🗝 4

497 148 9
                                    




Não fui Trabalhar, pois tive que apresentar minha licença para visita ao Ministro.

Então eu e meus pais viemos a Alvorada dos Ministérios para nosso horário reservado com o Ministro Topper.

Formalizei tudo com Sven ontem a noite por mensagens, ainda incomodada tive que dormir na casa dos meus pais, a única vantagem foi que apesar de estar tensa com a novidade sobre minha apresentação para o Ministro, tive mais tempo para dormir.

Logo esta noite fiquei durante todo o percurso até aqui ouvindo meu pai falar sobre como serão os preparativos, em como serviria uma série de frutas com legumes grelhados e que convidaria todos os vizinhos para a celebração.

Sei que mamãe ainda não contou para ninguém, nem que ele contou, porque eles sabem que só devem falar tão logo o ministro designe alguém e dê o nome da família, somos comunicados durante uma audiência pública com o registrador presente e mais duas testemunhas, costuma ser algum colaborador do palácio dos ministérios. Logo em seguida a outra família é recebida e comunicada sobre o casamento, nós do sexo feminino temos o anúncio feito primeiro, mas o comunicado público é feito horas depois por todos os meios de comunicação para que o Estado tenha ciência.

Ali é selado o noivado e o compromisso de ambas as famílias para que os noivos tenham a oportunidade de se conhecerem melhor, de terem os encontros com descrição acompanhados de um dos pais e que até o dia do casamento, os noivos serão acompanhados pelos mesmos.

Depois é realizada uma cerimônia de noivado e só dois meses depois o casamento para as duas famílias dos noivos e quem mais desejarem convidar, o registrador fica presente durante as cerimônias.

A contra gosto, não me restou dúvidas de que me negar a fazer isso seria um erro, por mais que não goste da situação sei que é inevitável, então vim, porque sou obrigada assim como todas as mulheres da minha idade a ter que me casar.

Com um conhecido? Talvez! Com alguém que não terá nada incomum comigo? Talvez! Mas quem sabe eu não dê a mesma sorte dos meus pais e acabe criando afeto por ele antes de termos nosso primeiro filho?

Odiaria ter que mentir para meus pais, não quero sofrer um castigo, então parece mais fácil aceitar e deixar apenas meu silêncio, deixa-los conduzir meu destino, não serei nem a primeira nem a última que se casará com alguém dessa forma.

É o sistema.

São as Regras.

É a lei e ponto.

—iremos procurar algum colaborador, aproveite e vá a biblioteca—mamãe fala tão logo entra na recepção da entrada.

—sim minha mãe, com licença.

Papai está falando com alguém no balcão e tirando dúvidas, me vejo indo para a biblioteca do palácio, todos temos acesso ao acervo porque ele é público, ao entrar no lugar gigantesco sorrio, vim aqui em muitas épocas diferentes da minha vida.

Até mesmo para pesquisas da universidade, principalmente para ler livros sobre as colonizações e de caráter social, é um quesito obrigatório que nós saibamos toda a história de Navie, porque não admite-se falácias nem que se conte coisas que não existem.

Este lugar é cheio de livros de papel coisa que não dispomos tanto quanto os antigos, muitos livros foram destruídos e outros se perderam durante a grande guerra, aqui encontram-se os arquivos da família e documentos que sobraram, todos em prateleiras e separados por ordem alfabética e ano de escrita, pego um livro de história e me sento no primeiro sofá que vejo pela frente, há andares e andares de livros que podem ser acessados, mas costumo sempre ser os que falam sobre a Grande guerra.

EvergreenOnde as histórias ganham vida. Descobre agora