06 - Compartilhar

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Mesmo dentro de uma rotina pesada de trabalho, viagem e preparação para o curso nos Estados Unidos, Bianca notava as constantes mudanças no emocional de Rafaella. Ela via, ela notava, ela sentia. Assim que a mineira se mudou para o Rio, ela foi junto. A esposa não sabia, mas ela havia conseguido organizar com sua equipe para passar quinze dias na capital carioca e uma semana em São Paulo. Ficaria revezando entre as duas cidades até as gravações acabarem.

E sim, ela também estava ciente do assunto pendente entre elas. Não era viável viverem naquela ponte aérea, principalmente quando o que mais desejavam era uma vida estável para se curtirem. O lado profissional nunca era questionado pela outra. Sabiam dos fardos que tinham que carregar e carregavam felizes.

O casal era um exemplo de perseverança. Mesmo enfrentando adversidades, elas nunca desistiram de seus objetivos e graças à Bianca e à Rafaella do passado, elas sabiam do que eram capazes de aguentar. E continuariam enfrentando tudo, só que juntas e juntas... Eram mais fortes. Então mesmo com o desgaste físico e emocional, as coisas estavam dando certo. Elas se mantinham firmes, elas continuavam sendo fortes.

No início, Rafaella discutiu com Bianca. Achava uma loucura a carioca viver de ponte aérea. Pensou que isso, aos poucos, seria prejudicial para elas. Mas o que estava acontecendo era exatamente o oposto. Mais parceiras do que nunca, mais cúmplices do que nunca, mais apaixonadas do que nunca. No final das contas, foi a melhor solução.

A mineira resolveu levar os cachorros, que ficavam em Goiânia, para o Rio, já que a casa era grande e tinha um gramado que eles podiam brincar. Além de que, obviamente, sentia  falta de ter seus filhos peludos pertinho de si. Jamais esqueceria de um dos dias que chegou mais cansada, depois de gravar praticamente sem intervalos, e ouvir os latidos. Se jogou no chão e nem sabe dizer quanto tempo ficou matando a saudade.

Depois de um tempo, sentiu falta da esposa. Chegou a se questionar se ela estava no Rio ou em São Paulo, mas logo lembrou que ela foi buscar os cachorros no aeroporto. Lá do jardim, olhou para o andar superior e viu que a luz do quarto estava acesa, então levantou e entrou. Abriu a porta devagar, para não acordar Bianca caso ela estivesse dormindo.

No entanto, foi surpreendida por uma bola de pelo gigante, que pulou em suas pernas e quase a derrubou. A empresária estava sentada no chão, aguardando para ver a cara surpresa de Rafaella. E valeu a pena. Sabia o quanto ela amava os cachorros e sentia falta deles, então resolveu adicionar mais uma à família.

B: Essa é a Fofoca! - Ficou de pé e se aproximou da atriz, lhe cumprimentando com um beijo nos lábios. - Boa noite, meu amor.

R: Eu não acredito que cê fez isso, Bi. - Abraçou apertado o corpo da mulher, enterrando o rosto em seu pescoço. - Meu Deus, como eu te amo! - Segurou o rosto dela com as duas mãos. - Como você é perfeita! - Deu um beijo carinhoso. - É o amor da minha vida.

B: Esse seu sorriso... - Alisou a bochecha da mineira, retribuindo o carinho. - É a coisa mais linda desse mundo.

O momento boiola não pôde ser levado adiante, já que a nova integrante da família - que apesar de ser apenas um filhote, era enorme - pulou nelas, querendo atenção também. Rindo, elas se afastaram e sentaram no chão para brincar com Fofoca. Aquele era o tipo de momento que elas iriam eternizar em suas memórias e corações. Com a áurea leve, o amor predominava e elas entendiam que aquilo era suficiente. Tinham uma à outra e aquilo bastava.

Era sim, uma rotina cansativa, mas a calmaria estava conduzindo. Bianca contava com mais apoio no escritório, preparando Venturotti para ser seu braço direito. Seu pessoal cresceu, em número e em qualidade. Há um tempo, ela começou a delegar mais responsabilidades, dando mais autonomia para que as decisões não precisassem ser tomadas exclusivamente por ela.

DevagarinhoWhere stories live. Discover now