Uma alma quebrada...
Kenna foi levada de sua casa quando era apenas uma criança, tendo sendo forçada á viver em um mundo repleto de segredos, terror e medo... Tudo aquilo que era oposto ao seu verdadeiro lar: Velaris.
Porém, agora, quase vinte anos...
∆ Esse capítulo ficou bem longo, já vou logo avisando, pessoal.
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EU NÃO DORMI. Foi por isso que consegui ouvir o momento exato que eles chegaram. Sinceramente, achei que teria mais tempo antes deles me acharem.
É claro, não era para acontecer assim. Eu deveria estar em Vallaham quando viessem atrás de mim. Aquele território era uma terra relativamente sem lei, onde eu poderia me ocultar com magia sem que ninguém percebesse e teria total liberdade para lutar e matar qualquer um que Hybern enviasse.
Ninguém notaria, eu estaria tão isolada que não arriscaria a vida de ninguém.
Mas agora eles vieram para a droga da Corte Estival.
E tudo só ia de mal á pior.
Depois que Cressida me deixou no meu quarto como quem estava apenas jogando lixo fora, estive ocupada demais pensando em Azriel para dormir.
Eu não ligava para as ofensas de Cressida ou seu escárnio evidente por mim, mas me peguei traçando os contornos da minha faca com os dedos inúmeras vezes durante o tempo que passei com ela. Seria uma morte tão fácil... Droga, foi durante aqueles pensamentos que percebi que minha mente estava mais destroçada do que eu imaginava.
Eu não podia simplesmente matar quem me irritava, pelo Caldeirão. Eu não... não queria ser igual á ela.
Eles vão se ajoelhar para nós. Por bem ou por mal, estaremos sempre no topo, criança. Você vai se sentar no trono ao meu lado, aja como tal.
E por anos eu agi; por anos eu fui igual á ela. Mas agora não mais. Nunca mais.
Por mais que eu repetisse para mim mesma que tudo que fiz em Hybern era apenas uma máscara, uma atuação para garantir minha sobrevivência, não conseguia parar aquela sensação de dúvida que corria por mim. Sempre que pensamentos ruins como o de atacar Cressida surgiam, eu duvidava seriamente se... Se era realmente uma máscara ou se aquilo, de alguma forma, era quem eu era...
Isso me assustava mais do que qualquer outra coisa.
Eu já sabia que dormir estava fora de questão. De duas, uma: ou meus pensamentos ficariam tão altos contra o silêncio da noite que eu quase enlouqueceria, ou a escuridão faria mais uma de suas visitas em forma de pesadelos nada agradáveis.
Estranhamente, nada disso aconteceu.
Não, na verdade, o que me impediu de dormir desta vez foi Azriel.
Ele foi o primeiro pensamento que tive quando deitei-me na cama depois de me banhar e trocar de roupa. Meu incrível e sedutor parceiro. No começo, foram apenas lembranças de como ele sorria ou agia, mas depois as coisas começaram á ficar um pouco indecentes. No entanto, minhas fantasias foram interrompidas quando eu senti.
