Capítulo 10

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    Ficamos especados a olhar um para o outro durante alguns momentos.

-"Não te preocupes com isso"- afirma gentilmente.

-"Okay....Já posso ir?"- não sei que dizer, nem quero dizer nada. Quase que dei de caras com ele e agora está assim? Ir lá para fora não me parece ser boa ideia, uma vez que já não tenho lugar para me sentar.
Como ele conhece a casa melhor que eu, decido tomar vantagem desse aspeto: "Sabes onde é a casa de banho?"

-"Claro, segue-me"- estende-me a mão para o acompanhar, eu faço-o de livre vontade, mas retiro segundos depois. Não quero dar falsas esperanças nem nada. Nada é dito, só se trocam olhares. -"Chegamos"- diz

-"Gracias"- entro na casa de banho.

-"Além de bonita, competidora ainda há o bônus de saber línguas"- ouço dizer quando já estou dentro do WC.

Coro ligeiramente. Agradeço-lhe novamente, mas desta vez de uma forma que ele não saiba, porque não sei se era suposto eu ouvir aquilo ou não, ou seja, um agradecimento mental, lol.
Como eu não pretendia realmente vir à casa de banho, molho a cara para refrescar e o rosado das bochechas desaparecer. Não demoro muito para sair e quando o faço ele ainda está lá.

-"Pensei que te tinhas ido embora; Já agora porque é que não estavas lá embaixo com o Pedro?"- tenho curiosidade.

-"Primeiro um <obrigado por esperar> não ficava mal, segundo ainda não tinha chegado"-  explica-se.

-"Mas não foste obrigado a ficar à minha espera."- Caminho na direção dele.

-"Verdade"- ri-se.

- "Já agora parabéns pela vitória do jogo, foi merecido"- sorrio -"Mas agora acho que devias ir lá para baixo para comemorares, uma vez que o motivo desta festa é a vossa vitória"-

-"Estás-me a mandar embora?"- questiona-me de forma engraçada.

-"Afirmativo, o motivo da festa foi a vitória, mas e se eu..."- ele aproxima-se mim e eu recuo contra a parede sem sucesso -"te dissesse que apesar de termos ganho, tu também podes ser uma boa razão para celebrar?"-
-"Como assim?"- estou verdadeiramente confusa até que sinto a mão dele a me percorrer pelo braço, fico arrepiada logo no momento, ruborizo novamente e a minha respiração está mais forte e rápida. A outra mão está apoiada na minha face, ele já se deve ter apercebido que estou neste calor interno, porque neste momento as minhas bochechas estrelavam um ovo.
Ele está a olhar para quando a cara dele se aproxima mais da minha.... MERDA não posso, ele é colega de equipa do meu irmão, não dá mesmo. Ele nunca me deu atenção? Porque agora?
Então afasto-me para trás, mas percebo que não dá mais quando bato com a cabeça na parede.
Fez barulho e doeu. Merda, auch.

-"Não consigo"- digo afastando-me, desta vez para o lado. Bati mesmo com força, começo-me a rir, porém um riso de dores e de nervos.

-"Desculpa... a sério, estás bem?"- pergunta com a preocupação estampada na voz. -"De maneira alguma te queria forçar, não quero que te sintas pressionada"- diz. Coça a parte de trás da cabeça.
Agora me estou sentindo uma estúpida, mas não conseguia mesmo.

-"Acho que estou bem, só preciso de gelo na cabeça... e sim, eu sei que não"-

-"Parece que agora estamos kits"- ele diz  e eu faço-lhe uma expressão de como quem não entendeu o que ele quis dizer, porque não entendi mesmo -"Por causa da canelada claro."- Ah!

-"Oh, entendi "- rimos os 2, mas paro porque me doi a cabeça, a pancada foi mesmo forte. Sou mesmo uma idiota.

-"Anda"- fala e conduz-me para a cozinha. Desta vez não estende a mão, como eu gostaria que o tivesse feito, então tomo iniciativa e a minha mão vai ao encontro da dele. Só porque sim.

Do outro lado da pistaWhere stories live. Discover now