Alojamento

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Perto de onde o alojamento dos novatos caçadores de recompensas ficavam havia um bairro um tanto diferente por ali. Na entrada desse bairro havia diversas letras dos quais Peter não conseguia ler, além de que uma música relaxante preenchia o ambiente mesmo que o movimento do bairro não parasse de modo algum.

O garoto dos cabelos prateados havia acordado cedo naquela manhã nada ensolarada e desceu as escadas do apartamento e logo se encontrava naquela rua apertada mas repleta de gente indo de um lado para o outro. As vozes na multidão se misturavam e era extremamente difícil saber o que alguém estava dizendo.

Em frente aos prédios colados haviam outros prédios, mas naqueles prédios haviam diversas barraquinhas de comidas e de acessórios feito à mão. Olhando para cima era possível ver os grandes prédios quase cobrindo o céu – que por sinal, estava mais nublado e cinzento do que em qualquer outro lugar. A poluição da cidade grande era um horror.

Nas barraquinhas as pessoas tentavam ser simpáticas e sorriam para que Peter se sentisse confortável para se aproximar e comprar algo, todavia, seus bolsos estavam vazios e depois de experimentar amostras grátis de comidas estranhas e não ter dinheiro para comprar um saquinho de algo os vendedores rapidamente fechavam a cara e paravam de ser gentis. Pelo menos, Peter conseguiu provar diversos alimentos que nunca teve a chance de colocar na boca e para ser sincero – a maioria era uma merda.

Peixe cru parecia ser uma especialidade desse local e por mais que tivesse um sabor único por conta do tempero o gosto não deixava de ser esquisito. Definitivamente, o paladar de Peter não era refinado.

Além da esquisitice da comida, o som ambiente deixava Peter intrigado. Apesar da música ser ótima e relaxante o Ainsworth não entendia o motivo de certas melodias possuírem sons de pássaros ou da natureza. Mas olhando para cima e vendo a fumaça, ele conseguia ter uma pequena noção. Metade dessas pessoas nunca saiu das muralhas da capital imperial e era provável que esses belíssimos sons intrigavam elas por esse motivo de nunca terem visto o mundo lá fora ou sua rica paisagem esverdeada e repleta de animais. Peter sentia-se mal por elas.

Após ter ficado uma boa parte da manhã perambulando por aquela rua, o prateado finalmente decidiu subir as escadas e retornar para seu alojamento – que por sinal, era menor do que ele esperou que fosse.

Haviam diversos prédios colados um no outro naquele bairro e cada alojamento pertencia a um grupo de caçadores. Depois de você ter fama e subir na sua carreira como um caçador, você tinha a permissão de comprar um imóvel na cidade e desse modo sua reputação e autoridade cresciam sem muito esforço. Mas enquanto isso, Peter e os outros tinham que morar em um alojamento de dois quartos, um banheiro e uma cozinha conjugada que não caberia nem dez pessoas. Pelo menos, eles tinham uma sacada.

– Você não pode deixar suas garrafas espalhadas por ai. – dizia Peach com os braços cruzados enquanto fitava Sebastian com um olhar raivoso.

– Vai encontrar outro para perturbar, nanica. – dizia Sebastian, emborcando sua cerveja.

– Quem você chamou de nanica, seu bêbado?

– Obviamente a Cassandra que não foi, sardenta.

As bochechas de Peach queimaram de raiva e ela cerrou os punhos e pulou em cima de Sebastian em uma velocidade incrível. Enquanto ela tentava esganá-lo, ele tentava não derramar nenhum gole de cerveja e aquilo parecia que não ia acabar nem um pouco bem. Peach podia ser pequena, mas ela era muito forte e irritada.

– Parem com isso! – diz Peter assim que fecha a porta.

O Ainsworth corre até o sofá e coloca os braços embaixo dos de Peach e a tira de Sebastian o mais rápido que pode, mas ela continua a se debater e tenta acertas os pés em Sebastian que consegue desviar e se senta no sofá – já bebendo sua cerveja mais uma vez.

Bounty HunterWhere stories live. Discover now