• 06 •

43.7K 2.2K 170
                                        

Thomas  157

O papo reto é sério e curto: a mina é dá hora, um jeitinho doce de ser, e quem disse que eu não gosto? Me amarro maneiro. Tô louco por ela.

Fui sincero ao ter jogado o papo que minha intenção era apenas de ser um amigo, mas não dá, não tem espaço pra nós ser apenas dois amigo. Quero ela mesmo.

Quando deixei ela na quitinete, fui direto pra casa, estava cansado mesmo. Precisava de duas horas de sono. O suficiente, já que eu tinha que brotar na boca. Vida de envolvido não é fácil, quem disse que nós dorme? Ninguém consegue descansar vinte e quatro horas por dia, é uma batalha sem fim; tem hora pra sair de casa, mas não tem hora pra você voltar. Cada hora é um bagulho diferente que acontece.

Me deparei com a casa arrumada quando entrei. Posso ser bandido, mas esse bagulho de deixar a casa bagunçada e nojenta, não é comigo não. Eu não tinha tempo pra nada, mas sempre dou aquela meta pra minha coroa organizar.

No começo ela não quis aceitar, mas nada sai barato, eu sempre dou uma fortalecida pra ela e pro meu irmão ajudando com as coisas dela. Ela é minha mãe. Minha rainha. Jamais vou abusar dela sem devolver como gratidão as coisas que ela faz por mim, mesmo eu não sendo o filho perfeito que muitos pais idealizam que os filhos sejam.

E quem pensou que ela se agrada com o estilo de vida que eu levo? Claro que não. Toda às vezes quando tem alguma missão, me parte ver o coração ela chorar. O mais foda disso, não foi porque eu escolhi ser bandido, foi questão de necessidade mesmo. Meu pai abandonou ela e foi morar com outra, assumindo uma família que não era nem dele.

Passamos por muita dificuldade nesse tempo e, foi aí, que eu encontrei minha úncia salvação: o crime. Eu tentei seguir por outro caminho, o do bem, mas todos me fecharam às portas e não me deram uma oportunidade sequer. Quando se é preto, mora em favela, não tem um currículo maneiro, eles te querem longe. Falo por mim, baseado na minha experiência. Foi aí que o crime me recebeu, e desde então, minha vida virou uma louca de verdade.

Entrei logo cedo pra essa vida, eu era ainda um moleque novo. Eu ficava mo perturbado vendo minha mãe doente na época por culpa daquele filho da puta. Mas eu honrei, indo pelo caminho errado, mas eu honrei a minha família colocando comida dentro de casa, embora o dinheiro vinha de uma maneira errada e fácil. Mas hoje, não me arrependo de minhas escolhas, fiz o que fiz, não tem volta pra se arrepender não.

Tomei um banho rápido e caí na cama depois de sair do banheiro, caindo na cama nu mesmo. Que se foda, tô sozinho, as regras são minhas.

Assim que meus olhos se fecharam, meus pensamentos foram logo pra aquela maldita mandada, que porra... tô ficando perturbado com a morena, na moral. Se foder.

E foi com ela na minha cabeça que acabei apagando ali mesmo.

[...]

Não sei por quanto tempo dormi.

Acordei assustado com o meu radinho emitindo as vozes dos manos. Com o chamado à solta, eu pulei da cama colocando uma roupa, em seguida peguei meu colete pondo em mim e a minha fuzil, saindo em disparada com o radinho na atividade.

Nessa hora você não pensa o que pode acontecer a qualquer momento. A ordem foi dada. Saímos correndo e era por volta das dez horas da manhã.

Só entramos no carro e demos fuga para fora da favela indo em direção ao nosso ponto de alvo hoje.

A missão era só assaltar o banco, mas um dos nossos vacilou feio. Na moral, ódio do caralho. O negócio era fazer tudo conforme foi passado, mas o filho da puta que escolheu um menor, um menor novo e emocionado, colocou nosso plano quase a perder maneiro.

─ Qual é, essa porra não vai cair pra mim não! ─ gritei no ouvido do PB, o responsável por ter escolhido o menor.

Restavam apenas cinco minutos para pegarmos tudo e meter o pé. A sirene da polícia dava para se ouvir de longe, mas eu sabia que eles estavam chegando mais perto.

─ Qual foi, já pegamos o suficiente, bora meter o pé. ─ diz D5, colocando os malotes nas bolsas.

As vítimas estavam deitadas no chão, assim como os funcionários e os inúteis dos seguranças.

É hora de meter o pé.

─ Me cobre aqui, porra. ─ digo pro menor que colocou quase tudo a perder.

Fiquei doido com o menor. Era pra ele segurar o segurança, mas ficou todo nervoso, percebendo isso, o segurança se aproveitou disso e foi pra cima dele, quando fomos ver, o filho da puta tinha corrido se trancando numa sala e avisando os canas.

Meti bala na porta até se romper mas era tarde demais, pois a polícia tinha sido avisada. Só dei um tiro na perna daquele filho da puta, eu estava com uma puta raiva do caralho.

Mas antes mesmo de sermos pegos, saímos em disparada, conseguindo fugir, mesmo que quase com tudo a perder.

──────────────────────────

Um pouco pra vocês conhecerem o Thomas.♥️

Betagem do capítulo por Fada_Jimin

𝙉𝙊𝙎𝙎𝙊 𝙇𝘼𝙉𝘾𝙀 𝘾𝙍𝙄𝙈𝙄𝙉𝙊𝙎𝙊 Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz