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TONY

Ficar em Nova York era uma ideia muito convidativa. Se eu voltasse para Londres, as chances de entrar em uma depressão profunda era extremamente alta.

No Domingo de manhã, mandei um e-mail curto à  Pepper dizendo que ficaria mais um tempo em Nova York, e que ela poderia colocar outra pessoa no meu lugar em Londres.

Virgínia vinha me ignorando durante toda a semana. Falando o básico do básico e quando necessário. Eu mau via a loira.

E agora, sentado no sofá de uma boate no Brooklyn, repassava todos os atos grosseiros que houve entre mim e Pepper.

Eu não planejava fazer nada demais ali. Apenas beber. Beijar algumas bocas e ir embora.

Mas a morena alta e bonita do outro lado do salão não parecia estar com simples intenções. Ela estava me encarando desde o momento que me livrei do terno escuro e afroxei minha gravata vinho.

E eu mal notei quando ela já estava sentada sob mim, beijando qualquer pedaço de pele que estava à mostra.

Seu cheiro era forte. Muito forte. Seu cabelo parecia estar sujo e sua roupa era muito vulgar. Pequeno sutiã de renda e um shorts que poderia facilmente ser confundido com uma calcinha.

"Você é muito bonito.." Ela sussurrou perto do meu ouvido. "Mas tão entediante. Achei que teria atitude." Ela se afastou.

Ri fraco. "Você não sabe o quão bêbado estou, bonitinha." Falei tentando me esquivar dela.

"Não tem problema."

Ah tem. Oh se tem. 

A encarei e balancei a cabeça negando.

"Eu tenho que ir embora." Falei, e dei um leve empurrão na mulher, que me olhou de cara feia.

"Vai me dispensar?" Ela perguntou e colou mais seu corpo ao meu.

"Sim. Vou." Eu disse e a empurrei com mais força, a fazendo se levantar.

"Você é um babaca." Ela disse e cruzou os braços, irritada.

"Isso não me afeta, acredite. Uma loira bonita também tem me chamado da mesma forma. Aliás, mais bonita que você." Tirei algumas notas da minha carteira, jogando duas na moça e as outras deixando embaixo da garrafa de cerveja. "Até mais." Pisquei para a morena.

Assim que dei as costas, suspirei.

Ao entrar no meu carro, senti minha cabeça girar e minha visão ficar turva.

Eu não iria conseguir dirigir. De forma alguma.

Esfreguei a mão no rosto e bufei.

"Pepper vai te matar, Antony." Sussurrei e procurei pelo meu celular em meus bolsos.

Quando achei, não precisei pesquisar pelo nome de Pepper. Seu número estava favoritado e marcado como recentes nas últimas 10 ligações.

Ela definitivamente queria me matar.

Esperei a loira me atender, o que demorou. E quando atendeu, notei sua voz sonolenta.

same old love | pepperony Onde histórias criam vida. Descubra agora