Fontes termais

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Por incrível que pareça aquela manhã estava irritantemente ensolarada na capital. No portão principal era possível ver os guardas entrando e saindo a todo momento, a movimentação por ali parecia ser a pior.

O estábulo ficava perto do portão e Peter estava extremamente feliz em rever seu cavalo, mas Alce não parecia tão empolgado com o reencontro e o animal relinchou e virou a cara em questão de segundos.

– Qual é. – diz Peter, com um sorriso. – Não sentiu minha falta?

Alce relincha mais uma vez e não parecia nem um pouco afim de trocar uma palavra com seu dono.

– Problemas? – pergunta Peach, se aproximando.

– Não sei porque ele me odeia. – suspira Peter, cruzando os braços. – Eu trato ele com tanto amor.

Peach dá uma risadinha e Alce continua mal-humorado, mas a ruiva se aproxima do alazão e passa a mão por sua crina e logo por seu focinho. Alce era um cavalo extremamente agitado e irritado, e Peter já tinha perdido as contas de quantas vezes sua montaria havia lhe dado boas mordidas. No entanto, antes que ele pudesse avisar isso para Peach, ele viu que Alce parecia muito calmo e olhava para Peach como se ela fosse a sua amada dona.

– Como você fez isso? – pergunta Peter. – Ele geralmente odeia contato.

– Eu tenho uma certa afinidade com os animais. – responde a ruiva.

Alce parecia feliz com os carinhos de Peach e quando ela se afastou, ele ainda pediu por mais.

– Seja bonzinho com o Peter. – diz Peach. – Ele é um bom dono, não é?

Alce bufou e encarou Peter com certa raiva no olhar, mas quando o Ainsworth colocou a mão nele, o animal não fez absolutamente nada.

– Obrigado, Peach. – agradece Peter com um sorriso. – Você é realmente boa nisso.

– Não tem de quê. – ela sorri.

Aí. – chama Sebastian, que estava abrindo seu cantil de uísque. – Se os dois já pararam de paquerar podemos ir?

Peach o fuzilou com o olhar e Peter logo subiu em seu cavalo e os outros fizeram o mesmo. Sebastian parecia feliz em voltar a montar em seu alazão preto – o animal tinha uma cara de mau, mas parecia se dar bem com o dono. Cassandra estava com sua égua mecânica e Peach subira em seu cavalo caramelo – que mais parecia um mustangue extremamente bem cuidado. Peter podia não saber muitas coisas, mas de cavalos ele entendia.

– Ah, vocês estão aí. – diz Jean com um sorriso, acariciando o cavalo de Sebastian. – Vocês pegaram o serviço que todo mundo queria. Meus parabéns.

– Todos queriam ir para o oeste em uma missão quase impossível? – pergunta Cassandra.

– Não são todos que querem sair da capital para ir em uma missão tão longa e cansativa quanto essa, mas o valor e a reputação que esse serviço vai dar acaba atiçando todos os caçadores. – responde Jean. – Ainda mais se trouxerem ele vivo.

Cassandra suspirou e Peter olhou para ela imediatamente. Se todos queriam esse trabalho, então porque o governador escolheu dar justo para eles quando sabia a ligação de Cassandra com Dominic?

– Você sabe como decidiram para quem dar esse serviço? – pergunta Sebastian.

– Disseram que foram obrigados a fazer um sorteio. – responde Jean. – Mas para ser sincero, eu não acredito. Serviços complicados como esse geralmente são dados ao alto escalão. O governador deve gostar mesmo de vocês ou querer que cheguem ao topo logo. Posso imaginar o porquê.

Bounty HunterWhere stories live. Discover now