Capítulo Quatro

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Capítulo Quatro.

"Banguela? Eu pensei que você tivesse... Dentes!"

— Onde pensa que vai, mocinho? — Bocão gritou sobre o quase insuportável som do martelo se chocando com o metal da espada que estava forjando naquele momento. — Sequer terminou seu trabalho.

— Qual é, Bocão? Preciso de um tempo para me preparar para a próxima aula hoje à tarde, todos os outros alunos fazem isso.

— Nenhum outro aluno fica apenas correndo de um lado para o outro, Harry. — Bocão revirou os olhos, continuando seu trabalho. O jovem Potter bufou, passando sua bagagem muito pesada de um ombro para o outro.

— Não irei me meter em encrenca, compenso quando voltar, eu prometo. — Disse apressado, já saltitando para fora da oficina. Bocão tentou protestar, desistindo quando o magricela já corria longe demais para ser ouvido.

— Espero que você não demore para voltar, James, esse aqui não parece que está tramando boa coisa. — Resmungou irritadiço, porém com um pequeno sorriso nos lábios.

Harry corria com um sorriso no rosto, ignorando as pessoas em sua volta que vez ou outra lhe gritavam para não destruir nada. Saiu da aldeia rapidamente, se certificando de que não havia sido seguido ou algo parecido.

O caminho para o desconhecido vale escondido pelas paredes rochosas já estava muito bem gravado em sua mente, não demorou muito para chegar ao local, descendo habilmente dessa vez, seguindo pelas rochas firmes até passar para o lado de dentro.

— Banguela? — Gritou, olhando ao redor, alguns pássaros alçaram voo das árvores que haviam ali quando sua voz, fina demais para um homem viking, atrapalhou a calmaria do lugar. — Banguela? Onde você está?

Será que o dragão havia finalmente conseguido voar e sair dali? Harry sentiu seu peito apertar, por alguma razão não gostava da ideia de que ele não pudesse vê-lo novamente.

Um rosnado atrás de si o fez saltar, virando-se apressado para encarar sorridente a criatura que se aproximava, dessa vez caminhando com menos hesitação em sua direção se comparado as primeiras vezes em que Harry se atreveu a encontrá-lo.

O dragão, cujo Harry decidiu chamar de Banguela, o encarava com seus enormes olhos azuis cintilantes, farejando o ar e direcionando seu olhar para a bagagem em seus ombros.

— Eu trouxe comida. — Harry se apressou em dizer, retirando com cuidado a bagagem para o chão, sem movimentos bruscos. O jovem viking a abriu virando-a para baixo, deixando inúmeros peixes caírem sobre o gramado.

O dragão soltou um som alto de contentamento antes de avançar sobre os peixes, lambendo uma vez antes de mastigá-los com pressa.

Harry riu, pensando em sentar-se, se assustando quando um estrondoso rugido fez sua espinha congelar.

O Fúria da Noite estava se afastando, os dentes enormes à vista e um olhar selvagem para alguma coisa no chão. Harry seguiu seu olhar, encontrando uma enguia entre os peixes.

Oh.

— Calminha! Eu não sabia que não gostava de enguias, também não sou fã. — Se apressou em dizer, alcançando a enguia com o pé e a chutando para dentro do lago. Quando encarou a fera novamente, ela lhe observava atentamente.

Como Treinar Seu Dragão | DrarryWhere stories live. Discover now