Capítulo 7 - Coincidência não existe mesmo!

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Arrumei-me todo para ela, aliás, para eles. Passava pouco das 18 horas e o anel de Elizabeth estava devidamente oculto dentro do blazer. Pronto para sair, reparei naquele CD que eu pretendia dar a ela e o embrulho para presente estava intacto.

Queria muito presenteá-la, mas meus pensamentos foram parar no despachante de veículos. E agora, Reginaldo, leva ou não? Que mal havia naquele CD? Nenhum, eu imaginei. Não havia sido violado, como dissera antes, então, decidi fechá-lo e levar.

Porém, precisava de um cartão. Onde? Como? Em cima da hora? Não havia jeito de escrever nada sem um cartão. Daria mesmo sem isso, afinal, nunca havia dado presente a mulher alguma, quer dizer, namorada... Quando saí no portão, todos haviam entrado e fiquei aliviado, visto que, não ficariam ali sofrendo, muito menos ela...

Parei o Fusca em frente ao portão da casa de Elizabeth, pois, havia carros nas vagas comuns. No meu relógio eram exatamente 19:00h e, olhando para dentro, no alto da pequena escada, minha namorada se apresentava majestosa.

Seus cabelos loiros estavam presos em um coque estilizado, mas com duas mechas que caíam sobre os lados de sua face delicada. Os lábios estavam devidamente untados com batom brilhante, de cor rosa.

Este combinava com as rosas e detalhes floridos daquele belo vestido azul, com seus ombros cortados e mangas longas com babados curtos. O vestido ia até pouco abaixo do joelho e não pude deixar de reparar em suas sandálias brancas de salto alto.

Se Elizabeth já era linda vestida simplesmente, imagina produzida. Veio em minha direção sorrindo e com aqueles olhos verdes inconfundíveis.

— Oi meu amor, se quiser, pode botar o Fusca aqui dentro.

Ela falou com sorriso conquistador, o qual sempre me fazia derreter... Concordei, contudo, eu mesmo abri o portão, pois, não a deixaria fazer esse esforço extra. Antes de me dirigir ao Fusca, Beth me pegou pela mão e me deu um selinho para não manchar a boca, dizendo baixinho:

— Você está lindo.

Com um trilhão de respostas na mente, saiu apenas:

— Imagina você...

Rimos, afinal, ela estava deslumbrante e eu apenas mais ou menos... Coloquei o Fusca para dentro, cruzando a fronteira da pequena "Inglaterra". Entrei com o CD, mas ela nem percebeu, já que, assim como eu, também estava visivelmente ansiosa.

Ao passar pela porta dupla, na sala da lareira, em pé estavam Sir Joseph e dona Ana Maria. O pai de Elizabeth não estava tão britânico como eu pensara. Vestia um blazer marrom claro, mas estava impecável.

Tinha o rosto largo e alto, bem como olhos verdes, iguais aos de Elizabeth. O cabelo loiro penteado de lado parecia pintado com tintura e não havia fios brancos. Tinham um ar sério, exatamente como eu vira no estacionamento e guardava uma das mãos no bolso.

Ao lado, Ana Maria estava em um belo vestido branco com faixas e desenhos pretos. Seus cabelos negros amarrados em uma longa trança a faziam ficar mais jovem. Deixara alguns fios à mostra, perto dos olhos castanhos bem claros, que adornavam o rosto levemente redondo.

Era uma mulher muito bonita aos 52 anos e tinha um belo sorriso no rosto. Cumprimentei o casal com Elizabeth fazendo as honras. Nesse momento, ao me dirigir à Ana Maria, após seu nome ser dito pela filha e eu dizer "prazer, Reginaldo", a mãe da princesa falou:

— Você é como eu imaginava.

Disse isso enquanto segurava minha mão, mas fiquei sem jeito. Joseph interrogou sua esposa com o olhar, mas ela esquivou-se. Para não ser indelicado, perguntei:

O que ela viu em mim? - Volume 1Où les histoires vivent. Découvrez maintenant