seis

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8 anos atrás

ANTES










            𝗘𝗨 𝗡𝗔̃𝗢 𝗦𝗔𝗕𝗜𝗔 𝗢 𝗤𝗨𝗘 𝗙𝗔𝗭𝗘𝗥. Se matava o imbecil, se abraçava Meri até ela parar de chorar ou se ficava chocada.

Eu odeio os homens. Todos eles que queimem em uma fogueira no inferno, principalmente Daniel Martin — se é que esse era mesmo o nome dele, visto que o dito cujo omitiu detalhes bastante específicos de sua vida conjugal. Só para tirar a virgindade da minha amiga e, em um passe de mágica, surgir com a namorada como se nada tivesse acontecido.

Não foi um encontro premeditado. Ficou bem óbvio quando o merda notou minha amiga na mesma cafeteria que ele e a namorada — até então inexistente — calharam de estar. 

Meri Carter, plena e fina e inabalável como é, permaneceu firme até o momento de chegarmos em casa. Só então ela se permitiu desabar.

Eu quase perdi o controle no café mesmo, confesso. Mas não queria fazer uma cena com a infeliz namorada do cara ao seu lado — mais por consideração à desconhecida e à Meri. Nada a ver com a vontade irreal de assegurar a falsa reputação de homem fiel de Daniel. O idiota mau-caráter que se ferrasse bem longe da minha amiga.

– Meri, me fala onde ele mora. Pelo amor de Deus, eu preciso acabar com a raça dele. – Ela apenas balança a cabeça, enquanto tentava inutilmente segurar o choro. Sua pele de alabastro já estava completamente vermelha e melecada a esse ponto.

Me acomodo na beirada de sua cama, sentando ao seu lado. Analiso minha amiga com preocupação. Jamais vira Meri chorar assim por ninguém antes. E é por conta dessa constatação que decido tomar uma atitude. Ergo meu corpo do colchão, determinada.

– Aonde você vai? – pergunta, os olhos vermelhos e inchados se arregalando. Odeio aquele cara por deixá-la assim, tão frágil, tão não Meri.

– Vou resolver essa merda. – Saio do cômodo antes de receber uma resposta, pisando duro e com as mãos cerradas ao lado do corpo.

Alguns passos adiante, no longo corredor do segundo andar da casa dos Carter, estou frente a frente com a porta branca do quarto de Luke. Esmurro a superfície de madeira, impaciente e cheia de raiva querendo ser liberta.

O que foi, inferno? – É o que diz ao abrir a porta. Luke Ryan trajava nada além de uma calça velha de moletom cinza, o cabelo estava em um caos organizado e o rosto marcado pelo sono. Acho que acabei de acordá-lo. Foda-se.

Luke faz uma careta de asco quando seus olhos focalizam em mim.

– Ah, é você. – ele cruza os braços sobre o peitoral e se apoia despretensiosamente no batente da porta. – O próprio diabo. O que você quer? Destruir a minha vida semana passada não foi o bastante?

Sinto uma vontade desesperadora de soltar uma gargalhada na cara de pau dele. Traduzindo: com destruir sua vida, o Carter insuportável quis dizer quebrar em pedacinhos seu precioso videogame. Não é algo que eu me orgulhe hoje, porém, em minha defesa, Luke passou dos limites primeiro.

Abano uma das mãos no ar, dispensando a cortesia.

– Não é nada disso, seu idiota. É a Meri.

Rapidamente, sua postura carrancuda e defensiva se transforma, e o lado irmão gêmeo super-protetor vem à tona.

– O que aconteceu com ela?

Sempre Foi Você #1 [REESCRITA]Where stories live. Discover now