11 - Maldições

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Duas att (acabei de atualizar a fic de Miraculous tambien) de história em um dia, tão ouvindo o som do milagre acontecendo? Contar um segredo sobre vida de universitária: tudo vira uma loucura, tu fica perdido em tudo, procrastina as coisas da facul mas não consegue aproveitar bem o lazer por se sentir culpada por estar "lazerando" e não "academizando". Então é, se antes eu era inconstante nas atualizações, agora então... Mas amo todes, leitores, não desistam de mim. Enfim, aproveitem o capítulo, mores (e não esqueçam das estrelihas, pleaseeee)

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Deitado encarando o teto, Getou refletia sobre sua atual situação: completamente fodido e semi — achou que se colocasse "semi" na frente, os efeitos seriam mais leves — apaixonado pelo seu professor. Puta que pariu, não podia ser pior!

Talvez fosse melhor se não tivessem tido química na cama, porque agora Getou não conseguia tirar Gojo da cabeça. Odiava reconhecer os sinais de apego de sua parte, e odiava ser o protagonista de fanfic mais fracassado da história. Mas que porra, o certo não era ter um puta slow burn e cu doce antes de se dar conta que estava se apegando? E por que diabos ele tinha que gostar logo do maior puto? Infelizmente, uma coisa estava bem óbvia naquele rolê: seu professor era gato demais para o próprio bem, e dificilmente escolheria uma pessoa específica quando tinha um leque de opções. Além de que, embora sua vida andasse parecendo uma porra de fanfic nos últimos dias, na prática, não era. O que significava que ele não ia laçar o grande galã com apenas o poder apertativo do seu rabo, como geralmente acontecia com as histórias de S/N virgens conquistando os CEO's frios e calculistas.

Suspirando de forma frustrada, ele se viu obrigado a algo que odiava pela segunda vez em um curto espaço de tempo: admitir que seus amigos estavam certos. Ele devia mesmo ter sentado com mais cautela. Agora, o que deveria ter ido só até a próstata acabou chegando no coração e ele estava fodido de jeitos que não desejava. Droga de ser humano imperfeitamente perfeito que conseguia ser incrível e atraente até nas imperfeições. Droga de curso de psicologia que tinha que escolher um professor tão bonito e galinha. Droga de fanfics delatoras de desejos obscuros.

Droga, droga, droga! Malditas fanfics, maldito eu, maldito Gojo!

***

— Eu sabia! — Utahime comemorou, erguendo a latinha de cerveja. — "Ah, porque eu sou frio; antes eu sofria, agora sou fria; lindo demais para me apaixonar; simplesmente bom demais para me apegar a um mero mortal." Como é ter que engolir as próprias palavras? Sente que tá próximo de morrer engasgado? Quer um empurrãozinho pra terminar de matar?

— Quer parar de tripudiar? — Rezingou Gojo, meio bêbado.

Às vezes, ele se perguntava como alguém tão bonita podia ser tão malévola. Com os olhos aqueles grandes olhos castanhos e a franjinha na altura da sobrancelha, a amiga parecia um anjo. Mas ele bem sabia que aquele era só um disfarce. Ela bem poderia ser serpente de Adão e Eva, venenosa daquele jeito — e mesmo assim, Gojo ainda amava aquela mocreia.

— Pega leve com ele, Hime. O coitado tá descobrindo o que é ser um humano normal, deve doer — Interviu Ieiri, rindo e soprando a fumaça para o alto. — Mas até eu tô surpresa. Uma sentada e você já ficou assim?

— Calem a boca. Vocês são péssimos apoios morais, péssimos! — Gojo entornou a garrafa de cerveja, levantando a mão para pedir outra.

— Chumbo trocado não dói, seu vermezinho — retorquiu Utahime, graciosa e delicada como uma víbora sanguinária. — Agora sabe como é quando fica zoando os fracassos amorosos da gente.

— Os seus, Himezinha querida. Eu que realmente nem sei mais o que é isso, já desisti — Ieiri fez um gesto de dispensa com a mão, antes de voltar sua ateção para a urgência da vez. — Mas falando sério agora, Gojo, qual a porra da crise? O garoto parece estar a fim também!

— A crise é que sou novo e queria aproveitar mais, a crise é que não deveria me sentir assim por um pirralho que acabei de conhecer e que provavelmente ainda quer aproveitar muito a juventude e vai me chutar assim que enjoar porque sou um velho decrépito — ele dramatizou, batendo sua cerveja na mesa a cada frase para enfatizar.

— Ah, vai tomar no seu cu, cara! São só seis anos de diferença, seu bostinha, e você diz que se acha velho pra ele mas ainda diz que é novo pra namorar e quer mais gandaia? Seu vermezinho! — Ralhou Utahime, e embora soasse cruel, estava tentando ajudar o imbecil. — Paixão é assim mesmo, porra: sentou, xonou e cabou! Lide com isso. Aproveita enquanto ele quer e se ele não quiser mais depois, você aprende o que é ter um coração partido e vira um ser humano decente.

— Você seria ótima atuando em clínicas. Tipo: 'Seu merda, aprenda a ser um humano decente, porra!' — Vociferou Ieiri, numa imitação muito fiel.

— Eu só seria assim se fosse o Gojo na sala. Ele merece ser esculachado — Utahime afirmou categoricamente, roubando o cigarro da boca da outra e tragando desajeitadamente.

— Vocês são ótimas... — ironizou Gojo, com a cabeça deitada na mesa, brincando de arrastar a garrafa de lá para cá. — Mas eu vou transar com ele de novo pra ter certeza. É difícil eu gostar de dar, e se eu gostar de dar pra ele, significa que vale a pena me foder amorosamente. É isso.

— Muito agradável saber sobre suas peculiaridades sexuais — zombou Utahime com uma careta.

— Você já viu o meu pau e o meu cu, o que tem mais pra se chocar?

— Não me lembra disso não, faz favor, seu ridículo que não tem noção de espaço pessoal — Utahime fez uma careta ao se lembrar da ocasião mencionada, quando o amigo havia feito depilação com cera pela primeira vez e resolveu mostrar à ela a qualidade do serviço. Tinha sido traumatizante, para dizer o mínimo, ainda que não tivesse muita novidade em se tratando daquele imbecil albino.

— É, mas você bem que me pediu opinião sobre seus piercings nos mamilos! — Ele devolveu, e então se iluminou e se endireitou na cadeira em sua melhor postura de fofoqueiro. — Por falar em piercings no mamilo, ele tem! Porra, já é super gostoso, ainda me põe piercing no mamilo, sem condições!

— Gado e exposier, falando das intimidades do crush! Vergonha da profission, isso sim! — Riu Ieiri, que, no seu estado de semi embriaguez, só sabia rir e fazer comentários sarcásticos.

Eles não saberiam dizer quantas horas ficaram naquele bar, com Gojo chorando e acusando suas amigas de insensibilidade ante ao seu sofrimento. Mas a verdade sobre aquela dinâmica era que possuía algo de tranquilizador em tratar tudo com ironia e sarcasmo, e que o consolo bruto dado por Utahime e Ieiri não tinha preço.

Voltaram aos tropeços, xingando uns aos outros, mas, mesmo em meio a ebriedade, Gojo lembrou-se de agradecer por ter amigas que o entendiam ao seu modo e por saber que, independente do resultado de sua nova paixão estúpida, ao final teria a elas para recorrer — fosse para chorar, fosse para comemorar. E, ao se jogar no sofá de seu apartamento sem sequer se trocar ou trancar a porta direito, desejou com todas as suas forças que o fim pudesse mesmo resultar em festa. Iria adorar festejar com Ieiri e Utahime.

Que brega eu tô ficando — pensou desgostoso enquanto adormecia lentamente. — Maldito Getou! 

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Apresentando a Víbora... Ops, quis dizer, a Utahime:

 Ops, quis dizer, a Utahime:

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Vergonha de fanfiqueiroWhere stories live. Discover now