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Jasmine

Mais um dia de plantão concluído e encerrado. Era por volta das 07:40h quando larguei, me encontrava só o pó da rabiola e só desejava minha cama. Peguei minhas coisas e parti até o ponto de ônibus que ficava próximo de onde ficava o hospital no qual eu trabalhava e cerca de meia hora peguei o ônibus.

Uma hora mais tarde, cheguei finalmente na entrada da favela passando pela barreira que tinha ali, cumprimentando alguns manos apenas com um aceno e subi rumo minha casa. Ainda era cedinho, então a favela se encontrava tranquila.

Entrei em casa e não tinha nem sinal de alguma alma viva ali. Morava apenas com minha mãe e nossa relação era uma das melhores que uma mãe e uma filha poderia ter. Subi pro meu quarto retirando minhas roupas as jogado no cesto. Caminhei até o banheiro para me livrar do cheiro de hospital impregnado em meu corpo.

Após alguns minutos, finalmente saí do banheiro e vesti minha ─, típica roupa de mendiga. Adoro roupas mais largas. Tão confortáveis e adoráveis.

Fui até a cozinha preparar alguma coisa para comer. Comi tudo em um silêncio ensurdecedor e, após isso, subi para o quarto novamente. Eu só queria dormir.

Vou te falar, fazer plantão é um uó!

Mas graças a Deus estou com três dias de folga e justo nesses três dias livres vou aproveitar para dormir. Sim. Dormir. Vida de enfermeira não é uma mil maravilhas. Passar por situações delicadas e ter estômago para enfrentá-las não é para qualquer um ou uma, no entanto, eu amava o que fazia e seguia por amor. Liguei o ar-condicionado e apenas apaguei em minutos.

10h:05min

Vejo que meus planos para passar minha folga dormindo, foi por ladeira abaixo. Lawara entrou como um furacão levando tudo pela frente quando adentrou meu quarto, fazendo o maior escândalo, me persuadindo para me levar até a laje da casa dela e tomar algumas cervejas e jogar aquela fofoca fora.

Como alguém muito boa que não diz, não, até porque não dá para recusar uma boa gelada. É de lei! Pude descansar o suficiente para finalmente a mãe entrar no Online logo cedo.

─ Já vão encher a cara logo cedo, né? ─ murmura minha mãe da cozinha, Lawara já sorrir completamente animada. ─ Vocês duas não tem limites. Quer dizer, o limite não identifica vocês duas.

─ Sabe como é né, tia Isadora. ─ Ela solta divertida. ─ Vamos ali na vigília. ─ caçoa da cara da minha mãe.

Lawara não tem limites.

─ Você não brinca com essas coisas, garota! ─ repreende dona Isadora.

─ Mãe. ─ chamo a atenção dela para mim e continuo: ─ Lawara mentiu na cara dura! A gente vai é fisgar algum macho. Tô necessitada!

Ouço Lawara gargalhar quando houve o que eu digo e eu apenas empino meu nariz, risonha.

─ Cabaré abriu cedo hoje. Vou até retirar minha presença de garotas devassas como vocês! ─ protesta rindo, mas eu sabia que ela só estava brincando.

─ Vou indo, mãe. Daqui três dias você receberá na sua porta apenas meu esqueleto!

─ Jasmine, Jasmine... você não brinca com a minha cara. Eu lhe busco na base do cabo da vassoura aonde tu tiver e ainda trago pelos cabelos, safada! ─ não dei importância ao seu questionamento, apenas joguei um beijo e saí.

𝙉𝙊𝙎𝙎𝙊 𝙇𝘼𝙉𝘾𝙀 𝘾𝙍𝙄𝙈𝙄𝙉𝙊𝙎𝙊 Место, где живут истории. Откройте их для себя