08 - Novos planos

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Com a indicação de Marcela em mãos, Bianca e Rafaella marcaram uma consulta inicial, em São Paulo, para entender melhor como tudo aquilo funcionaria. Elas tinham duas opções: a inseminação artificial, que era a forma mais prática ou a fertilização in vitro. Saíram do consultório com muita coisa para pensar, conversar e decidir. Ah! E muitos exames para fazer também! Mas nada daquilo era problema.

B: Amor, eu topo a gente fazer a FIV, sabe? - A carioca considerava, no caminho até a casa de dona Francisca. Depois de quase dois meses sem ver Luiza, estavam morrendo de saudade dela. - Pelo que ela falou, é tranquilo esse procedimento de coleta de óvulos.

R: Eu ia amar carregar um bebê seu, amor. - Sorriu para a esposa rapidamente, depois voltou a prestar atenção no trânsito. - Mas não se esqueça que tem todo aquele processo de estimular os óvulos e tal... Fora o procedimento em si, né?

B: Mas não é nada que vá atrapalhar, Rafa. - Pegou a mão livre dela e entrelaçou os dedos com os seus. - E, como você mesma pontuou, seria perfeito porque eu também faria parte desse processo, né?

R: Eu acho uma boa ideia, Bi. Mas como a doutora Daniela disse, vamos esperar os resultados dos exames pra poder definir com calma.

Assim que desceram do carro, Luiza já esperava no portão, dando pulinhos no lugar e batendo palmas. O sorriso daquela criança era capaz de aliviar qualquer dor que pudessem estar sentindo, iluminava qualquer dia mais sombrio e aquecia o coração de uma forma que elas não conseguiam explicar. Era amor. Simples, puro e natural. Bianca e Rafaella amavam aquela garotinha.

L: Tia Rafa! Tia Bia! - Ela gritava, olhando para a avó pedindo uma permissão silenciosa para sair pelo portão. A senhora assentiu e ela disparou na direção do casal. - Que saudade! Que saudade! - Se jogou entre as duas, recebendo um abraço desajeitado das mulheres. - Eu tava morrendo de saudade! - Fechou os olhinhos e suspirou.

Luiza ainda não era capaz de entender de forma racional o que sentia. Dizia amar Rafaella e Bianca e de fato amava, porque o sentimento se assemelhava ao que ela sentia pela avó. O que ela não entendia, era a dimensão desse amor. Quando estava perto delas, sentia o coração quentinho e muita vontade de abraçar. Ficava muito feliz quando a mineira a deixava brincar com seu cabelo, ou quando a carioca ficava um tempão conversando com ela. Ah! E o cheiro! A menina sentia uma sensação engraçada no estômago quando sentia o cheiro delas.

F: Vamos entrando, gente! - Chamou a atenção das três, depois de passar alguns minutos admirando aquela cena. Se sentia em paz e tranquila.

L: Eu aprendi a tocar uma música nova! - Segurou uma mão de cada e foi as conduzindo para dentro. - E também a minha vovó deixou eu ajudar ela a fazer um bolo com muito, muito, muito chocolate pra vocês!

B: Ah, que delícia, Lulu! - Se abaixou para pegar ela no colo, mas nem assim a menina soltou a mão de Rafaella.

R: Você vai tocar essa música pra gente ouvir? - Deixou um beijo estalado na bochecha dela.

L: Não, vai ser surpresa! - Gritou, tamanha era a sua empolgação. Ficava mais feliz ainda quando ouvia Bia e Rafa rindo junto com ela. - Eu ainda preciso ensaiar mais!

O casal levou alguns jogos de tabuleiro e quebra-cabeças de presente para a criança, já que foi o sugerido pela avó. Elas queriam mesmo era comprar a loja inteira, mas sabiam que estariam excedendo o limite. Gostavam de fazer parte da vida de Luiza, mas sempre checavam antes com dona Francisca, para respeitar a criação dela.

Rafaella se derreteu observando a esposa brincar com ela, gargalhando enquanto jogavam "cara a cara". A garotinha com a línguinha de fora, fazendo cara de sapeca ao tentar conter o riso quando sabia que estava prestes a ganhar. Bianca se esforçando para deixar a menina ganhar, mas sem que ela percebesse o que estava acontecendo.

DevagarinhoWhere stories live. Discover now