9 - Finalmente

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Você nem imagina! — Getou pensou com seus botões, bufando e lançando um olhar cortante para Gojo. 

— Sim, eu estava prestes a receber um oral maravilhoso perto da porta que todos os vizinhos iam escutar, e você arruinou meu boquete e minha tentativa de exibicionismo sexual vocal, Megumi! — Reclamou o professor, pondo uma mãos nos quadris enquanto segurava Getou com a outra. 

— Se puder me poupar dos detalhes, eu agradeço — resmungou o garoto, largando a mochila perto da porta. — Ia tomar um banho e trocar de roupa, mas como não tô a fim de ser cúmplice do seu fetiche em exibicionismo, vou só beber uma água e sair, relaxa.    

— Não era nem pra ter vindo! Eu não te falei que era pra ficar fora o dia todo? — Gojo reclamou com um beicinho, soltando seu convidado para cruzar os braços de forma indignada. 

— Sabe que se tivesse falado, eu teria ficado bem longe — retorquiu Megumi, meio irritado. Passou por eles no corredor e foi até a cozinha, seguido de perto pelo dono da casa e o seu hóspede, que estava sem saber como reagir.

— Ah, tem razão, acho que esqueci de avisar — Gojo parou para pensar e no fim deu de ombros, observando com olhos estreitos o garoto que ia atrás de um copo de água, enquanto ele mesmo achava seu caminho na cozinha, tateando as coisas e indo até a geladeira procurar um doce para se acalmar, ignorando seu aluno perdido. 

Getou também tinha entrado no cômodo e agora encarava a ambos, apoiado com os cotovelos na mesa, o cenho franzido em certa confusão. Resolveu se pronunciar, queimando as costas de Gojo com um olhar enquanto o amaldiçoava mil vezes na própria mente — filha da puta arrombado do caralho, nem pra avisar que tem cria em casa, desgraçado que só me faz passar vergonha nessa porra! 

— Você não me falou que tinha um filho — comentou apenas, fingindo serenidade enquanto observava o tal Megumi andar pela cozinha. Ele não devia ter mais de vinte anos, e não parecia muito com Gojo. Tinha cabelos de um negro azulado em um penteado desleixado, olhos azuis escuros e uma aura de poucos amigos.

— Ah, ele não é meu filho! — Gojo riu, tirando a cara da geladeira para encará-lo, lambendo uma colher com qualquer que fosse a porcaria que tinha pego lá dentro. — É um ex aluno do ensino médio que teve problemas familiares e eu quis ajudar. Mas não precisa ficar com ciúme, docinho, ele namora o Yuuji. 

— Eu não namoro o Yuuji! — Megumi resmungou, corando furiosamente. 

— Ainda não pediu ele em namoro? — Gojo se virou para encará-lo, fechando a porta da geladeira, com a colher pendurada entre os lábios, as mãos pousadas no quadris e uma expressão reprovadora no rosto. — Vai esperar a ruivinha roubar ele de você? 

— A Nobara tá com a Maki, e eu já disse que ela não é ruiva, Gojo — argumentou o garoto, revirando os olhos. 

— Não é dessa ruiva que eu tô falando. É outra, alta e de bunda grande igual ele gosta. Vi ela paquerando ele na padaria — fofocou, ignorando o olhar acusatório de Getou. 

— Que ruiva? Ele não me falou disso! — Megumi não conseguiu disfarçar bem o desgosto em sua voz. 

— Não deve ter contado porque a ruiva era uma senhorinha abusada, garoto — Getou se intrometeu, porque estava cansado de ser excluído do papo e, além disso, conhecia  Yuuji por ser irmão de Sukuna, e lembrava bem de seu amigo ter mencionado a história da "velhinha de cabelo tingido de vermelho dando  em cima do maninho". — Você convive com esse palhaço todo dia, deveria saber que a palavra dele é igual bosta a maior parte do tempo. 

— Nem meu amante me respeita! — Bufou Gojo, indignado. — Mas você viu, não viu? Ele ficou desesperado! Tá super a fim do Yuuji e fica aí, moscando. Não foi assim que te criei, não, Megumi! — Acrescentou, brandindo a colher em sua direção como se esta fosse uma grande ameaça.

Vergonha de fanfiqueiroWhere stories live. Discover now