Capítulo 25

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Quarta-feira

  Já é meio da manhã, e as aulas hoje estão a chegar ao fim.
Ainda bem porque não quero correr o risco de me cruzar com aquela put...bem "querida amiga" que devia estar suspensa, porém não está.

  Na aula seguinte é a minha apresentação do trabalho, tenho que estar calma. Pessoalmente, eu gosto deste tipo de avaliações.
  As apresentações de trabalhos na minha opinião preparam-nos para o nosso futuro, porque estamos a por à prova a nossa postura perante gente e a expor as nossas ideias. Isso tudo  engloba a construção e preparação, feita por nós. (e se não é deveria ser).
Isso sim é uma preparação para o futuro,  porque nós (jovens) não vamos estar por exemplo a ir pra Inglaterra com um caderno de exercícios na mão para falar com os ingleses. Não... Vamos estar é a falar.
Algo que deve ser bastante praticado na aula.

   Passo pelo bufete (local da escola onde se pode comprar comida) para comprar um misto e um santal. (um misto é um tipo de pão com queijo e fiambre. Um santal é a marca de um tipo de sumo de frutos).

-"Marta!"- chama-me o Tiago.

Aproxima-se de mim quando eu deixo a fila e já com as minhas coisas compradas.

-"Sim?"-  viro-me para o encarar e tento compor o cabelo, embora seja impedida porque tenho as duas mãos ocupadas.
Ele faz isso por mim num ato irreflectido, penso. Leva de volta as suas mãos ate aos bolsos das calças.

-"Estive a pensar... e eu falei de ti aos meus pais"- Coça a parte de trás da cabeça. Fiquei perplexa e com vergonha... e nervosa.... Porra, mas não estou a perceber onde ele quer chegar.

-"E eles?"- digo a primeira coisa que me vem à cabeça.

-"Eles querem que vás lá jantar no sábado. Não este só para a outra semana."-

-"Tenho de ver isso e arranjar uma desculpa porque a minha mãe não sabe... de nós."- digo e começo a comer o meu misto.

-"Depois diz-me alguma coisa pode ser? Agora tenho de ir."-

-"Sim, claro"-  faço-lhe o sorriso mais bonito que tenho e ele despede-se com um beijo na testa. Quase que ia deixando cair o sumo, mas pronto. Valia a pena a perda. Ou não, porque comida para mim é uma maravilha do mundo... Quando alguém nos mágoa ou ficamos tristes quem nos consola? Claramente a comida e não os amigos coloridos.

  Sento-me numa das mesas disponíveis. E, enquanto acabo de comer, volto a ler o trabalho para que a apresentação corra na perfeição como idealizo.

  Quando a campainha toca vou para a minha sala e esperar que chegue o professor.
Fico a pensar no que o Tiago me pediu, uau, é só um jantar e além disso não temos nada de mais.

Não é nada de mais Marta. Avisa-me o meu subconsciente.

Vai-se aglomerando pessoal à porta da sala quando o professor chega.

   -"Bom dia"- ele diz.

  Ninguém lhe responde, pois ninguém, exceto eu e mais a minha colega de secretária, que gosta dele e até já ouvi dizer que têm um caso. Agora se é verdade ou não, só o anjinho samaritano virgem e a larissinha da minha colega de secretária é que sabem. Ahahah.  Esta piada foi um pouco ao lado. Ficou do outro lado da inteligência. Enfim....

   Cada um senta-se nos seus respetivos lugares e o professor começa:

-"As apresentações serão feitas nesta e na próxima aula. Apenas quem me apresentar uma justificação credível é que poderá fazer a apresentação noutra altura."- levanta-se da mesa e dirige-se ao centro da sala. -"Algum voluntário que queira ser o primeiro a apresentar?"-

Do outro lado da pistaWhere stories live. Discover now