17.Ele não é Vegetariano

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Chegando na sala de aula sou recebida pelas vozes altas dos estudantes, apresso a ir em direção a minha classe, encontro Edward sentado sozinho perdido em seu próprio mundo, rabiscando em seu caderno enquanto o mundo desmorona em tempestade ao lado de fora.

— Bom dia! — Cumprimento com um sorriso ainda brincando com a flor que ganhei.

— O que tem de bom no dia? — Rosna olhando para fora da janela, seus olhos perdidos nas montanhas distantes.

— Acordou de mal humor, Edward? — Provoco sabendo que ele não consegue dormir, puxo a cadeira sentando ao seu lado, não demoro a puxar os livros da minha bolsa e despejar na mesa.

— Vampiros não dormem. — Revela arrastando a voz com tédio, batendo a caneta contra o caderno com certa melancolia.

— Então deve estar com fome. — Resmungo abrindo meu estojo pegando meu espelhinho para refazer minha maquiagem enquanto o professor de história não chega, em pensar que causei uma boa impressão, ele deve estar todo apaixonado por mim.

— Talvez. — Passa a língua pelas presas olhando diretamente para meu pescoço abrindo um sorriso de lado malvado, me arrepiando.

— Desde quando você é assim? — Questiono puxando mais meu casaco me cobrindo melhor —Um vampiro.

— Desde de 1918, foi quando Carlisle me encontrou morrendo em gripe espanhola. — Edward conta sério voltando a encarar a janela embaçada conforme a chuva começa a cair do lado de fora.

— Nossa, pensando agora você tem idade para ser meu avô. — Não consigo me conter, mordo o lábio recebendo uma careta irritada dele — E como foi?

— O veneno era insuportável, mas o que o Carlisle fez foi muito mais difícil, poucos de nós tem controle para fazer isso. — Sussurra sério, obviamente sentia muita admiração por Carlisle.

— Mas não tem apenas que morder? — Tipo sem matar a pessoa no processo, que não era o que você ia fazer quando tentou me matar...

— Não exatamente, quando provamos sangue humano. — Passa a mão pelo cabelo o bagunçando um pouco, arrastando a voz rouco — Começa um tipo de frenesi e aí é quase impossível parar.

— Igual eu com sorvete. — Conto com um sorriso ao lembrar de um dia quando devorei dois potes de sorvete, é estranho como eu amo coisas geladas — Mas Carlisle parou...

— Primeiro comigo, depois com a esposa dele Esme, depois venho Rosalie. — Sussurra baixo olhando de relance os alunos distraídos nas próprias conversas.

— Então Carlisle é a razão real para que você não mate as pessoas? — Questiono nervosa, bato meus dedos no caderno, puxo a caneta rabiscando alguma coisa para não pensar muito sobre isso.

— Não, ele não é a única razão. — Pronúncia rouco, seus olhos dourados capturam os meus com doçura — Eu não quero ser um monstro.

— E aqueles ataques de animais? — Gaguejo mordendo a língua.

— Não fomos nós, minha família e eu nos consideramos vegetarianos pois sobrevivemos só com sangue de animais. — Sorri de lado quase me derretendo no processo, como alguém pode ser tão lindo logo de manhã? Isso não é justo. — Mas é como um humano que vive apenas de tofu. — Seu sorriso diminui olhando para a entrada da sala de aula onde Mike entra abraçado com Bella — Deixa você forte, mas nunca está totalmente satisfeito.

Entendo onde ele quer chegar, já tentei ser vegetariana, mas é difícil demais resistir a um hambúrguer... Levo a caneta aos lábios mordendo a tampa, estou com fome. Ângela entra correndo com os cabelos bagunçados sussurrando para os outros que teríamos um professor novo, aquele cara com certeza vai causar nessa escola, deslizo meus dedos tocando suavemente a flor com a outra mão, ele foi tão romântico.

Perdidamente Apaixonada Por Um VampiroWhere stories live. Discover now