Capítulo 59

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Eu só sabia rir. A minha mãe terminou de dar banho nela, saiu com ela enrolada na toalha.

Pará: Vem colocar a roupa cara.

Pérola: Não, não...-Falou desesperada.

Comecei a rir.

Pará: Para de bobeira cara, vem logo.

Maria: Deixa que eu coloco, Fernando.

Pará: Não, mãe. Deixa que eu coloco.

Maria: Ai meu Deus.

Ela saiu do quarto, puxei a bolsa da pérola e só tinha vestido ou o short e a blusa.

Pará: Vai querer usar qual ?

Maria: Exe.- Apontou pro vestido.

Peguei o vestido, a calcinha dela, peguei o sapatinho, as coisas. Sequei ela, peguei a calcinha.

Pará: Qual lado disso ?.-Falei virando e desvirando.

Pérola: Exe né pai.-Puxou a calcinha da minha mão.

Ajudei ela a vestir, a toalha presa na cabeça da menina e ela começou a gritar.

Pará: Para de gritar, calma pérola. Pelo amor de Deus.

Tirei a toalha.

Pérola: Xe quer me matar ?.-Falou afobada.

Eu comecei a rir sem parar.

Pérola: Po paieeeeê.-Jogou os cabelos pra trás sem ar.

Pará: Para de falar besteira, cara.

Terminei de colocar a roupa com muito custo, pentiei o cabelo dela devagar, coloquei o sapato, passei a colônia dela e ela ainda ficou escolhendo acessório.

Pará: Terminou ?

Pérola: Minhas unhais.- Mostrou as mãos.

Pará: Ahahaha, ata. Não. Mete o pé, vou tomar banho pra gente sair. Bora, espera lá no sofá sentada.

Ela desceu rindo. Juntei as coisas, sentei na cama já cansado, querendo ficar em casa e deitar por ali mesmo. Respirei fundo e fui tomar meu banho, dar meu jeito.

...

Entrei na laje lá de casa, o churrasco já tava quente. Geral bagunçando.

Os caras olharam rindo.

Barão: Ala ele, papai.

Pérola se encolheu.

Dinho: Oi princesa.

Pará: Da bença pro tio, vem.

Pérola: Oi.-Falou tímida.

Grudou nas minhas pernas

Dinho: Tudo bem, princesa ?

Barão: Vem aqui porra.

Pará: Calma caralho.

Peguei ela no colo

Dinho: Quer sorvete ?

Ela afirmou.

Dinho: Tio vai buscar.

[...]

Viviane Narrando

Cheguei em casa morta, só o pó. Dei uma faxina no meu quarto, lavei o banheiro, coloquei roupa pra lavar, varri a casa, passei pano, lavei cozinha, arrumei quarto de pérola.

Escutei barulho da porta, Fernando entrou com sacola.

Pará: Oi amor.-Me beijou.

Viviane: Oi.

Pará: Vai se arrumar, não ?

Viviane: Vou, cadê a pérola ?

Pará: Minha mãe.

Viviane: Ta com cheiro de álcool, bebeu ?

Pará: Bebi, mas foi pouco. Levei a pérola no churrasco, agora deixei ela na minha mãe e fui cortar o cabelo rapidinho.

Viviane: E ai, como foi ?

Pará: Depois te conto o desastre.

Viviane: Ai meu Deus.-Neguei rindo.

Terminei de secar a louça, fui pro quarto ele tirando a roupa da sacola.

Viviane: Hm, que isso hein.

Pará: Trouxe dois chinelos pra tu.

Viviane: Sério ? Ah obrigada.

Ele esticou duas sacolas, abri, uma slide rosa plataforma da colcci e uma branca da fila.

Viviane: Igual a sua, hum.-Sorri.

Ele riu.

Peguei um short jeans, um cropped lindo, deixei a slide separada. Peguei a toalha, peguei uma pro Fernando e tirei a roupa.

Pará: Que isso, papai.

Viviane: Tô fedendo cara.-Ri.

Pará: Pai come esse teu bacalhauzinho ai hein.

Cai na gargalhada.

Viviane: Bobo demais cara, não aguento.-Neguei rindo.

Entrei no banheiro, joguei a roupa no cesto e entrei no box, foi só aquela água morna cair na minha cabeça e eu comecei a relaxar.

Fernando entrou logo demais, me abraçou por trás e beijou meu pescoço. Logo ele começou a passar à mão pelos meus ombros.

Viviane: Faz massagem, faz...

Pará: Ta.

Ele começou a fazer massagem, cheguei a fechar os olhos de satisfação.

Viviane: Ai, assim.

Pará: Nem tô botando, já fica assim.

Comecei a rir, virei.

Viviane: Para de bobeira.

Beijei ele, ele me abraçou por debaixo do chuveiro.

Pará: Te amo, ta ?

Olhei pra ele meio assim, sem acreditar naquilo, naquele momento, depois de anos, tantos erros, tanta coisa coisa vivida em pouco tempo, tudo o que passou.

Viviane: Também te amo!

Ele me beijou, sorriu.

Pará: Pensei que eu tivesse te perdido de vez, perdido minha família. Desculpa por ter errado tanto com você, por ter feito escolhas ruins e ter vivido longe de vocês. Por tudo que eu te fiz.

Viviane: Nem eu esperava por isso, foram tantas coisas na nossa vida.

Pará: Obrigada por ter me dado uma filha perfeita, meu sonho, tudo da minha vida.

Sorri com os olhos cheios de lágrimas.

Pará: Vem cá.

Ele grudou em mim de uma forma, e eu comecei a chorar lembrando de tudo que eu passei, como eu cheguei lá na penha, como eu me meti em coisas doidas, vivenciei loucuras, passei por poucas e boas naquele lugar, mas foi onde eu aprendi o que era a vida, onde eu evolui e virei quem eu sou hoje, e não me deixei levar pela realidade e batalhei pra ser melhor, pra dar o melhor pela minha filha e pra mim. Agradeço por cada dificuldade e obstáculo que a vida me deu, sem isso eu não teria chego nem na metade disso tudo.

[...]

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