7 - Mentiroso

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Aproveitem a att adiantada, mores!

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— Que relação didática de vocês — riu Ieiri, e Gojo não pôde evitar retribuir com um risinho sacana.

— Ah, sim, eu tenho métodos muito especiais com meus alunos — retrucou, puxando Getou pelo quadril para que ele descesse da mesa. — Os favoritos acabam tendo aula de reforço.

— Acho que você não está em posição de fazer piadas, Gojo — Nanami cortou, áspero e com um semblante sério, mantendo a postura de único adulto com cérebro de adulto dentro da sala. Lançou um olhar cortante para o universitário depravado. — Você já pode sair, sua aula particular terminou.

Se segurando para não rir da cara de vergonha extrema de Getou, Gojo abriu espaço para ele passar, se atrevendo a se inclinar rapidamente em sua direção para sussurrar em seu ouvido:

— Depois a gente continua esse conteúdo, docinho — e voltou-se para os professores, satisfeito depois de quase matar seu aluno de vergonha. Era o seu legado, afinal. Viu os óculos que nem lembrava de ter tirado na mesa e recolocou, dando uma boa olhada nos colegas em seguida. — E então, amigos, como estão? Que careta é essa, Nanamin? Te envelhece muito, sabia?

— Ah, e seu plano para juventude seria qual? Sair fazendo saliências com os alunos em lugares inapropriados? — Nanami cruzou os braços, ainda parado perto da porta da sala dos professores.

Ieiri, muito mais liberal e relaxada, caminhou tranquilamente até a sua cadeira e se jogou nela após se servir de um copinho de café. Gojo a imitou e se jogou na própria cadeira rotatória, começando a girar nela como uma criança.

— Parece um bom plano. Eu testaria se não fosse pelo emprego. Infelizmente, nem todo mundo é um burguês safado igual o Gojo — a mulher enfim se pronunciou, começando a rodar levemente na sua cadeira também.

— Vocês dois são uns idiotas irresponsáveis, isso sim — rezingou Nanami, suspirando enquanto tomava seu lugar ao lado da amiga. — Se saírem e me deixarem sozinho com o velho ancião conservador insuportável e o dever de fazer hora extra pra tapar o buraco que deixaram, eu mato vocês.

— Relaxa, ainda temos o Yaga — Gojo fez um gesto de dispensa com a mão. — Ele não me demitiria.

— Talvez demitisse se soubesse que você anda quase devorando alunos na sala dos professores, mon amour — observou Ieiri, bebericando do seu café.

— O que eu posso dizer? Vocês viram ele, não viram? Impossível resistir àquela obra de arte. — Gojo ergueu os braços para cima em rendição. — Não foi culpa minha se peguei ele lendo fanfic de professor e aluno na sala de aula e resolvi fazer as fantasias dele virarem realidade.

— A última parte é culpa sua, sim, porque você resolveu sem ninguém te obrigar. — Argumentou Nanami, embora soubesse que era inútil.

— Ah, mas ele me obrigou! — O professor levantou o indicador como quem está prestes a revelar o maior segredo do mundo. — Ele disse que era versátil e sorriu pra mim! Como eu poderia resistir? Nem você conseguiria, Nananim!

— Ih, ele tem um ponto. Gato, versátil e de sorriso lindo? Um partidão! — Concordou Ieiri, dando de ombros ao receber um olhar cortante de Nanami.

— Não deveria apoiar as loucuras dele — ralhou ele, franzindo o cenho.

— Se você continuar falando assim, vou achar que está com ciúmes, Nanamin! — Exclamou Gojo, sorrindo sugestivamente.

— Não tenho o mal gosto dos seus alunos. — Nanami retrucou de forma rude, revirando os olhos para a expressão do colega.

— Ah, eu acho que ele tem muito bom gosto, assim como eu. Formamos um belo par, né, Iei?

Vergonha de fanfiqueiroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora