar para o Rodrigo, que está roxo de raiva.

- O que prometeu a ele? – Catarina me perguntou.

Eu ri ainda mais, me sento no sofá e puxo Catarina para o meu colo, ela se aconchega em meus braços.

- Fala Rodrigo, o que eu te prometi que faria você me ajudar igual um cachorrinho obediente. – falo com o sarcasmo escorrendo pela minha boca.

- Me prometeu uma noite com você, Catarina.

Sinto-a ficar tensa e ela olha para mim.

- Fez isso?

Olho para ela e passo os dedos por seu rosto delicado, vejo que ela tem a testa franzida e um vinculo em sua testa linda.

- Eu JAMAIS deixaria algo assim acontecer, não com o amor da minha vida.

- O QUÊ? VOCÊ ME PROMETEU.

Olho para ele com um sorriso zombeteiro no rosto.

- eu menti.

- EU SÓ ENTREI NESSA ENRASCADA POR QUE ME PROMETEU QUE EU IRIA TER UMA NOITE DE AMOR COM A CATARINA! – ele explode e da sua boca só saem merdas.

Deixei ele se acalmar, enquanto eu olho indiscretamente para ele. Ele anda pela sala e acho até que ele seria capaz de afundar o chão.

- Um segundo amor – falo para Catarina, ela sai do meu colo e eu a coloco sentada novamente na poltrona. Vou até o Rodrigo e coloco a mão em seu ombro.

- Meu caro irmão tenho uma historinha para contar... Sabe meu amor – nesse momento olho para Catarina – depois de uns dois anos que eu lhe deixei, para sua própria proteção, eu descobri que a minha mãe era uma perfeita vagabunda.

Vejo Catarina arregalar os olhos.

- Minha mãe era amante do pai do rodrigo e quando a mulher dele descobriu, bateu tanto na vadia que nem a própria mãe a reconheceu depois. Quando tudo se acalmou, ela procurou o pai dele novamente, mas não para o sexo, e sim para dizer que estava gravida e que queria um bom dinheiro para continuar com a gravidez. Ele deu trezentos mil para ela continuar, depois quando ela ganhou, não queria entregar o moleque – apontou para o Rodrigo – de graça. O cara deu mais quarenta mil. Ela o deu para o pai, e anos depois conheceu o meu. João era perdidamente apaixonado por ela, depois de meses, ela descobriu que estava gravida e ele foi a loucura por saber que estava esperando o primeiro filho. Quando eu tinha dois meses, meu pai descobriu que a Vilma o traia com o pai do marco.

Vejo Catarina olhar sem entender nada.

- O marco palhaço.

Quando finalmente a ficha caiu, ela arregala os olhos.

- O marco é seu irmão?

Catarina

- O marco é seu irmão? – falei, mas não consegui acreditar no que ele me falou.

Carlos e Rodrigo se sentaram no sofá a minha frente.

- Coincidência não? O seu primeiro amor e pai do seu primogênito, o seu médico e o seu “grande amor”, serem irmãos... Seria cômico se não fosse tão sério. Bom, continuando a história. Quando meu pai pegou a minha mãe de quatro e o pai do marco a comendo por trás em sua própria cama, meu pai decidiu trai-la. Contou para a mãe do marco o que havia descoberto, e a mulher louca de raiva aceitou passar uma noite com meu pai. E dai dois meses depois descobriu que estava grávida. E a partir dai cada um seguiu seu caminho e eu, como irmão mais amoroso, que sonha ver os irmãos juntos, resolvi voltar e reencontrá-los.

Carlos se levanta e vai até uma estante que tem perto do sofá e retira de lá uma arma.

- Imaginem o susto que tomo, quando vejo meus dois irmãos brigando pela MINHA MULHER. Tsc, tsc, tsc, isso não esta certo.

Ele vem até mim e me dá um selinho.

- Pela nossa felicidade.

Vira-se rapidamente e atira no Rodrigo, que é pego de surpresa e morre com um tiro certeiro no peito.

Para Sempre VoceWhere stories live. Discover now