Baila Conmigo - JJK + PJM

Parte 4.

Parecia um sonho. A sensação quente da mão que envolvia a sua em um aperto firme, mas ainda assim suave, estava mexendo com cada pedacinho de seu ser, e se não estivesse sendo segurado, certamente haveria de estar estagnado em pernas tão moles quanto água.

Seu coração tão abalado, estremecido, parecia o maior traidor de sua racionalidade, a cada batida intensa que sentia em seu peito Jungkook jurava que iria desmaiar. E talvez, de fato, faltava muito pouco para isso. Eu não posso ter um faniquito agora, se recomponha Jungkook, vamos, se recomponha agora mesmo.

O sol brilhava intenso lembrando-o que ainda era o meio da tarde, e ainda assim era como se estivesse preso em um feitiço, uma dessas cenas que acontecem à meia noite, em que ele seria preso em uma magia tão forte que não poderia mais sair. O que estou pensando? Ah, a única mágica aqui talvez seja a que tem em seus olhos.

O suor escorria por suas costas, e a palma de sua mão estava tão molhada que ele temeu que Jimin fosse soltá-la. Sua mão livre agarrou firme da calça, um lembrete de se manter centrado e presente, afinal, sua doce paixão estava o segurando pela mão.

Entretanto, como dizem, tudo o que é bom dura pouco. Jungkook acompanhava o ritmo da caminhada avidamente, e quando Jimin interrompeu as passadas rápidas, ele tombou contra as costas do dançarino com um gemido doloroso.

- Desculpe. – Jungkook sussurrou tímido.

- Esta todo bien, não foi nada. – Jimin sorriu e inclinou a cabeça encarando as bochechas rubras de seu admirador. – Estamos aqui.

- O que? – Jungkook olhou ao redor, percebendo que eles deveriam ter caminhado por no máximo uns 100 metros. Se 2 minutos de caminhada haviam se passado, foi muito, o que o fez encarar Jimin com um olhar confuso e questionador.

- Nós chegamos, neno. – Jimin sorriu e acenou para que Jungkook o acompanhasse.

Ele caminhou em direção à cerca que delimita o Paseo Puerta de Tierra, o mar brilhava em tons de verde e azul turquesa, tão refulgente quanto permitido em um dia ensolarado como aquele. A brisa salgada fazia jus ao termo tropical, e o barulho das ondas era como um canto agudo e prevalente.

Jungkook já havia passado por ali inúmeras vezes desde que iniciou o período escolar, mas nunca havia parado para observar atentamente o local. Ele sempre caminhava paralelo à ciclovia, ou quando estava muito agitado para ir até a praça, entrava na rua lateral logo ao lado da escola, e seguia caminho pelas ruas de dentro.

Ele assistiu enquanto Jimin descia um pequeno lance de escada na área cimentada e seguia para um pequeno mirante retangular. Era uma arquitetura simples feita de vigas laterais e superiores, o teto era aberto e o céu podia ser visto de qualquer parte do espaço. A grade de proteção deveria ter um pouco mais de meio metro de altura, e a vista para o mar daquele ponto era simplesmente perfeita.

Diferente do restante do trajeto, havia uma pequena extensão de grama logo à frente do mirante, um coqueiro solitário fazia parte da vista, enquanto toda a lateral da ribanceira, até aquele ponto, era revestida por uma densa vegetação. Jungkook parou ao lado de Jimin e assistiu a obra de arte que era a vista.

O azul do céu e o azul do mar se encontrando em um horizonte tão vasto e tão incógnito. A distância do oceano tão invicta quanto o homem ao seu lado parecia ser. Jungkook girou a cabeça em busca do rosto encantador, seu olhar se deparando com olhos castanhos destemidos e cobiçosos, que pareciam penetrar fundo em sua alma.

Seu corpo inteiro entrou em ebulição sob o olhar de Jimin, e ele desejou cair aos pés do dançarino apenas para adorá-lo em toda a sua transcendência. E ele poderia, tão facilmente como respirar, ele poderia. Sua destra alcançou a barra da cerca, enquanto buscava pelas forças em suas pernas.