9.Bons sonhos

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Pov. Edward

— Você precisa fazer isso Edward. — Jasper é firme apertando o volante, seu olhar perdido no rosto de Rosalie que balança a cabeça concordando.

Depois de dias isolado em casa, fugindo do cheiro do sangue daquela humana nova em Forks, percebi que meu pior problema não envolvia minha sede por seu sangue ou a vontade de acabar com sua vida. Jessica sabia demais, tinha provas contra meu clã.

— Acham mesmo necessário matar uma estudante lerda? — Rosno controlando meus nervos, não consigo entender porque estou tão nervoso com isso — Mesmo que ela saia por aí dizendo que somos vampiros, quem acreditaria?

— Sabe que os Volturi irão aproveitar qualquer oportunidade para usar contra nosso clã. — Rosalie suspirou passando a mão pelo longo cabelo loiro, olhando para a casa ao longe, solitária em meio às montanhas.

— Posso fazer isso, irmão. — Jasper se oferece com um sorriso suave, batendo a mão em meu ombro "pode contar comigo, usarei minhas habilidades de controlar emoções". — Estou acostumado, ela nem vai sentir.

— Eu faço, é minha responsabilidade. — Ranjo os dentes afastando a mão dele com certa rudeza — Não precisam me esperar.

— Tem certeza? — Rosalie levanta a sobrancelha: "Não se finja de forte, sabemos que você é frangote".

— Tenho. — Rosno destrancando a porta, saindo para a ventania da noite.

Marcho em direção a casa, não demoro muito a achar a janela dela, subo na árvore perto checando, observo o carro dos meus irmãos sumindo de vista com a luz do farol fraca. Um trovão ecoou abafando meus passos pesados em cima do telhado, agacho encarando a janela de madeira branca, com um puxão a tranca se quebra em um ruído baixo.

Entro devagar passando uma perna de cada vez, ouço a respiração baixa de Jessica, dou um passo a frente meio espantado com as fotos minhas grudadas nas paredes, é pior do que eu imaginei, realmente ela precisa de um psiquiatra.

Jessica se mexe um pouco na cama de casal pequena, seus braços agarrados no travesseiros resmungando coisas que nem com meus ouvidos sobre humanos consigo entender. Outra trovejada trás consigo uma chuva suave, caminho em passos de gato aproveitando a luz fraca do abajur amarelado, seu rosto está sereno sem perturbações.

Dou um passo a frente sentindo a corrente de ar entrando pela janela fazendo a cortina dançar, deixo meu peso sobre o colchão, subindo em cima da cama que range um pouco, ela se estica suavemente dando sinais de despertar, subo em cima dela que pisca sonolenta, tenho que fazer isso pelo bem do clã.

Levo minha mão a sua boca tampando a respiração de Jessica, que abre os olhos assustada, mas parece relaxar ao me ver, porém volta ao pânico tentando afastar minha mão arranhando a mesma, seus olhos de avelã me encaram com lágrimas irritantes, Jessica chuta as cobertas tentando se libertar, enquanto minha mão abafar sua voz.

Ela se contorce em baixo de mim tão frágil quanto uma borboleta capturada, suas mãos trêmulas empurram meus ombros como se tivesse alguma chance com um monstro como eu.

Observo Jessica se debatendo, temos dividido a mesma classe a três anos, no fundo eu sabia que era a melhor solução, seus cabelos decoram os lençóis em uma bagunça selvagem, me aproximo mais mantendo minha mão firme, seu peito sobe e desce rápido conforme ela faz mais esforço, sinto suas unhas quebrando ao tentar me empurrar, seu gritos são abafados enquanto me mantenho imóvel segurando ela, suas lágrimas deslizam pelo rosto corado com medo, pela primeira vez Jessica me olhou como se eu fosse um monstro, o que de fato eu sou.

Perdidamente Apaixonada Por Um VampiroOnde histórias criam vida. Descubra agora