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Semana da viagem de formatura
PEPPER

Junho finalmente havia chegado, e com isso, a contagem regressiva para nossa viagem.

Depois do encontro perfeito que Peggy e Steve tiveram, nossos grupos se tornaram apenas um, para minha infelicidade. A quantidade de vezes em que eu via Antony tinha aumentado muito, e eu estava quase crendo que a qualquer momento eu teria um ataque do coração por ai.

Stark via prazer em me tirar do sério com flertes descarados, e mesmo que eu o ignorasse, ele continuava. Até sexta-feira passada.

Nossos pais tiveram a grande idéia de sairmos para jantar juntos. Como sempre, fomos em um restaurante chique que meu pai e Howard gostam e eu tive de aturar Antony a noite toda no meu ouvido, me cutucando ou enrolando o dedo nas pontas do meu cabelo.

As coisas iam bem até meu pai chamar Howard para entrar em casa para degustarem um vinho que havia trago da Irlanda. Consequentemente, Antony e Maria também entraram. E, minha mãe achou uma boa idéia levar o playboyzinho para ver a nova decoração do meu quarto.

Flashback on.

"Será que devo me sentir especial por estar indo para seu quarto?" Antony falava atrás de mim. "Aliás, esse vestido lhe caiu muito bem. Você fica bonita com azul, realça seu cabelo."

Olhei para ele com a sobrancelha erguida.

"Você não vai conseguir ficar comigo, Antony, esqueça."

"Só por que eu te elogiei? Você me interpreta muito mal, Pep."

Ele disse e eu abri a porta do quarto.

"Já mandei você parar de me chamar assim."

Ele entrou primeiro e começou a avaliar cada centímetro do local.

Antony já havia estado aqui diversas vezes. Tanto por que nossos pais são muito amigos, e tanto por que ele sempre foi um enxerido. Ele gostava me de esperar antes de irmos para a escola, ou quando eu precisava amarrar o cabelo, me arrumar enquanto nós brincávamos, e ele sempre ficava jogado na minha cama apenas observando ou tagarelando sobre qualquer coisa.

"Eu gostava mais do outro." Ele disse e eu encostei a porta. "Cadê o rosa desse lugar?" Ele disse enquanto analisava as prateleiras. "Ei! Cadê a nossa foto desse retrato?"

Ele virou para mim, parecendo bem ofendido. Ergueu o retrato em forma de coração e arregalou os olhos.

"Ah, por deus. Eu nem gosto de você o bastante para ter uma foto sua aqui."

Ele colocou o retrato no lugar e cruzou os braços.

"Combinamos que não iríamos mudar a foto do retrato."

"Tínhamos 6 anos." Falei e ele revirou os olhos.

"Eu que te dei ele. Tenho um igualzinho no meu quarto." Ele disse e eu bufei.

"Ok. Eu posso colocar de volta, relaxa." Falei e ele sorriu.

Abri uma das gavetas do criado mudo, e tirei de lá a tal foto.

Realmente tínhamos uns 6 anos. Antony e eu estávamos agachados na grama na frente da minha casa, e nossas roupas estavam completamente sujas de lama. Ele usava uma blusa escura e um shorts e seu cabelo estava muito grande, e sorria alegremente para mim, e tinha seus braços no meu ombro. Eu estava usando um vestido rosa com uma calça legging preta e meu cabelo estava enorme também, além de sujo. E também sorria para ele.

"Aqui, Stark." Apontei para a foto. "Me dá o retrato."

Ele pegou prontamente da prateleira e eu fiz a troca, tirando uma foto minha e de Nat, colocando a minha e do Tony.

Dei para ele o coração com a foto e seu sorriso aumentou.

"Eu amo essa foto, sério. Lembro desse dia como se fosse ontem." Ele disse.

"Claro. Você me lambuzou de lama e eu tive que ficar boas 2 horas desembaraçando meu cabelo."

"Pelo menos estávamos vendo desenho juntos." Ele deu de ombros.

Balancei a cabeça e fui em direção do meu closet. Antony veio atrás de mim e eu bufei.

"Parece que você nasceu grudado comigo. Me dá um tempo." Falei e ele riu.

"Mas é quase isso." Ele disse. "Vai se trocar?"

"Vou. Dá licença."

Empurrei ele para fora, e coloquei um moletom azulado confortável. Estava frio, então, coloquei meias e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo.

Quando sai do closet, Antony estava jogado na minha cama e encarava o teto.

"Pode sair da minha cama?" Coloquei as mãos na cintura e ele se sentou na ponta da cama. "Por que não vai provar vinho também?"

"Meu pai não gosta que eu beba." Ele disse. "E eu gosto da sua companhia."

Ele levantou e deu três pequenos passos, chegando em mim.

"Você também deve amar a minha." Ele disse.

"Ah, não. Não mais." Falei e ele franziu a testa, confuso. "Pois, é, Antony. O velho Tony faz falta."

"Não tem essa de velho Tony, Pep. Sou o mesmo de sempre."

"Não é não. O antigo estaria tagarelando sobre um novo jogo do fliperama, ou sobre algum sonho esquisto da noite passada. Teria reclamado do meu cabelo, não teria me elogiado e muito menos teria flertado comigo." Falei e ele engoliu em seco. "Sinto falta do velho Tony."

"Não gosta do novo?" Ele se aproximou mais de mim. "Eu prefiro."

"O novo tem muitos problemas. Tem muita coisa ao mesmo tempo na cabeça." Falei. "O velho Tony me contaria o que estaria passando aqui." Apontei para a cabeça dele. "E principalmente aqui." Apontei para o peito dele.

Antony se afastou um pouco e vi seus olhos entrarem na escuridão. Eu havia tocado na ferida.

"Não tem nada acontecendo." Ele disse e eu dei de ombros.

"Você sabe que eu sempre vou te ouvir, né? Mesmo tendo muita raiva do playboy que você se tornou, eu continuo sendo a mesma Pepper de antes."

Ele me analisou por alguns segundos e voltou a se aproximar.

"Não é não." Então foi minha vez de ficar confusa. "A velha Pepper não criaria tantas barreiras para mim. Acho que quem deveria se abrir aqui, é você." Ele falou e suas mãos foram direto para meu cabelo, enrolando a ponta do mesmo.

Ele estava muito perto. E isso não era fora do comum. Ter Antony tão perto do meu corpo não era novidade, mas a tensão de troca de raiva e ver quem escondia mais coisa do outro, fazia aquilo se tornar estranho para mim.

"Sinto falta da velha Pep." Agora suas duas mãos pararam na minha cintura e nossas bocas estavam mais perto do que nunca, e se caso um de nós fizesse qualquer mero movimento, elas se tocariam.

same old love | pepperony Onde histórias criam vida. Descubra agora