Capítulo 3 - Preparando meu espírito

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Segunda. Meu dia começou cedo, como sempre. Tomei um justo banho, mas muito a contragosto, visto que desejava nunca mais perder aquele cheiro dela em mim... Estava disposto a começar a semana diferente. Longe do passado, que morrera naquela manhã de sábado.

Queria rever muitas coisas e ter todo o tempo do mundo para ela. Quando estava no ônibus, meu telefone tocou. Claro, quem mais poderia ser? Beth deu-me um "bom dia" caloroso! Fiquei feliz de ouvir a voz dela.

Não coincidentemente, ela também estava num ônibus, indo para seu trabalho. Elizabeth trabalhava no escritório de uma construtora. Seu pai, Joseph, já fora sócio de lá, mas se retirou há alguns anos.

Ainda assim, ele tinha influência na empresa e colocou sua filha na parte administrativa. Beth não quis seguir a carreira do pai, preferiu a parte burocrática da coisa... Não conseguimos nos encontrar, infelizmente.

Chegando ao trabalho, Natália, aquela alta que eu já mencionei, se aproximou curiosa e lançou:

— Como foi? Deu certo?

Respondi que sim, que fora muito bom – fui comedido no entusiasmo – mas não dei pistas sobre como ela era. Não sabia o que aconteceria mais tarde...

Natália se deu por satisfeita e disse que eu estava no caminho certo, desejando-me boa sorte "nesta nova caminhada". Nunca esperei algo assim vindo da parte dela e novamente gostei de sua intromissão.

Após a sirene do jornal, muito rapidamente "corri" até o ponto e registrei. Apertado naquele caixa de aço suspensa por cabos, eu fiquei pensando em leva-la para almoçar em um lugar melhor, que aquele barzinho da XV...

Quando saí do elevador, Elizabeth já estava ali, na recepção do edifício, chamando atenção com sua beleza fenomenal. Ao me aproximar, tirou os óculos e pude – assim como os que passavam – divisar seus belos olhos verdes.

Alguns caras do escritório passaram por mim com caras atônitas. Quem era ela? Reginaldo como uma deusa dessas? Imaginei os questionamentos. O beijo dela em mim os fulminara completamente.

Beth me disse que mudara o visual e sugeriu que eu fizesse o mesmo. Aceitei, afinal, éramos "novos". Já saberia que mais tarde, passaria o cartão... Maravilhosa aos meus olhos, ela parecia muito feliz.

Sempre sorrindo, ela emanava uma energia que me botava para cima. Entre olhares e toques, enquanto comíamos, Beth iniciou seu projeto de vida, que começara por uma preparação.

— Precisamos marcar uma data para você ver meus pais – falou.

Senti um friozinho na barriga. Longe da "britanidade" dela, fiquei pensando em como me comportaria diante deles. Queria passar uma boa impressão, mas não seria forçado. Teria de ser eu mesmo.

Concordei. Precisava mesmo me apresentar a Joseph e Ana Maria, contudo, Elizabeth disse que primeiro "prepararia o espírito deles". Não entendi exatamente essa parte, justamente por ser eu que precisava me preparar...

Decidimos nos ver no final da tarde, quando eu iria fazer umas compras. Precisa de roupas novas e não queria ficar andando com ela, tendo um visual repetitivo. Agora eu era um "novo" Reginaldo.

A doce Beth concordou e ajudar-me-ia a compor meu novo armário. Isso nos animou, sendo o nosso primeiro compromisso com uma causa além dos sentimentos.

Com o fim do expediente, fomos a uma loja de roupas e lá, na seção masculina, escolhemos o meu novo visual. Calças novas, camisas ainda mais, blusas de inverno, etc.

Não lembro quanto gastei, mas pode ter certeza, que fora 50% mais do que eu gastaria normalmente. Culpa de quem? Dela, é claro. É aquilo, nunca faça compras com mulheres...

O que ela viu em mim? - Volume 1Where stories live. Discover now