Capitulo 1

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Era um dia normal, assim como qualquer outro. Bom era o que eu pensava a princípio.

Hoje ate dormir mais do que o costume, então de algum jeito estava mais descansada do que todo o resto daqueles longos 3 anos. A mesma rotina, todos os dias, acordar, sentar na mesinha de estudos, estudar o dia todo como se não tivesse fim, comer sem parar, ler os meus livros favoritos, e depois dormir, para depois repetir aquele mesmo ciclo varias vezes.

Hoje por algum motivo resolvi fazer diferente, levantei com o maior animo que tinha para dar uma caminhada pelas longa e quente cidade de Natal. Sempre me disseram que as pessoas se vestem melhor no verão , mas isso nunca me ocorreu.

Meus pais, mesmo que por consideração, sempre tentaram me dar o melhor, mas com a nossa situação financeira que não dava para nem para pagar as contas direito, nada daria muito menos para comprar roupas, mesmo que fosse para eu não sair por ai vestida com um cropped velho, e um short jeans (sinceramente a situação dela estava emergêncial, ela estava implorando para ser trocado).

Vesti aquela roupa deplorável, corri para a cozinha e peguei qualquer comida que vi pela frente, e corri em direção à imensa rua do bairro de Natal.

Como sempre ao ter contato com as ruas senti aquele vento com cheiro de poluição e esgoto inundar minhas narinas, era uma sensação de fato horrorosa, mas nada que a máscara não abafasse.

Nunca tive muitos amigos, sempre foi eu e eu mesma. Em todos lugares que ia, nunca me encaixava. Sempre sofri muito por isso, me preocupava muito com o que as pessoas pensavam de mim. Eu era taxada de "estranha".Talvez eu fosse mesmo estranha... Mais quem não era?

Eu sempre gostei de observar as pessoas andarem pela rua, é tão interessante o jeito em que elas andam tão apressadas que não reparam ao seu redor, não reparam aquele lindo gatinho vagando por aí sem rumo, não reparam o jeitos que as pessoa apaixonadas se olham, como se todo o mundo e toda a sua vida dependesse daquela pessoa a sua frente, como se a sua única razão de viver fosse aqueles dois olhos e vários dentes.

Nunca senti a sensação de amar alguém dessa forma, claro eu amava muito meus pais, mas não desse jeito.

E era exatamente por esse motivo de observar muito as pessoas e tudo ao meu redor que sempre estava perdida, o que estava acontecendo naquele momento.

Uma rua que nunca tinha reparado antes surgiu a minha direita, e como uma boa curiosa entrei naquela rua, só não sabia que aquela simples rua decidiria toda a minha vida.

Estava andando admirando tudo e guardando cada detalhe em minhas memórias, até que uma livraria surgiu em minha direita, como uma boa amante de livro entrei naquela livraria encantadora.

Me passava a impressão que estava no século 19 em uma das muitas aventuras dos meus livros de romances de época, mas no final era só uma livraria comum como qualquer outra, era o que eu achava.

Quando entrei na livraria um bom e velho senhor veio ao meu encontro.

-Boa dia senhorita Celeste deseja algo em particular?

-Bom dia! - Como aquele velhinho sabia meu nome sendo que eu nem falei? -não mas obrigada mesmo assim, só estou dando uma olhadinha... vocês são novos? sempre passo por esses cantos e nunca tinha reparado.

-Provavelmente a senhorita não prestou atenção. - disse o bom velhinho seguido de uma risadinha abafada - Nos funcionamos nesse exato local a 50 longos anos!

-Uau! e bastante tempo para uma livraria.

-Sim, temos muito orgulho disso. Ja sei! tenho o livro perfeito para a senhorita aguarde um segundo. - falou o velhinho com os cabelos ja grisalhos balançando pela longa livraria.

Aquele velhinho era definitivamente estranho.

♔♔♔♔♔♔

Depois de um longo tempo aguardando, ( o que pareceu anos, na verdade foram 50 segundos) resolvi dar uma olhada pela livraria, de cara já achei 5 livros que com certeza iria amar, mas digamos, eu não estava com tanto dinheiro pra isso.

A livraria tinha livros lindos de capa dura, alguns tinham desenhos nas capas e...

-Aqui senhorita! Exatamente o que você precisa! -disse o velhinho depois de eu ter dado um fraco gritinho de susto.

Me virei para analisar o que ele levava em suas mão, e era um lindo livro de capa dura lilás, com vários feéricos dançando e festejando. De cara criei um certo amor por aquele livro, ele com certeza me levaria para lugares incríveis.

-Senhor esse livro e com certeza o mais lindo que já vi! Mas não tenho condições pra comprar. Obrigada pela atenção mas já estou de saída.

-Espere! E um presente! tome pode ficar, e seu.

-Meu?! Como assim?! o senhor ficou doido?

-Pegue querida, você precisa dele muito mais que qualquer um, ele e o seu destino.

Naquele momento não entendi nada do que aquele velho doido estava falando, mas aceitei mesmo assim, não e todo dia que a gente ganha um livro de graça!

-Já que o senhor insisti...

-Espere só um momento que iriei colocar na sacolinha pra você querida.

E como um piscar de olhos, o velhinho já estava atrás de mim com o meu livro e à sacolinha. Não pode não notar que na sacola estava o logo da livraria, "livraria brishghet", um ótimo nome, aquele velho tinha estilo, afinal.

-Muito criativo o nome de sua livraria! Obrigada pelo livro prometo que retornarei!

-Que bom que a senhorita gostou! Você ainda ouvirá muito esse nome. Tenha um ótimo dia!

Dei um aceno tímido para o velhinho, afinal que mania era aquela de me chamar de senhorita? Claro a séculos atrás era costume chamar as pessoas pelo sobrenome ou "senhorita", mas nesse século ninguém mas se chamava assim.

Andei o mais depressa que consegui para voltar para casa afinal eu tinha dois motivos. O primeiro era que eu estava com medo daquele velho, e o segundo é que eu estava curiosa para ler o livro.

A princesa perdida Donde viven las historias. Descúbrelo ahora