old habits

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MEU DEUS É A PATROA

Respirei aliviada quando finalmente sentei em minha cama após um longo banho. Minha família provavelmente estava em um sono profundo. Havíamos chegado da festa há algum tempo, conversamos alguns minutos enquanto guardava meus presentes e logo foram se banhar para descansar também.

Apesar de meu cansaço, desfrutei de muitos minutos de água quente em minha banheira. Precisava relaxar. O dia havia sido... estranho. Eu estava feliz por completar mais um ano de vida e ao mesmo tempo estava receosa. Por James e Camila.

Nunca havia imaginado meu ex-noivo como uma pessoa ruim, mas vê-lo no meio da festa, parecendo tão obcecado despertou um sentimento de medo dentro de mim.

Eu precisava fazer algo sobre isso.

Por outro lado, estava intrigada com todo o comportamento de Karla Camila. Em todos os nossos encontros, ela nunca esteve tão confiante quanto hoje. Isso era surpreendente, visto que eu demorei um tempo até conseguir entrar em uma parte de sua vida na qual pudesse realmente conhecer sobre ela.

Suspirei pesado mais uma vez, me virando na cama, precisava desligar alguns pensamentos, mas tudo era difícil já que minha mente fazia questão de trabalhar a mil por hora.

Abri meus olhos para tentar focar em algo que não fosse o dia de hoje e notei que o presente de Rosa ainda estava em minha mesa de cabeceira. Sentei-me na cama e recostei minhas costas na cabeceira, acendi a luz do abajur, ficando mais confortável para abrir meu presente. Pisquei os olhos algumas vezes para me acostumar com a luz repentina e desfiz o embrulho.

Era uma caixinha preta e dentro dela estavam um papel, dobrado até que ficasse do tamanho certo para encaixar ali, e um pingente de prata. Sorri pela fofura de Rosa. Ela sempre me dava presentes em meu aniversário.

Desdobrei cuidadosamente o papel e meus olhos de contemplaram com a caligrafia perfeita de Rosa em um pequeno texto.

"Lauren, sinto que posso lhe chamar assim no dia de hoje, uma vez que lhe dou essa lembrança de igual para igual. Essa data é tão importante para mim quanto é para você. Eu me alegro em saber que mais um ano se passa e você continua a ser a mesma pessoa de quando comecei a trabalhar aqui: uma mulher gentil e bondosa. Eu te vejo, Lauren, consigo enxergar que em seu coração não há nada além da bondade. Eu me orgulho em dizer que faço parte de sua vida, mesmo que apenas alguns dias por semana. Sua família mudou a vida da minha e eu serei eternamente grata por isso. É difícil escolher um presente para alguém como você, mas sua sorte é que eu te conheço desde que me entendo por gente. Eu acredito muito em minha fé, sei que sua família não é tão religiosa como a minha, mas nossa fé é tanta que eu acreditarei por todos nós. Não é sobre ter um Deus, Lauren, e sim sobre acreditar que algo melhor está por vir e que tudo ficará bem. É por isso que gostaria que ficasse com essa pequena cruz. É um presente de família, digamos assim. Você pode colocá-la em seu chaveiro, se quiser, ou onde se sentir confortável, esse pingente irá te proteger, onde estiver, eu creio em minha fé. Quero que essa seja uma lembrança de que eu nunca vou deixar de acreditar em você. Eu te vi crescer e conquistar tudo isso, e sei que há muito mais por vir. Ele está contigo, Lauren, e eu também estou. Feliz aniversário! Que o Senhor possa lhe dar toda a sabedoria necessária para que conquiste o mundo.

Com amor, Rosa."

Encarei a pequena cruz em minha mão e sorri. Rosa, mais uma vez, me surpreendia. Nós vivíamos juntas há tanto tempo que eu a considerava alguém da família, ela era. Uma mulher incrível e de uma fé incontestável. Ela acreditava em coisas que eu não era capaz.

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