Parte 6.

91 25 242
                                    


Os lábios eram tórridos e macios, o toque era terno, tão brando como águas tranquilas, e Jungkook sentia-se flutuando numa lagoa azul. Mil borboletas voavam em seu estômago e ele poderia jurar que ouvia sinos soando de longe, em uma melodia doce. Foi incrível.

Sua mente pareceu atingir lugares inimagináveis, e ele não podia saber se tudo aquilo era real. Seu coração continuava acelerando mais e mais, indo acima de qualquer limite existente. Aquela pequena faísca havia atingido seu corpo como um novo sopro de vida, e tudo parecia certo, tudo parecia infindável, tudo parecia mágico.

Jungkook não imaginava que apenas um beijo poderia disseminar tamanho misto de sensações e revirar todo o seu ser de ponta a cabeça. Estar ali debaixo do céu límpido, sentindo a brisa do mar tocando sua pele o lembrava que ele estava fora do universo, mas ainda assim, ele podia ver um milhão de estrelas apenas passando diante de seus olhos. E ele percebeu pela primeira vez, como é estar apaixonado.

Toda e qualquer concepção prévia sobre o que era se apaixonar estava esvaindo como cinzas lançadas ao vento. Era como se toda sua história estivesse sendo apagada e então reescrita por aqueles lábios, um novo começo, marcado para ser uma trama divina a ser vivida.

Quando o toque cessou, sua mente estava completamente em branco. Suas pálpebras tremeram com a descrença do momento, era como estar imerso em um pequeno estado de choque e confusão. Seus olhos reluziam como duas pérolas negras preparadas para compor o mais belo tesouro.

- Perdón neno. – A voz suave estava tão próxima ao seu rosto que o hálito quente cingia sua pele. – É que você parecia tão lindo olhando para o mar, que eu não aguentei. Me desculpe, eu fui...

Antes que Jimin pudesse findar o que dizia, Jungkook se jogou para frente entrelaçando os braços ao redor do pescoço disposto. Suas bocas se chocaram com força pelo impulso repentino e desordenado. O corpo de Jimin foi empurrado para trás, obrigando-o a se apoiar sobre os cotovelos para evitar cair sobre a superfície do muro.

A língua quente rompeu qualquer obstáculo invadindo os lábios carnosos. E quando Jungkook sentiu o toque úmido da boca de Jimin, ele sentiu-se vitorioso. O sabor de morango misturando-se aos resquícios da baunilha em seu paladar em um gosto tão doce que fez sua garganta arder. Os pulmões de Jungkook se encheram com doçura, e sua cabeça foi preenchida por Jimin, e apenas, Jimin.

O beijo era voraz, sedento, descoordenado, um pedido ansioso por mais e mais, como se ambos os corpos pudessem ser fundidos pelo ósculo formado. Os dedos de Jimin penetraram pelo cabelo macio em retribuição, e Jungkook sentiu como se tivesse alcançado a transcendência.

Foi a primeira vez que ele beijou um rapaz e ele nunca, nunca, nunca mesmo, imaginou que se sentiria como se caminhasse em uma estrada curvilínea, cheia de inconstâncias e surpresas. E no seu coração, foi como se uma primavera tardia desabrochasse, o enchendo de tantas coisas novas e ao mesmo tempo velhas.

Jungkook sentia uma sensação quente e brilhante se espalhar pelas suas veias, seu peito agora colado ao de Jimin, como se compartilhassem cada pequeno sentimento conforme suas respirações se encontravam. Apenas quando o ar começou a faltar em seus pulmões foi que as bocas se desuniram.

Os lábios vermelhos e ofegantes de Jungkook eram a prova viva que tudo aquilo havia sido real. E quando ele encarou o sorriso caloroso diante de si, foi como ouvir a mais bela das sinfonias. Como um rio que corre para o mar, naquele dia, o coração de Jungkook correu para Jimin.

- Cálmate neno, respira! Não vou fugir. – Jungkook enrubesceu dando-se conta de sua agitação. - Quieres devorarme?

- Eu... eu... – A vergonha o atingiu como um raio, suas bochechas esquentaram e seu olhar se desviou para o chão. – Me desculpe!

Baila Conmigo - JJK + PJMOnde as histórias ganham vida. Descobre agora