Capítulo Quinze

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Capítulo Quinze.

"Não vou comer meu Harry."

Cedric correu, assim como todos os outros ao seu redor quando o fogo baixou e só a fumaça estava presente. Ainda era difícil conseguir enxergar, difícil conseguir respirar, mas lutou contra isso enquanto gritava por Harry.

Não tardou para que todos os homens e mulheres estivessem gritando pelo garoto, procurando em meio a fumaça e aos restos da enorme besta abatida.

James sendo o primeiro a encontrar algo, arregalando os olhos em prantos antes de partir em disparada para onde o Fúria da Noite estava deitado. Olhos fechados, imóvel, asas juntas em volta do corpo, exceto a cabeça.

James se jogou de joelhos em frente ao dragão, chorando, os vikings se reunindo um pouco mais atrás, retirando seus capacetes conforme os segundos passavam e o ar ficava ainda mais pesado.

Nunca alguém tinha visto James Potter chorar.

Cedric levou as mãos a boca, negando com a cabeça enquanto olhava para onde o Fúria da Noite estava, sozinho. Ele soluçou, sendo amparado pelo seu gêmeo, este que tinha o rosto e olhos vermelhos perante a cena, tentando parecer forte enquanto o abraçava.

Ron e Blaise choravam mais alto quando entenderam tudo aquilo, abraçados em um Theo que parecia paralisado, olhos arregalados e boca trêmula.

— Me desculpe... p-por tu-tudo... — James soluçou, as mãos sobre o rosto enquanto ele não conseguiria lutar contra as lágrimas nem se tentasse. — Me perdoe...

Ele viu quando os olhos azuis animalescos do Fúria da Noite se entreabriram. Suas pupilas oscilando rápido demais enquanto ele parecia aos poucos acordar.

James soluçou novamente, seu corpo estremecendo em sua própria tristeza. As mãos apertadas sobre o rosto enquanto ele mal conseguia respirar.

— E-eu só... quero o meu filho de volta... — James disse em um fio de voz, suas palavras saindo emboladas por entre as lágrimas.

O Fúria da Noite piscou para o homem, as pupilas crescendo de tamanho e ele se mexeu atraindo a atenção do humano. Assim como de todos que observavam em tristeza pelo momento, e curiosidade pela fera lendária.

Então, lentamente, as asas negras brilhantes se abriram, causando uma onda de espanto. Os garotos abriram os olhos que quase saltaram para fora de órbita, levando as mãos a boca e Ron não conseguiu deixar de gritar.

James sentiu todo seu corpo levar algo como um banho de gelo sobre sua pele em febre. Se apressando em enxugar as lágrimas que só aumentaram ao ver o garoto ali.

Harry parecia desmaiado, preso entre as enormes patas de Draco. Seu peito subindo e baixando mostrava com alegria que ainda estava ali. Vivo.

— Deuses... você salvou meu filho! — James exclamou em prantos, olhando para o dragão que lhe encarou por segundos antes de se voltar para o garoto entre suas patas.

A explosão e todo o calor deveria ter destruído Harry, não deveria sobrar um fio de cabelo. Era um milagre ele estar vivo, James não podia estar mais agradecido enquanto pegava seu filho por entre as enormes patas e o trazia para seu peito.

Mesmo com toda a felicidade que parecia querer explodir em seu peito e gritar para o mundo, James não podia deixar de ficar perplexo, não exatamente assustado, mas completamente confuso com o estado de seu filho.

Harry, que respirava lentamente como se estivesse tirando um leve cochilo, estava vivo. Mas todo seu corpo parecia diferente. O fogo deveria tê-lo matado, mas de alguma forma tudo que aconteceu foi que o jovem... mudou.

Como Treinar Seu Dragão | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora