15. Run

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Não revi!

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“Harry!” Eu grito, pondo-me de pé. Mas, assim que o faço, vejo que há muita gente à minha volta em fatos a segurar-me. O Harry olha para eles e para mim por um momento, analisando as coisas.

Primeiro, eu pensei que fossem inimigos do Harry.

Mas, logo de seguida, eu apercebi-me quando ele olhou-os e não fez absolutamente nada, que eles simplesmente trabalhavam para ele e que muito provavelmente, estavam a seguir ordens.

“Menina, pare. Nós não lhe vamos fazer mal.” Um dos homens tenta acalmar-me, pois eu estou a espernear nos braços deles.

Eles estão a tentar aplicar o mínimo de força possível, porque eles sabem que se me magoarem, o Harry não ficará muito feliz. Bem pelo contrário.

“Vocês tem de parar o Harry! Ele vai matar aquele homem! Ele simplesmente veio contra mim! É normal! São coisas que acontecem! Parem-no!” Eu já não consigo ver o Harry e o outro homem, porém a última vez que vi, ele estava a dizer-lhe alguma coisa enquanto o estrangulava e o homem não parecia ter muito mais tempo de vida.

“Desculpe, Menina, mas não há nada que possamos fazer.” Outro homem diz, mal me mete dentro do carro, trancando-me logo de seguida.

Eu levo as mãos à cara, chorando.

Eu tentei, Zeverus. Eu juro que tentei.

Tenho quase a certeza que o Harry matou aquele homem e ele não fez nada! Matar uma pessoa porque ela foi contra mim? Que raio?! Ele simplesmente veio contra mim, o que é a coisa mais natural de sempre! Eu farto-me de ir contra pessoas, eu sou desajeitada e talvez ele também fosse!

A morte de uma pessoa foi culpa minha e eu nem sei como lidar com isso.

Eu não sei durante quanto tempo eu fico ali, a chorar, talvez foram meros minutos, talvez foram horas.

Eu só sei que ainda estou a chorar quando o Harry entra no carro, batendo com toda a força a porta.

Eu sei que é ele devido ao cheiro, porque eu não olho para ele. Eu deixo as lágrimas correrem pelo meu rosto enquanto olho para a janela com a cabeça encostada contra ela, sempre com o cabelo a construir uma barreira entre mim e o Harry.

Ele começa a o carro e nada diz e limita-se a conduzir.

“Tu és um caralho de merda.” Eu sou a primeira a interromper o silêncio e embora lágrimas ainda estejam a escorrer pelo meu rosto fora, a minha voz é forte e dura. “E eu tenho pena de mim por ser a tua alma gémea. Eu nunca pensei que fosse tão má pessoa ao ponto de ter de ser castigada com um futuro tão miserável como é este ao teu lado.” Eu cuspo.

Eu finalmente olho para ele e ele já está a olhar-me intensamente.

“Eu até estava feliz com o facto de quereres-me levar ao shopping e não passares este dia a ignorar-me, novamente. Eu até estava-me a divertir e eu estava feliz com o novo telemóvel, e até estava-me a sentir confortável e esperançosa o suficiente para estar prestes a pedir-te para dares um telemóvel aos meus pais para que eu pudesse falar com eles.” Eu riu sarcasticamente. “Agora que penso nisso é claro que dirias que não. Tu? Fazeres um ato simpático?” Eu volto a rir forçadamente. “Claro que nunca o farias. Pessoas tão más e arrogantes como tu nunca fariam nada por outra pessoa. Nem mesmo pela sua alma gêmea.” Eu abano com a cabeça que não e continuo:

“Achas que foi razão suficiente teres morto aquele homem? Por ele ter vindo contra mim?!” O meu tom de voz começa a subir. “Achas?! Como é que eu vou viver agora comigo mesma?! Sabendo que fui a causadora da morte de alguém!” Eu grito. “Lá por matares pessoas e seres cruel da maneira que és, não quer dizer que eu também seja!”

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