Capítulo 8

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O irmão dele sumiu, foi embora. Júnior ficou tentando me acalmar.

Viviane: Eu só quero ir pra casa, só isso.

Júnior: Vamos então.

Sai de lá voada, nem falei com ninguém, descemos andando. Amarrei o cabelo nervosa.

Júnior: Ai se eu soubesse não tinha te levado, te levei porque eu conheço o meu primo, sei que ele não ia te distratar e a gente ia ficar de boa, entende ? Eu não sabia que ia acontecer.

Viviane: Eu não conheço ninguém, Júnior. Por mas que você não tenha feito de maldade, que eu sei que não foi. Se eu puder evitar esses lugares, eu vou evitar. Eu não tenho ninguém por mim, ninguém, sou sozinha. Tirar onda com a minha cara é fácil.

Júnior: Você tem eu, para com isso. Ta maluca, me perdoa, não te levo mais pra esses lugares.

Viviane: Ta bom...-Falei calma.

Fui calada

Júnior: Eu tô chateado, na moral, eu não queria que você ficasse assim.

Viviane: Eu não cresci assim, eu não sou acostumada com isso, essa violência, essa mania de vocês de tudo que acontece, essas irritações ao extremo atoa e falar que vai matar os outros como se fosse nada. Eu sempre vivi sozinha, presa, cresci sem ninguém, simples, mais na maior paz. Eu já fui humilhada, e eu prometi a mim mesma que nunca mais ia fazer algo que me levasse a passar por humilhação novamente, e hoje eu passei vergonha mais uma vez, sem ter feito algo pra merecer aquilo.

Júnior: Eu sei, eu te peço desculpas por isso.

Viviane: Você não precisa pedir desculpa.-Abracei ele de lado.

Fomos o restante do caminho conversando, ele foi pra casa dele, entrei em casa. Deixei o chinelo perto da porta e fui pro quarto, fechei a porta, tirei a roupa, deitei na cama e fiquei quietinha, sozinha, no escuro, comecei a pensar em tantas coisas.

Coloquei minha música preferida. A morte do autotune.

Viviane: Eu juro que eu sou inseguro, a cruz que eu carrego no meu peito, eu parcelei e pago juros...

Fechei os olhos, deixei as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Me cobri com edredom, soltei o cabelo, escutei meu telefone aptar chegando mensagens, deixei ele do lado.

...

Dia seguinte...

Acordei cedo, tomei banho, dei uma geral na casa. Coloquei comida no fogo, abri a porta.

Viviane: Júnior do boquete.-bati palmas.

Ele apareceu fumando na janela

Júnior: Você me respeita, sua ninfa.

Ri

Viviane: Vem almoçar comigo.

Júnior: Agora você quer saber de mim ?

Viviane: Vem logo, aproveita e vai ali na Janete comprar coca, se não vai comer vento.

Júnior: O jeito que você me explora é diferente.

Ri

Fechei a porta, fui pra cozinha, mexi na panela do feijão, desliguei o fogo.

Fui pro banheiro, passei pano pela terceira vez pra secar, torci o pano e coloquei na porta, minha casa cheirosinha.

Júnior entrou com a coca

Viviane: Hm, delicinha só se shortinho.

Ele riu, fui pra cozinha e fui atrás dele.

Livre - Repostagem Where stories live. Discover now