nice to see you too

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Estávamos no terceiro shot de tequila quando o celular de Dinah tocou e ela precisou se retirar. Ally aproveitou o momento para pedir licença e ir ao toalete, enquanto eu apenas acenei rapidamente para o garçom. Precisava de uma garrafa de água antes que ficasse alegre demais.

Eu já estava alegre demais.

Não é segredo que eu era uma fraca para bebidas, visto que um bom vinho era o único líquido alcoólico ao qual vinha apreciando ao longo dos anos. O suor que começava a se formar em minha testa e a sensação estranha em meu estômago era a prova disso.

O nível alcoólico de meu sangue também tornava outro fator relevante: a capacidade de resistir a instintos. E tão rápido quanto pensei, meu rosto se curvou lentamente para a esquerda para que eu pudesse ter o vislumbre da silhueta.

Dela.

Foram apenas três segundos. O suficiente para notar que um homem alto, com cabelos curtos e bem vestido tinha o braço em volta de sua cintura enquanto riam sobre algo.

O nó em meu estômago se formou de forma rápida e inexplicável.

Era o que eu gostava de pensar.

Finalizei a garrafa de água e massageei as têmporas, tentando me livrar do incômodo repentino. Senti um toque suave em meu ombro direito e ergui a cabeça para encontrar dona Clara parada ao meu lado, me olhando com uma expressão divertida.

– Eu acho que essa é a primeira vez em muito tempo que vejo você passar dos limites com o álcool.

– Ah, mãe... Você sabe que nunca fui boa com isso. – Sorri para minha mãe e me levantei para abraçá-la. – Será que minha participação já conta? Me sinto cansada, gostaria de voltar...

– Nada disso, senhorita Lauren! Este é seu aniversário e você só vai embora depois que falar com cada pessoa que veio aqui te parabenizar. – Clara respondeu encenando uma voz firme.

– Nem sei porque tento, general. – Fingi bater continência e saí de perto de minha mãe enquanto ria, em passos rápidos para não correr o risco de levar alguns tapas.

E assim como dona Clara mandou, eu obedeci. Passei por todas as mesas e conversei um pouco com cada um dos convidados, agradecendo pelo carinho e por estarem ali. Cerca de quarenta minutos se passaram e dei graças a Deus quando minha mãe me chamou para cantarmos parabéns.

Nos reunimos em volta de uma mesa decorada de forma discreta e elegante. Em seu centro havia um bolo, rodeados por doces feitos à mão. Eu amava. Meu pai acendeu as velas e logo as palmas começaram. Sorri ao passar os olhos por meus convidados e notar que pela primeira vez estava cercada de pessoas que realmente se importavam comigo.

É claro que olhei para Camila também e parece até que a latina já me esperava. Ergueu sua taça de champanhe em minha direção e eu sorri de forma discreta para ela, feliz com sua presença. E tão rápido quanto se formou, meu sorriso se desfez ao notar que uma figura bem conhecida estava um pouco atrás dos outros convidados e olhava fixamente em minha direção.

Meu corpo ficou tenso e minhas mãos começaram a suar. Passei os olhos novamente entre os convidados, para me certificar de que Camila ainda estava ali e estava bem. As vozes se cessaram e meus colegas pediram para que eu fizesse um discurso. Confesso que eu estava assustada demais para falar, mas ao mesmo tempo não queria que ninguém mais se preocupasse.

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