Uma alma quebrada...
Kenna foi levada de sua casa quando era apenas uma criança, tendo sendo forçada á viver em um mundo repleto de segredos, terror e medo... Tudo aquilo que era oposto ao seu verdadeiro lar: Velaris.
Porém, agora, quase vinte anos...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
ESTAVA ENCARANDO A enorme porta á minha frente desde que Azriel pousou no topo das escadarias da Casa do Vento. Ele me deslizou suavemente de seu corpo e eu fiquei ali, parada com os olhos pregados na porta.
Droga. Eu estava hesitando. Azriel também sabia disso.
- Vamos entrar? - ele perguntou, cutucando levemente meu ombro com a ponta de sua asa.
- Ou poderíamos ficar aqui. - eu disse, apertando os lábios juntos.
Deuses, eu só precisava abrir, atravessar a soleira e entrar. Provavelmente eu encontraria minha família do outro lado e então viriam as temíveis perguntas. Arhg, eu odiava as perguntas, mas amava quem as fazia, por isso ficava em uma posição complicada quando se tratava de responde-las ou não.
- Aqui. - repetiu Azriel. Ele também estava apertando os lábios, mas no caso dele era para evitar sorrir. Idiota. - Na neve e no frio?
E sem perguntas.
- A gente aguenta. - eu dei de ombros, suspirando cansada.
O negócio era que eu queria Azriel só para mim por mais um tempinho. Esse tempo que passamos juntos, apenas nós dois, no loft, foi incrível. Maravilhosamente perfeito. Voltar para o mundo real não era assim tão fácil depois de tanta felicidade.
- E você me disse para não ficar de drama? - ele arqueou uma sobrancelha provocativa para mim.
Bem, dane-se as perguntas.
- Vamos acabar logo com isso. - eu disse, estendendo minha mão para ele e colocando o melhor sorriso no meu rosto.
Dedos fortes e ásperos se encaixaram nos meus, a mão dele dando um apertão de apoio enquanto meu parceiro abria a porta e nós dois adentrávamos a casa do vento. O frio lá de fora desapareceu, sendo substituído por um ar quentinho e aconchegante.
Tudo estava silencioso quando subimos as escadas, ainda de mãos dadas, até o terceiro andar. A Casa toda era um amontoado elegante e bem construídos de andares e diversos cômodos. Era uma surpresa que ninguém havia se perdido lá dentro ainda.
No momento em que pisamos no salão de estar principal, todos os olhos se voltaram para nós.
Minha mãe e meu pai foram os primeiros que eu notei. Eles estavam sentados juntos em um dos sofás, minha mãe deitada com as costas no peito do meu pai. Sua pele estava ligeiramente suja de tinta em alguns lugares, enquanto Rhys passava os dedos por seu cabelo.
Eles deveriam estar conversando com Nestha e Cassian, que estavam sentados no sofá oposto com uma posição semelhante. Mor e Amren estavam deitas em puffs. Nyx estava no chão, as costas apoiadas em um dos sofás.
E por fim, Lucien abraçava Elain por trás ao passo que os dois assistiam o horizonte por uma das grandes sacadas. Ele cochichava no ouvido dela, e era meio fofo. Mas todo o momento deles foi substituído por preocupação quando se viraram para nos ver.
