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Glenda Madison

Torci minhas mãos no colo enquanto via Lívia processar toda a história que acabei de contar para ela.

— Isso é algum tipo de pegadinha?

Minha irmã me encarava completamente pasma.

— Quem dera ser uma pegadinha, não é uma brincadeira e nem um jogo e eu estou atada.
— Você está grávida do mafioso?
— Sim, mafioso, gângster, criminoso.
— Mas é tipo aqueles de firme? Tipo, o poderoso chefão.
— Lívia, você não está me levando a sério.
— Desculpa Glenda, mas essa história está parecendo cenas de filme, não é possível.
— Pois não é filme, é real e eu estou apavorada.
— Que loucura, de todos os sêmens você foi justo escolher de um mafioso. É bonito pelo menos?
— Ah por favor!

Levantei-me e andei para o pequeno escritório da loja, Lívia me seguiu se desculpando, mas claramente ela estava se divertindo com toda essa história.

— Desculpa Glenda, mas já que você está nessa situação, pelo menos tira alguma vantagem.
— Você escutou o que acabei de te contar? Ele está me ameaçando de todas as maneiras. Além do mais fechou minha loja e deixou seus capangas me vigiando.
— Sério?
— Sim, tentei voltar a abrir a loja assim que ele foi embora e fui impedida pelos brutamontes dele. Agora estão lá fora acampados na frente da loja.
— Mentira? Quero ver isso.

Livia levantou-se e saiu da sala, eu também fiz o mesmo e fui atrás dela.

— Lívia, volta aqui, não pode falar com essas pessoas, eles são criminosos.

— Não vou falar nada, só olhar.

Ela começou a espiar através da vitrine. Eu apontei para o carro onde estava os homens.

— Está vendo aquele SUV preto do outro lado da rua? São eles.
— Nossa! Estou chocada! Vou ser titia de um mini gângster.
— Lívia, para com isso, não é engraçado.
— Não estou achando engraçado, mas interessante.
— Interessante? Minha vida está uma montanha Russa desgovernada, ele ameaçou tirar meu filho e até de morte. Isso não é interessante, mas horripilante.

Sentei em uma das mesas completamente desolada. Levei a mão na testa, minha cabeça estava doendo de tanto pensar em uma saída para aquela situação. Livia por sua vez, sentou-se na minha frente. Ela segurou firme em minha mão e perguntou:

— O que pretende fazer?
— Eu não sei.
— Já pensou em pedir proteção da polícia?
— Sim, foi a primeira coisa que pensei, era o que pretendia fazer na verdade, mas agora já não sei se adiantará.
— Bom, não saberá se não tentar, embora eu ache que não deveria fazer isso.
— Por que não?
— Sei que me achará uma louca de pedra, mas já pensou que ele quer assumir o filho? Que vai casar com você? Ele não precisava fazer isso.
— Mas esse é o ponto, eu não quero, se você não percebeu, eu fiz uma inseminação artificial independente justamente para não ter um homem em minha vida.
— Vamos pensar sobre isso em um outro prisma, ele pode ter se apaixonado por você e não lhe fará mal.
— Lívia, isso não é um romance, não fantasie. Ele quer me obrigar a casar e até ter relação íntima com ele.
— E sobre o seu problema, você falou com ele?
— Não e nem pretendo falar.
— Mas vocês se casarão e ele precisa saber.
— Você está louca Lívia, não me casarei com ele. Tenho que encontrar um jeito desse homem me deixar em paz.
— O único jeito que vejo é você denunciá-lo a polícia.
— Sim, mas estou com medo, ele é muito ameaçador e sinceramente não sei com quem estou lidando.  Tudo que sei sobre máfias era que vi em filmes.

Lívia inclinou-se para trás na cadeira pensando em uma solução, mas pelo seu semblante percebi que assim como eu, ela não via uma saída. No entanto, desde que ele foi embora, um ideia louca passou pelo minha cabeça e gostaria de saber a opinião dela.

Grávida do Mafioso Onde as histórias ganham vida. Descobre agora