ruin

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Vem aí!

1:03 da manhã

Era o que marcava o relógio do celular. Sentada em minha poltrona, a alguns metros da cama, eu podia ver seu corpo por completo, estava parcialmente iluminado pela luz da lua que invadia a grande janela de vidro, o que deixava suas curvas ainda mais belas.

O lençol branco cobria até o começo de suas costas, deixando metade de seu corpo perfeitamente bronzeado para fora. Seus cabelos negros e ondulados estavam jogados para um lado só e eu agradeci porque assim eu podia ver seu rosto. Seus olhos fechados serenamente e os lábios carnudos entreabertos indicavam o sono profundo em que se encontrava.

Linda até dormindo.

Seus braços abraçavam o travesseiro levemente em um gesto involuntário e desejei que eu fosse aquele objeto. Mas eu não queria acordá-lá. Desci os olhos novamente por seu corpo e apertei a taça em minha mão quando foquei no grande volume embaixo do lençol.

Uma bunda de dar inveja. E era toda minha.

Sorri enquanto bebia o resto do líquido. Um calafrio correu por meu corpo para me lembrar de minha nudez, mas eu não me movi. Meu objetivo era apreciá-la.

Minha ruína.

A garota que me destruía na mesma proporção em que me enchia de vida.

Eu nunca gostei tanto da destruição.

Deixaria que quebrasse meu coração em milhares de pedaços se isso a fizesse feliz por pelo menos um segundo.

Eu faria qualquer coisa por ela.

– Você vai ficar me olhando a noite toda ou vai deitar aqui comigo? – Sua voz rouca estava baixa, mas me assustou o suficiente para quase deixar a taça escapar de meus dedos. Coloquei o objeto na pequena mesa e dei alguns passos para me acomodar ao seu lado.

– Como soube que eu estava te olhando? – Pela primeira vez em uma hora, seu corpo mudou de posição e senti o calor que emanava dele quando deitou a cabeça em meu peito e me abraçou, assim como fazia com o travesseiro minutos antes.

– Eu sempre sei. – Dei um beijo em seus cabelos cheirosos e suspirei. Ela sempre sabia. Desde o primeiro encontro. Me leu como ninguém havia feito e me invadiu sem que eu desse permissão.

Proibido.

Se as pessoas erradas descobrissem sobre nós, tudo estaria perdido. Era tão errado estar ali, com ela em meus braços, mas por que eu me sentia tão bem?

Nós fazíamos coisas tão gostosas.

– Pensei que estivesse dormindo. – Aconcheguei-me em seu corpo e a abracei.

– Não consigo dormir com você me analisando, Lauren.

Seus olhos se abriram, ela inclinou a cabeça para trás para me olhar. Malditos castanhos.

– Eu não estava analisando, não faço mais isso. – Depositei um rápido beijo em seus lábios e ajeitei a franja que começava a cair em seus olhos. – Estava apenas admirando.

Ela sorriu. Aquele sorriso. Era por ele que eu fazia todas essas loucuras. Os dedos de sua mão esquerda contornaram minha clavícula e fizeram o caminho por todo o meu rosto até parar em meus lábios. Nossos olhos se admiravam e eu via neles o reflexo do que eu sentia.

Amor.

– Estou com vontade de dizer aquelas palavras. – O carinho de seus dedos em meu rosto cessou. Senti seu corpo se afastar do meu e suspirei quando ela se sentou sobre meu quadril, me puxando para que sentasse também e nossos rostos ficassem na mesma altura.

Você prometeu que a gente pararia se isso acontecesse, ou até antes mesmo de acontecer. – Suas duas mãos estavam em meu rosto e ela me olhava com tanta ternura, eu nunca a vi assim. Repousei minhas mãos na base de sua coluna e a puxei para perto, deixando um beijo em sua testa e voltando a encarar seus olhos.

Fogo.

Ela me beijou. Tão devagar que quase desfaleci em seus braços. Sua língua brincou com meus lábios antes de invadir minha boca e me fazer tremer da cabeça aos pés. Ela era tão boa nisso. O choque de nossas línguas foi respeitoso, bem diferente do que havia acontecido naquele quarto horas antes. Foi um beijo tão rápido... Ela sugou meu lábio inferior e me deu um último selinho ao se afastar. Suas mãos ainda estavam em meu rosto e seus dedos desenhavam pequenos círculos em minhas bochechas.

– Eu te amo. – Senti o suspiro quente que saiu de seus lábios e bateu em meu rosto, seus olhos agora brilhavam como nunca antes. Seu sorriso era tão grande que eu não pude evitar sorrir junto com ela. – Estou completamente apaixonada por você, Camila. – Senti seu corpo se mover sobre o meu e logo seus braços finos me envolveram em um abraço apertado.

– Eu te perdoo por quebrar nossa promessa, Lauren. – Seus lábios sussurraram em minha orelha e meu corpo todo se arrepiou novamente. – Porque eu também quebrei.

Ela me amava de volta.

E isso bastava.

Espero que gostem!

Até já!

TwistedWhere stories live. Discover now