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Thomas 157

Tava boladão. Tive que deixar a Jasmine na mão. Caralho! Tô só o ódio puro.

O amigo acionou logo no momento errado, tinha que resolver o problema mesmo. Mas vou dizer que me subiu um ódio, tô maluco de raiva, tava tudo tão gostoso entre mim e a mina que eu tô amarradão que tive que sair correndo de lá da casa dela por conta de um filho da puta que inventou de roubar logo aqui na quebrada.

A regra é clara: pode roubar em comunidade não. Mas ainda tem menor emocionado que paga pra ver o bagulho ficar doido.

─ Então quer dizer que tu roubou aqui? ─ perguntei, olhando o menor ali de joelhos no chão. ─ Qual é o mandamento mesmo da favela? ─ falo pra ele logo dando um tapa na nuca pra se ligar maneiro. ─ Bora, menor, fala nesse caralho qual é um dos mandamentos que tem que seguir aqui na favela, porra! Tu não é cria daqui, pô. Tu sabe muito bem que não pode roubar dentro da comunidade.

Eu estava no ódio e ainda fiquei mais possesso porque o filho da puta só sabia pedir desculpas. Dei logo mais dois tapas pra se ligar mesmo. Quer assaltar logo na favela onde mora, bandido nenhum aceita isso não, tem que seguir os mandamentos da favela.

Esse vacilão do caralho.

─ Desculpa aí, pô. ─ Ele diz e se afasta um pouco quando eu ameaço em dar outro tapa. ─ Foi por necessidade, pô. ─ o menor tá se borrando de medo. ─ Desculpa aí, cara.

─ Por que não foi roubar na pista, caralho? Fora da comunidade, seu vacilão! ─ grito no ouvido do menor. ─ Veio roubar logo na quebrada onde mora. Tu quer morrer, porra?! ─ grito novamente mesmo.

─ Vou fazer isso mais não. Eu juro. Desculpa aí mesmo.

─ Aí, mano, ele roubou o que aqui e de quem? ─ falo pro amigo que me alertou do bagulho.

─ Roubou a bolsa e o celular da Mariana, a filha do senhor Manoel. ─ filho da puta.

O mano mostra os pertences que foram roubados.

─ Vou te passar o papo menor. ─ me aproximo dele que estava de cabeça baixa. ─ Olha pra mim, caralho! Tu não é a porra do brabo quando é pra roubar? Agora quando tá de frente com porra louca de verdade no bagulho abaixa a cabeça.

─ Desculpa mesmo, pô. De verdade, vou fazer isso mais não.

─ Vou passar o papo reto e tu vai fazer o que eu tô te falando. Tu vai entregar o que tu roubou pra mina lá e vai pedir desculpas, menor.

─ Tá bom, cara. Desculpa mesmo.

─ Se eu souber que outra vez tu anda roubando morador daqui da comunidade, tu vai levar tiro nas duas mãos, pô.

─ Tá certo, mano. ─ responde todo embolado. ─ Desculpa.

─ Tu se liga no papo de visão que eu tô te passando.

Ele assente várias vezes todo perturbado de medo.

─ Tu só vai levar um corretivo pra se ligar e pensar duas vezes antes de fazer a mesma coisa que tu fez. E tu vai entregar na moral as coisas que tu roubou da mina.

Passei a visão pros amigos ficar encarregados de dar uma lição pra o menor ficar mais ligado a partir de hoje. Ele vai pensar duas vezes antes de roubar na própria favela de novo.

[...]

Às 04:00h da madrugada eu já tava na atividade da noite. Colete no corpo, todo trajado mesmo e a minha fuzil do lado. Embalo um cigarro da verde pra ficar na suavidade. Vida bandida não é fácil. Dou o papo reto que tu tem que pensar muito se tu realmente quer isso pra sua vida.

A gente pode ter dinheiro e uma vida regada de luxo, mas só nós sabe que essa vida não é como um mar de rosas não. Só bandido sabe como a nossa mente fica perturbada todo santo dia.

É sinistro.

As horas foram se passando até que bateu cinco da manhã, alguns moradores já passavam pela rua pra trabalhar. Eu subi pra cima pra fazer a contabilidade do lucro da boca.

Deixei minha fuzil de lado sentando na cadeira logo abrindo o caderno com as anotações do que entra e do que sai das vendas de cada boca. Não deixo passar nada. Conto tudo na maior atenção pra não passar nada despercebido.

Assim que termino tudo eu mando um amigo levar até o chefe. Por volta das oito horas da manhã eu resolvo tomar um café pra voltar novamente a conferir outras paradas relacionado as vendas.

Eu não paro. Tô sempre na atividade do que eu sou responsável.

Entro novamente na sala ali onde já se encontrava dois manos embalando a maconha no saquinho já pra descer pra boca pros amigos vender. Eu fico supervisionando tudo.

─ Essas aí são as de dez. Essas do canto aí são as de quinze. ─ falo pros amigos. ─ Quando terminar de embalar tudo desce pra os dois menor da esquina perto do bar.

─ Já é, parceiro.

Fiquei fazendo umas anotações por horas. Quando bateu meu horário, subi pra casa pra poder descansar um pouco pra voltar pela madrugada novamente. Entrei em casa e fui logo tomar um banho, vesti uma roupa e fiquei viajando um pouco.

Depois de pensar muito resolvi ir pra academia. Nós mesmo abrimos uma academia dentro da favela. Tá pensando o quê? Bandido também gosta de se cuidar. A gente deu uma assistência grande pra ajudar o dono que era proprietário do espaço com os equipamentos novos pra montar a academia.

Malhei com o auxílio de um personal que me orientava maneiro. O amigo era da hora, super gente boa. Treinei pra caralho hoje, pegando pesado nos treinos pra ficar daquele jeito.

Assim que terminei retornei pra casa e tomei um banho. Vesti só uma bermuda e peguei o celular pra tirar uma foto no espelho postando no twitter, pra atiçar minha gata, sou ousado mesmo.

Escondi meu rosto com um emoji bolado mesmo e publiquei a foto.

Várias jogando comentários pro pai aqui, mas de quem eu quero ainda nem sequer curtiu. Caralho, eu tô fodido mesmo, tô envolvido demais com a Jasmine.

A gata tá mexendo maneiro comigo mesmo.

🐦 @157_boladão

O pai tá de volta 💪🏾

O pai tá de volta 💪🏾

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Betagem e revisão por Fada_Jimin

Oque estão achando da história ? se tiverem sugestão podem falar !!♥️

𝙉𝙊𝙎𝙎𝙊 𝙇𝘼𝙉𝘾𝙀 𝘾𝙍𝙄𝙈𝙄𝙉𝙊𝙎𝙊 Where stories live. Discover now