8 - Visita

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Getou se encarou no espelho, nervoso. Estava bonito e gostoso, sabia disso — afinal, vestia a calça preta que mais modelava sua bunda junto da camiseta branca que destacava seus bíceps e a definição do peitoral. Seu nervosismo não tinha a ver com inseguranças, mas sim com ansiedade. Finalmente transaria com Gojo! Será que seria bom? Ou será que a química não se aplicaria na cama? Já tinha ouvido falar da diferença entre ter química no beijo e no sexo e, sinceramente, se não tivesse os dois, ele desistiria da vida. O universo tinha que lhe dar uma trégua pelo menos uma vez, porque passara por muita vergonha para chegar até ali.

Suspirando, saiu do banheiro e se jogou no sofá da sala. Gojo tinha feito questão de pagar um táxi que mandaria até ali, então só lhe restava esperar pelas seis horas. Faltavam trinta minutos. Àquela altura, ele já tinha assumido o vício em fanfics, maior até que os cigarros esporádicos que fumava. Nem sentia mais culpa em abrir o Ao3, então apenas se deixou ser engolido por mais um dos hots depravados e sujos de que tanto gostava enquanto esperava dar o horário.

Porém, pela primeira vez na vida, o método não foi tão eficaz quanto gostaria. Ler trechos quentes o fazia lembrar dos momentos com Gojo, e o frio na barriga voltava com força ao se lembrar que era exatamente isso que estava esperando. Cada parágrafo despertava uma memória diferente — a boca dele na sua, a mão apertando sua coxa, ele próprio se esfregando contra o professor. Getou bloqueou a tela do celular e suspirou, tentando se controlar antes que tivesse uma porra de ereção. Caralho, estava tão sedento que talvez não durasse muito na primeira rodada. E se acabasse mesmo parecendo um precoce? Que desgraça!

Essas preocupações o distraíram o suficiente, de modo que só foi arrancado delas quando ouviu a buzina do táxi lá fora. Ele tentou recompor sua dignidade e entrou no carro fingindo ser uma pessoa completamente normal que não lia fanfics na aula e que não surtava porque ia trepar com o professor.

Felizmente, a corrida foi rápida, já que Gojo morava surpreendentemente perto da universidade, que não era tão longe de seu próprio apê quando ia de carro. Pensando nisso, Getou ponderou sobre comprar uma moto. Não seria má ideia — exceto pelo fato de que não sabia dirigir.

Bem, consideraria a questão depois, porque naquele exato momento ele se encontrava na portaria do prédio de Gojo, e meio que tentava não se impressionar com a aura burguesa do local. Não que ele próprio não fosse, mas ele era alguém só um pouco burguês, enquanto o professor parecia muito burguês. As torres pareciam ter ambas uns vinte andares, e, mesmo do lado de fora, ele podia ver as varandas chiques de vidro azulado cuja luz do sol batia e criava um efeito cristalino. O portão parecia com aqueles de mansão, com a cabine do porteiro ao lado. Getou só precisou dizer o nome para passar direto, sem nem se utilizar da ligação no interfone.

Curioso, ele entrou e não pôde deixar de avaliar os arredores. Aparentemente, aquele prédio tinha uma piscina grande, um parque para os pirralhos, estacionamento coberto na parte detrás dos prédios e até uma quadra. Getou entrou no hall e bufou para os enormes espelhos ostentosos nas paredes e para os elevadores pintados de cor de ouro. Sério, quem pintava a porra de uma porta de elevador? Meneando a cabeça em negativa, ele deu uma espiada na conversa com o professor para lembrar o andar que precisava digitar. Apertou o vigésimo — claro que ele morava no último andar! — e bateu o pé impacientemente, mesmo que aquele elevador fosse bem mais rápido que o de sua própria casa.

Enfim se viu em frente ao covil do lobo. Encarou o tapete azul ao tocar a campainha, repentinamente muito interessado no contraste da peça com seu vans preto. Alguns instantes de espera até que outro azul capturasse sua atenção: o olhar de Gojo o encarando com um sorriso de aprovação enquanto o puxava para dentro pela camisa, fechando a porta com um chute enquanto o prensava contra ela com força, agarrando sua cintura e apertando.

— Já? Não me leva nem pra um lanchinho primeiro? — Zombou Getou, embora estivesse derretendo sob os toques e expondo o pescoço para que Gojo o beijasse com mais facilidade.

— Mas eu levei! Starbucks não foi uma preliminar suficiente? — Ele murmurou contra sua pele, mordendo com força em seguida.

Getou ia responder algo atrevido, de verdade, mas perdeu o fio da meada quando a mão grande de Gojo invadiu sua calça sem cerimônia, apertando e massageando sua bunda ainda coberta pela cueca. Tinha certeza que as coisas estavam indo rápido demais, mas era exatamente isso que queria.

Getou abriu as pernas praticamente num reflexo, e choramingou de verdade quando sentiu o joelho do outro massagear seu pau com vontade. Suas mãos voaram para a barra da camisa de botões de Gojo e, porra, que droga de abotoaduras ridículas difíceis de abrir — ou era a sua mão tremendo que dificultava? Vendo sua luta, o homem resolveu ajudar, rindo suavemente ao abrir os botões restantes e jogar a camiseta de lado, sendo agraciado pelas carícias e beijos nas clavículas, peito, abdômen... o universitário foi descendo devagar até estar de joelhos, e, porra, mesmo meio nublada, aquela era uma visão do caralho!

O problema com a química é o curto circuito que ela dá no cérebro. Mais uma vez, a duplinha esqueceu completamente que aquele não era um lugar adequado porque ainda estavam no hall de entrada do apê de Gojo e qualquer pessoa que passasse perto da porta para adentrar seu próprio apartamento poderia ouvir o que se passava, talvez até mesmo reclamar. Mas eles estavam completamente alheios a isso — caramba, Getou tinha até se esquecido de inspecionar a burguesia de Gojo agora que estava ali dentro! — e, porque a vida é uma vadia sádica e eles eram burros e não tinham ido até o quarto, foram interrompidos novamente no meio de uma quase foda.

Getou quase gritou quando sentiu a porta sendo aberta e lhe empurrando, já que ainda estava meio apoiado nela, e Gojo soltou uma série de palavrões irritados ao puxar seu parceiro para cima pela gola enquanto encarava a figura intrusa com uma carranca enorme.

Pelo visto, eles eram os protagonistas de fanfic mais desafortunados do mundo. Gritando internamente, Getou se perguntou se era carma ou algo assim.

Deus, por que eu não posso transar em paz?

A visita precisou de alguns segundos para perceber o que estava rolando e, com um pequeno sorriso constrangido, entrou e fechou a porta atrás de si.

— Desculpem, atrapalhei alguma coisa?

+++

Aquele momento que vocês tão me xingando e se perguntando se tô dando uma de Fantástico querendo prender a audiência. Pois juro que não é, voy explicarme: se eu não tivesse cortado o capítulo, ia ficar grande demais e não só eu não gosto disso como dificulta meu trabalho quando vou revisar.

Além do mais, ainda não terminei a segunda parte e se tivesse postado sem cortar, vocês teriam que esperar mais tempo do mesmo jeito porque tá sendo um capítulo complicadinho. Enfim, perdoem essa pobre alma, tentarei atualizar até sexta pelo menos, para compensar e tals.

É isso, mí hermoses, espero que tenham gostado, deixem suas opiniões e suas estrelinhas; hasta la vista ;)

Vergonha de fanfiqueiroWhere stories live. Discover now