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Jasmine

Não conseguia ao máximo recapitular tudo o que o mesmo falava ou deixou de falar. Todas as suas palavras vinheram como socos, eu estava querendo processar tudo, no entanto, estava impossível.

Como assim? Quem ele acha que é? Para entrar ou sair da minha vida quando quiser? Por isso, caralho, tentei, relutei de todas as formas não se relacionar com alguém porque eu sabia, sabia que no final eu iria sair destruída nessa.

Eu me privei tanto. Criei uma barreira para que não voltasse a sofrer novamente por ninguém, mas é isso aí: tomei na cara de novo. Eu não sabia descrever o quê eu estava sentindo no momento, eram sentimentos de raiva, angústia, decepção, com todos esse pensamentos rodeando minha cabeça voltei a olhar pro segurança dele.

─ Você só deve está brincando com minha cara, né? ─ digo um pouco furiosa.

─ Que isso, patroa, já viu sujeito homem brincar no bagulho?

─ Já vi e até demais. Não é à toa que teu patrãozinho está fazendo isso. Vem cá, que caralho ele quer chegar com essas maluquices? Eu Trabalho com explicações não com meias palavras não. ─ digo furiosa, só venho perceber que estava aos gritos quando algumas pessoas passavam olhando tudo.

─ Se acalma aí, caralho, com todo respeito abaixa a bola que a patroa não está falando com nenhum moleque não.

─ Abaixa é um caralho! Isso tem bem o teu dedo. ─ acuso descaradamente. ─ Acha que não sei não que você fica de fofoquinhas com o meu nome não? Fica levando e trazendo pro teu patrão.

─ Tá maluca?! Nem gosto dessas paradas de fofocas faço o meu trabalho, cara.

─ Que trabalho? De ficar olhando os meus passos? Eu em, te falar, mulher fofoqueira é feio mas homem é pior. ─ solto direcionando minhas mãos para a cintura.

─ Que isso, nada a ver isso aí, eu só obedeço ordem, já mandei o papo que o patrão não quer.

─ Eu quero falar com ele. Manda o número dele. Ele precisa esclarecer algumas coisas, cara. ─  peço. Senti aquela sensação de desconforto, querendo chorar, mas me mantive firme engolindo o choro.

─ Já é, vou ver aqui se consigo, marca dez aí. ─ Ele diz e logo sai.

Perco o mesmo de vista, mas continuo no canto onde eu estava. Não vou sair daqui enquanto não falar com ele, já era nítido de ver que eu estava tremendamente furiosa em todos os sentidos. Alguns minutos depois ele volta com o celular em mãos, e automaticamente já vem falando:

─ Troquei um papo com o patrão e a resposta dele é a mesma, então sem chances de passar o contato dele. ─ Ele diz sério, tento me manter calma mas por dentro eu estava destruída.

─ Porra! Tem que ter uma explicação aí, cara. Nada ver ele fazer um negócio desse. Brincou legal comigo, foi desleal e isso não se faz não. Eu nunca vou entender.

─ Que isso, patroa, patrão fez o que achou melhor aí. Agora você tem que entender.

─ Entender um caralho! Eu nunca vou entender isso não. Diz pro teu patrão que ele é um safado e que nunca vou perdoar ele. Foi desleal comigo. Um sacana se fosse o cara que ele se dizia ser já tinha chegado em mim e falado. ─ solto irritada e saio dali, sem nem deixar o mesmo responder.

Sério mesmo fiquei de cara com tudo isso. Como assim? Eu não entendi nada legal. A raiva que estava me consumindo era porque ele fez isso sem nem ao menos dizer o porquê, não tinha explicação não, pra ele não tem isso.

Eu estava ciente que esses meses a nossa vida mudou completamente. Não sou nenhuma boba. Sabia muito bem, mas por esses motivos ele não poderia fazer isso, estamos tendo um lance legal a dois, não rotulamos o quê exatamente era, entretanto, como todo casal, tínhamos nossas diferenças, estávamos deixando fluir sem apressar as coisas mas daí que realmente vi que ele fez isso e nem me deu escolhas. Não tivermos diálogos: a base de tudo é o diálogo.

𝙉𝙊𝙎𝙎𝙊 𝙇𝘼𝙉𝘾𝙀 𝘾𝙍𝙄𝙈𝙄𝙉𝙊𝙎𝙊 Where stories live. Discover now