Baila Conmigo - JJK + PJM

Parte 7.

Irremediavelmente fisgado, como um peixe preso ao anzol sendo arrastado até a superfície para ser segurado, sem qualquer alternativa de escape. Sentado na areia quente, Jungkook sucumbiu mais uma vez, arrastado para o paraíso particular que era estar à mercê de Jimin e de seus encantos irrevogáveis.

Meses atrás quando seu pai havia anunciado que deveriam se mudar para Porto Rico, Jungkook não havia cogitado nem em um segundo sequer, que estaria em uma praia vestindo uma sunga por baixo da roupa, e principalmente, que estaria tão entregue há alguém como estava, não só agora, mas desde a primeira vez em que se encontraram.

Sendo franco, se ele pudesse descrever a si mesmo em uma palavra esta seria aficionado, ele era definitivamente um coração venerador, marcado por uma intensidade incorrigível. Não é como se suas afeições fossem levianas, longe disso, toda a sua atenção costumava se voltar para centros específicos, ele era tão leal ao seu objeto de afeição, como um cachorro era ao seu dono.

Entretanto, muita intensidade às vezes podia ser um problema a se lidar quando não muito bem direcionada. Felizmente, naquele lugar, contemplando Jimin em toda sua integridade, com o mar refletindo mil e um tons de azul e verde, lhe pareceu que toda sua energia estava guiada na direção certa, e ele apenas podia deixá-la ganhar mais e mais vivacidade.

Jungkook sentia-se submerso em antecipação, sensações diversas se espalhando sob sua pele apenas por encontrar o olhar de Jimin, era fácil transbordar com um olhar como aquele pesando sobre si, com tamanha impetuosidade e cobiça. Era certamente estranho sentir-se assim por outro garoto, mas estava longe de ser algo ruim.

De início sustentar o pensamento de gostar de outro homem havia sido difícil, talvez até mesmo um pouco agonizante, era algo que por alguns dias havia o enchido de medos e receios. Ainda que tão certo, podia parecer tão errado. Conversar com Jin sobre isso havia sido um escape certeiro, uma quebra de má consciência que o havia libertado de seus temores.

E então, todas as coisas que aconteceram nos seus sonhos haviam deixado de não parecerem corretas, afinal o que podia haver de errado em deixar-se sentir o que melhor se tinha no coração humano. Nunca me senti desse jeito, como se eu precisasse tanto de alguém na minha vida. Então o que poderia estar errado? Afinal, como dizem por aí, é preciso apenas um segundo para se mostrar o que significa amar. E ele queria todo o tempo do mundo para desvendar o amor.

E quanto mais ele pensava sobre isso, mais ele sentia essa atração magnética orbitando ao seu redor, uma força que se podia ser explicada, trabalhando em cada momento de contato, levando-o cada vez mais próximo, fazendo-o mergulhar de cabeça sem regresso, sem arrependimentos. Ele só queria se entregar a essa enxurrada de sentimentos, se deixar levar por essa conexão.

Ele encarou Jimin de baixo para cima, sentindo que poderia perder todo o juízo em um piscar de olhos. Mas não havia outra saída, ela só podia mergulhar naquele oceano e flutuar sobre as ondas dançantes, sejam elas impetuosas ou sejam elas de mais profunda calmaria. Não importava. Ele só correria em direção às águas, sem pensar em olhar para trás.

Jimin sorriu cativo, o sol brilhando atrás de sua cabeça dando-lhe um ar angelical, ainda que seus olhos queimassem como as profundezas do inferno. Jungkook sabia que estava sendo intimado a momentos inimagináveis no momento em que aquele olhar o havia perfurado apenas alguns segundos atrás, e seu coração fraco mais uma vez estava perdendo o compasso.

Mas ele estava nisso, ele totalmente estava nisso, e não iria perder uma oportunidade sequer. Em um impulso de coragem e certeza ele se ajoelhou na areia e arrancou a camisa, sua respiração falhando por um instante pelo nervosismo inconveniente. Levantando-se com destreza, ele lançou a camisa em cima da toalha de praia, sua bermuda seguindo o mesmo caminho logo em seguida, apenas a sunga preta contrastando com a pele alva e os cabelos vermelhos.