| 𝐏𝐫𝐨́𝐥𝐨𝐠𝐨 |

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Rebastan Lestrange era um dos comensais da morte que participavam do círculo interno e o membro mais leal a Lord Voldemort, quando seu mestre caiu ambos ficaram irados mas viraram um dos principais alvos do departamento de Aurores e por isso precisaram fugir para uma das casas mais isoladas da família Lestrange.

Ele passou anos tentando encontrar uma forma de trazer seu senhor de volta mas nenhuma ideia parecia ser eficaz, mas para descontar suas frustrações ele tinha seu prisioneiro, o homem que seu Lord ordenou que nunca deixassem ele tentar fugir mas também não deveria matá-lo.

Mais uma vez Rebastan estava descendo até as masmorras da casa para poder extravasar um pouco a sua raiva e frustração do dia, ele mantinha um sorriso cínico no rosto apenas por imaginar o homem gritando enquanto era mantido sobre um crucio. Aquilo o deixava satisfeito e por isso sempre um sorriso sombrio adornava seu rosto com tais pensamentos, ele sentia prazer em torturar suas vítimas e vê-las implorar pela morte.

Ele chegou na cela do prisioneiro mas não encontrou ele lá, aquilo o deixou irado. Ele abriu a cela rapidamente pensando que o homem havia fugido e realmente, quando ele esteve dentro da cela escura ele não viu o homem em canto algum.

Rebastan estava tão cego pela raiva que não percebeu dois olhos acinzentados o olhando na penumbra. Ele apenas se deu conta do que estava acontecendo quando a porta da cela foi fechada e trancada por um enorme lobo negro de olhos cinzas, e então ele se deu conta do que havia feito, ele permitiu que o prisioneiro fugisse. Ele correu em direção às grossas grades de ferro para tentar pegar as chaves do lobo, mas o animal se afastou não o entregando as chaves. Rebastan procurou por sua varinha mas ela não estava em suas vestes, então ele viu a varinha jogada distante da cela, ele havia deixado sua varinha cair quando viu que o prisioneiro não estava ali. Ele pensou em lançar um Accio mas o lobo pisou em cima do objeto fazendo ele se partir e a varinha não respondia mais a ele.

O lobo deu as costas com a chave na boca e passou a caminhar em direção ao andar de cima, o animal mancava por causa de seus ferimentos mas ele conseguiria sair daquele lugar mesmo estando machucado.

ー SEU BASTARDO! ー Rebastan gritava ー VOLTE AQUI SEU TRAIDOR DE SANGUE OU EU VOU TE MATAR QUANDO TE ENCONTRAR! ー Ele dizia mas foi ignorado pelo lobo negro que continuou seguindo seu caminho para fora da casa.

-x-

Ana caminhava em direção ao parque que tinha próxima a sua casa querendo relaxar um pouco e ignorar seus pensamentos constantes sobre o que houve no seu ano anterior com a câmara secreta. O vento frio batia no rosto da menina a deixando com as bochechas vermelhas, ela usava um casaco azul por cima de uma blusa de manga comprida cinza, uma calça jeans e um tênis All Star preto, ela carregava uma bolsinha com feitiço indetectável de expansão com algumas coisas úteis e Aura estava adormecida em seu ombro. O sol estava se pondo e aquele horário fazia frio por isso ela estava agasalhada, para não sentir frio enquanto ela estivesse no parque.

Quando ela chegou se sentou em um dos balanços que era próximo a entrada de uma clareira, onde havia enormes árvores, Ana gostava de ir naquela clareira durante as manhãs para poder ler um pouco mas nunca havia ido lá durante a noite por não ter sentido vontade alguma de entrar naquele lugar.

Ana continuava sentada se balançando devagar no brinquedo quando Aura saiu de seu ombro e correu para dentro da clareira deixando a menina assustada.

ー AURA! ー Ana gritou e correu atrás do furão.

Ana entrou bem fundo dentro da clareira e parou em um espaço aberto que estava sendo iluminado pela lua, ela viu o furão no centro do lugar e começou a caminhar até ela mas parou quando viu que ela não estava sozinha. Bem na frente de Aura havia um lobo preto e olhos cinzas ele olhava para o furão de forma curiosa.

ー Aura... ー Ela disse se aproximando.

O lobo olhou para a menina que sentiu vontade de recuar mas mudou de ideia e continuou se aproximando mais de Aura e do lobo que em momento algum fez menção de atacá-la. Ana passou a avaliar o lobo e percebeu um grande ferimento em uma de suas patas da frente, o sangue escorria do ferimento deixando a pelagem úmida por causa do líquido, os pelos negros estavam levemente sujos de poeira deixando partes da pelagem acinzentada.

ー Isso tá muito feio... ー Ana disse ainda avaliando o ferimento do lobo. Ela olhou para o mesmo e com receio perguntou ー Posso...fazer um curativo?

O lobo moveu a cabeça de forma positiva deixando a menina surpresa mas rapidamente começou a vasculhar sua bolsa em busca de remédios e bandagens, ela carregava aquela bolsinha para todos os lados para ter sempre algo essencial em mãos e o quite de primeiros socorros estava na lista de coisas essenciais. Quando ela encontrou tudo o que precisava ela começou a limpar o ferimento do lobo com um algodão e ele ficou olhando para a bolsinha da menina, ela percebeu isso e sorriu.

ー Essa bolsinha tem um espaço muito maior do que parece ー Ela disse ao lobo - Eu vou te contar um segredo ー Ana disse ー Eu sou uma bruxa, por isso eu tenho essa bolsinha. Eu sou de um mundo cheio de magia, criaturas mágicas e coisas diferentes ー Ela contou para o animal.

Aura subiu novamente no ombro da garota e se aconchegou ali, mas ficou observando Ana cuidar do ferimento do lobo, ele parecia estar muito curioso sobre a pequena furão que havia aparecido de repente.

ー Essa é a Aura ー Ela disse recebendo a atenção do lobo ー Eu coloquei esse nome porque meu pai chamava a minha mãe assim ー Ela disse com um sorriso triste ー Aura significa ouro ou luz brilhante, minha mãe tinha os olhos dourados igual aos meus e eles sempre estavam brilhando de alegria. Por isso meu pai chamava ela assim, mas eles foram mortos quando eu ainda era um bebê... ー Ana disse recebendo um olhar triste do lobo.

A garota finalizou o curativo enrolando a pata do lobo com bandagens, ela verificou mais uma vez seu trabalho e acariciou a cabeça do lobo delicadamente.

ー Você pode voltar daqui a alguns dias para eu poder verificar o machucado e trocar as bandagens? ー Ana perguntou e recebeu um aceno positivo do lobo.

Ela se levantou com um pequeno sorriso e logo se despediu do animal seguindo caminho para fora da clareira para poder ir de volta para sua casa, e o lobo se levantou ainda com a pata dolorida mas mesmo assim seguiu o caminho que estava percorrendo antes.

𝐀𝐔𝐑𝐔𝐌 | Vol.3 | 𝒉𝑎𝑟𝑟𝑦 𝑝𝑜𝑡𝑡𝑒𝑟Where stories live. Discover now