Capítulo Treze

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Capítulo Treze.

"Você estava certo no que disse lá, não é um de nós, não é um Viking!"

— Não sei qual será o dragão. — Harry suspirou, chateado. Ele estava sentado em volta da mesa, observando Draco, que mexia a colher de pau em meio ao molho sobre o fogo. — Tem certeza que não precisa de ajuda?

— Bocão me escreveu a receita e Ha- você, já me mostrou como usar os materiais. — Draco respondeu, provando um pouco do molho avermelhado, ficando pensativo enquanto degustava.

Harry sorriu então. O dragão havia melhorado consideravelmente sua fala, além de demonstrar uma habilidade admirável em aprender coisas novas. Ler, escrever, cozinhar. É como se fosse instintivamente adaptável.

— Conseguiu ler tudo corretamente?

— Sim. Obrigado por ensinar. — Draco respondeu, lhe lançando um sorriso pequeno e charmoso.

Harry negou com a cabeça, ele ajudou sim, porém a maior parte do aprendizado devia-se exclusivamente a Draco.

De acordo com Malfoy, o dragão possuía uma capacidade de aprendizado bastante flexível e rápida. Algo que era verdadeiramente justo se parar pra pensar que a sobrevivência da espécie dava-se em parte por sua interação em meio aos humanos.

Ainda assim, Draco agradecia a Harry por todas as coisas que o — aparentemente — mais novo, lhe ensinava.

— E sobre o dragão, não se preocupe, você já sabe como resolver com todos os dragões da academia. — Draco voltou a falar depois de retirar o caldeirão do fogo. — E eu estarei por perto.

A fumaça que saia do caldeirão acabou trazendo a Harry água na boca, junto ao aroma da comida. Estava bastante apetitoso.

— Ainda assim, estou com uma sensação ruim. Toda Berk vai estar lá amanhã e esperam que eu mate. — Harry disse, apertando os nós dos dedos em nervosismo e inspirando lentamente. — Estou com medo.

Draco se aproximou, deixando o caldeirão de lado antes de se abaixar em frente a Harry, segurando sua mão porque de alguma forma os humanos se acalmavam com isso. Ele se inclinou em direção ao seu pequeno viking nada amedrontador, lambendo seu nariz e bochecha e levando Harry a rir com cócegas.

— Vai ficar tudo bem. Eu não deixarei nada acontecer com você. — Suas palavras vieram lentamente com a voz grossa do loiro.

Harry pôde sentir a sinceridade em cada letra nelas.

— Eu quem devo te proteger.

Draco sorriu de lado, mostrando uma de suas covinhas e Harry suspirou por isso. Gostava daqueles pequenos furos em suas bochechas desde a primeira vez que os viu no maior.

— Hazzi, você é pequeno para me proteger.

— Eu já disse, é algo da família da minha mãe, genética. Eu não sou pequeno.

— Os dragões brincavam com você porque parece criança, não satisfaria para ser uma presa.

Harry tinha os olhos arregalados com tamanha ousadia de Draco ao lhe passar tal informação. Potter desferiu um tapa sobre a testa do maior que riu em seguida.

O Fúria da Noite fingiu rosnar, mostrando-lhe as pupilas em fendas e os dentes afiados, os lábios repuxados em um sorriso selvagem que fez as bochechas bonitas do humano se tingirem em um vermelho brilhante.

— Eu ainda vou crescer!

— Eu não acho que isso seja possível. Apesar que seu cheiro esteja mudando, não acho que seu tamanho tenha relação a isso.

Como Treinar Seu Dragão | DrarryWhere stories live. Discover now